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Crítica | The Job Lot – 2ª Temporada

por Luiz Santiago
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estrelas 3,5

A primeira temporada de The Job Lot (2013) foi uma verdadeira surpresa em meio a tantas novas comédias televisivas. Ambientada em uma agência de empregos e com um pequeno elenco principal, a série se mostrou divertida, criativa e com grande capacidade para um segundo ano igualmente cativante, o que não aconteceu de fato, apesar de ainda termos nela uma boa sitcom.

O grande destaque do ano foi a introdução de Natalie, uma nova personagem vivida pela atriz Laura Aikman. É perfeitamente possível entender a presença da atriz no elenco: ela está como possível par romântico de Karl (Russell Tovey), e essa dinâmica, apesar de previsível e um pouco chateante, não é escancarada de forma clichê ao longo dos episódios, portanto, se mostra aceitável e até bastante divertida.

Em comparação com a 1ª Temporada, o enredo deste ano do show está um pouco aquém do esperado, especialmente os episódios 3 e 4, que formam o miolo da temporada (composta por 6 capítulos). Houve uma falta de linha narrativa una e, para compensar esse buraco, os roteiristas criaram pequenos acontecimentos — quase uns mini-arcos — em alguns episódios, alguns deles de forma bastante engraçada e condizente com a proposta do programa, mas outros, inaceitáveis.

Um outro ponto que nos traz certa estranheza é a exploração da personagem Agela (Jo Enright), a burocrata insuportável da agência. Ela perdeu espaço para Natalie e algumas de suas colocações são fora do esperado, o que não seria necessariamente uma coisa ruim se fosse acompanhado, em igual medida, pelo tipo de comportamento que sabemos ser comum dela. Uma mudança nesse sentido somente poderia ser aceita sem ressalvas caso algo acontecesse na vida da personagem e a fizesse mudar, o que não procede.

À parte esses pontos, houve a positiva manutenção do tom cômico inteligente nos roteiros e o destaque devido para Russell Tovey, o ator que carrega grande parte do humor da série, uma, porque se beneficia das cenas com cute effect (as expressões de “Gato de Botas do Shrek” dele são impagáveis) e outra porque ele parece uma criança crescida aprendendo a lidar com as coisas de adulto (o episódio em que vai procurar emprego em sua área de formação — Artes — e o finale, quando, chapado, ouve a declaração de Natalie, são grandes exemplos disso).

Trish (Sarah Hadland) é outro grande destaque do elenco, ao lado de Karl. O período de namoro com Tom (Dylan Edwards) e a permanência de sua doce e sutilmente agressiva linha de humor foram ingredientes suficientes para a atriz montar sua base de trabalho para este ano, saindo vez ou outra de sua zona de conforto cômico e apresentando, em todas essas ocasiões, uma ótima performance.

Como não há nenhuma ousadia em termos técnicos, podemos dizer que este ano de The Job Lot, à parte as já apontadas diferenças de roteiro e elenco, trouxe a mesma base do primeiro ano. A alternância entre cenas na agência de empregos e cenas em externas ou outros locais visitados ou ocupados pelos protagonistas permanecem, sempre com algum sentido para o andamento da história. Mesmo com mais tropeços do que deveria, a série se mantém em um bom patamar e nos promete uma possível guerra dos sexos para a temporada seguinte.

The Job Lot – 2ª Temporada (Reino Unido, 2014)
Criadores: Claire Downes, Ian Jarvis, Stuart Lane
Direção: Luke Snellin
Roteiro: Claire Downes, Ian Jarvis, Stuart Lane
Elenco: Sarah Hadland, Russell Tovey, Laura Aikman, Adeel Akhtar, Angela Curran, Jo Enright, Martin Marquez, Tony Maudsley, Alex Beckett, Dylan Edwards
Duração: 23 min. (cada episódio)

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