Home Audiodramas Crítica | As Histórias Perdidas – 4X02: The Queen of Time

Crítica | As Histórias Perdidas – 4X02: The Queen of Time

por Luiz Santiago
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estrelas 3,5

Equipe: 2º Doutor, Jamie, Zoe
Espaço: Pocket Universe comandado por Hecuba, a Rainha do Tempo
Tempo: Indeterminado

Esta é mais uma “história perdida” do 2º Doutor que eu entendo perfeitamente porque não foi produzida à época em que foi enviada para a grade da BBC. Com enredo complexo (de forma interessante, não enigmática), violência gráfica à vontade e extrema crueldade por parte de Hecuba, a Rainha do Tempo (irmã do Celestial Toymaker!), esta aventura estava muito além de qualquer possibilidade de produção especialmente pela forma “adulta” como expõe seus conflitos. Para época em que Doctor Who ainda mantinha um largo público infantil e não houvera se livrado por completo de sua característica didática, The Queen of Time era definitivamente uma história muito pesada.

Este arco possui uma localização interessante entre as produções para a TV e o universo expandido da série, ocorrendo depois de The Invasion (universo “oficial” — sim, entre aspas porque considero TUDO oficial em Doctor Who, embora em linhas do tempo diferentes) e de dois áudios da Big Finish, Prison in SpaceThe Rosemariners (The Lost Stories, universo expandido).

Logo no início, o roteiro nos traz a dinâmica comum às histórias do 2º Doutor e nos lembra um pouco os arcos The Web of Fear e The Mind Robber. A TARDIS é atraída para um universo paralelo comandado por uma belíssima mulher que impõe jogos aos visitantes, a maioria deles impossíveis de serem resolvidos. Assim como o Celestial Toymaker, a Rainha do Tempo aprisionava seus perdedores e rapidamente se via entediada, atraindo então mais e mais pessoas para seu universo particular e aumentando assustadoramente o seu número de prisioneiros-marionete.

 

A grande diferença da Rainha do Tempo para seu irmão é que ele não era tão mórbido e tão cruel no tratamento aos prisioneiros. O Celestial Toymaker, apesar de insano, realmente tinha em destaque o jogo e não unicamente a crueldade. Já Hecuba apresenta aqui um grande prazer em ver o sofrimento de seus “brinquedos vivos”. Quanto mais sofrimento ela puder lhes causar antes de matá-los, transformá-los ou prendê-los em alguma armadilha, melhor para ela.

O roteiro original desta aventura é de Brian Hayles, o criador dos Ice Warriors. A adaptação realizada por Catherine Harvey distribuiu melhor os elementos do clímax para que todas as surpresas e toda a resolução não estivessem centradas em um único momento. O resultado final é uma trama divertida, um pouco amedrontadora, mas que pela repetição dos jogos acaba enjoado um pouco o espectador.

A produção da Big Finish é, como sempre, exemplar. Temos uma sombria trilha sonora (cordas em graves, pequenas sonatas em tons menores) e um excelente trabalho com os relógios e outros objetos relacionados ao tempo. Os desafios que Jamie, Zoe e o Doutor passam também ganham boa figuração sonora, com direito a onomatopeias, gritos, explosões e músicas particulares para cada bloco cênico.

O final, com a Rainha do Tempo prometendo vingança ao Doutor (sensação máxima de déjà-vu) e sendo forçada a ficar presa em um lugar de seu universo ao lado da rainha Maria Antonieta é engraçado e mostra um pouquinho de crueldade da parte do Time Lord, situação que serve de ótimo término para a aventura e parâmetro para repensar um pouco as atitudes desta segunda encarnação do Doutor.

The Lost Stories – The Queen of Time (Reino Unido, out, 2013)
Roteiro: Brian Hayles (adaptado por Catherine Harvey)
Direção: Lisa Bowerman
Elenco: Frazer Hines, Wendy Padbury, Caroline Faber
Duração: 120 min.

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