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Crítica | The Flash: Um Raio Cai Duas Vezes No Mesmo Lugar

por Luiz Santiago
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Leiam aqui as nossas críticas do Universo DC: Renascimento.

Joshua Williamson começou bem com o Flash. Seu roteiro para a one-shot de abertura da fase Rebirth do herói (ou The Flash Vol.5) foi uma bela peça emotiva, com passagem orgânica entre Ponto de Ignição, Novos 52 e Renascimento, e ainda apresentando as consequências iniciais do retorno do Wally original para o nosso Universo e as lambanças temporais do Doutor Manhattan nessa linha do tempo. Muita coisa para começar, não é mesmo?

Talvez por este motivo — ou seja, por ter plena noção de que as janelas abertas na one-shot demorariam um pouco para surgir nas mensais — foi que eu encarei este primeiro arco do velocista escarlate em Rebirth, Um Raio Cai Duas Vezes No Mesmo Lugar, com bastante paciência. A história abraça os novos leitores e ao mesmo tempo flerta com elementos do passado de Barry Allen, satisfazendo o desejo de veteranos em ver referências [pode usar o meme “sou fã, quero service” aqui] e dando deixas importantes para o que pode acontecer no futuro.

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Wally 2 treinando com Barry… o ciclo do ciclo do ciclo…

Barry segue trabalhando no Departamento de Polícia de Central City e tem aqui um amigo, o Detetive August Heart, que faz a sua estreia nos quadrinhos. O personagem é simpático, cheio de piadinhas e aparenta ter uma ótima relação com Barry, o que é confirmado mais adiante, quando o herói, aqui totalmente estressado e sofrendo de ansiedade por querer salvar todo mundo e estar em vários lugares ao mesmo tempo, coloca August em sua lista de prioridades de salvamento e vê o amigo policial ser atingido… adivinhem vocês… por um raio! Mas claro, não um raio qualquer. Um raio causado por uma tempestade da Força (não essa Força, a outra…) de Aceleração.

Aqui é necessário fazer uma pausa importante. Eu sei que alguns de vocês, devido ao mal exemplo da terrível série da CW, ou devido às apelações que a DC fez com a Força de Aceleração ao longo dos anos, tem o pé atrás com qualquer coisa onde ela apareça em um papel de destaque. E sim, eu confesso que dá algum medo mesmo. Mas aqui, fiquem tranquilos, a Força de Aceleração é apenas um… instrumento para algo maior, digamos assim. Posso afirmar que sua colocação no enredo é aceitável — não totalmente orgânica ou perfeita, mas aceitável — e que o grande papel nessa tempestade de raios, que acaba fazendo de Central City um lugar mais rápido para um bom número de pessoas, tem outro princípio, talvez ainda mais preocupante e sobre o qual ainda não temos muita informação: o grupo Buraco Negro.

Carmine Di Giandomenico é o principal artista do título e sua arte de traços soltos e finalização forte, um pouco suja, combina com o título, embora o leitor demore um pouquinho para se acostumar a ver Central City sob esses “olhos rápidos” que o desenho sugere. Ao longo das edições, Neil Googe e Felipe Watanabe assumem temporariamente o lápis e até fazem um bom trabalho, mas depois da identificação inicial, ficamos gratos em ver novamente os traços de Giandomenico nas edições finais. As cores em forte contraste de Ivan Plascencia, especialmente na representação do deslocamento dos velocistas e da força de aceleração no corpo dos personagens são aplaudíveis.

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Senhoras e senhores… Godspeed! 

Mas o maior destaque aqui é a primeira aparição (e revelação de identidade!) do novo vilão da DC, o GODSPEED. O personagem vale toda a atenção que tem tido. Ele não é um vilão do tipo “odeio todo mundo, vou destruir tudo!“. Longe disso. Embora sua história de vida seja batida — a velha força da tragédia — o caminho que o levou a ser um vilão é que importa e foi muito, muito bom acompanhar o desenvolvimento dele nesse arco. O Flash ganhou um baita de um inimigo para sua grande galeria.

Um Raio Cai Duas Vezes No Mesmo Lugar é um bom arco de início de era. Claro que diante da edição inaugural e do que o Universo do Flash pode proporcionar, o autor talvez tenha sido muito megalomaníaco e “se divertido demais” com a ideia de escrever uma história sobre as muitas faces da velocidade. Mas a aposta é boa e há uma grande promessa para o Buraco Negro e Godspeed no futuro. Só por essas duas novas criações, já valeria a leitura.

The Flash: Um Raio Cai Duas Vezes (Flash Rebirth #1 – 9: Lightning Strikes Twice) — EUA, 2016
Roteiro: Joshua Williamson
Arte: Carmine Di Giandomenico, Neil Googe, Felipe Watanabe
Arte-final: Carmine Di Giandomenico, Neil Googe, Andrew Currie, Oclair Albert
Cores: Ivan Plascencia
Letras: Steve Wands
Capas: Karl Kerschl, Carmine Di Giandomenico
24 páginas (cada edição)

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