Home QuadrinhosOne-Shot Crítica | X-Men: O Conflito de uma Raça

Crítica | X-Men: O Conflito de uma Raça

por Erik Blaz
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Será que rótulos arbitrários são mais importantes que o modo como vivemos? E o que dizem de nós, mais importante  do que realmente somos? Afinal de contas, quem pode me provar que você não é um mutante… E nós, a verdadeira espécie humana?

Scott Summers

Ainda no tema das Graphic Novels, por que não falar da primeira delas, com a estreia dos X-Men? Para aqueles que não sabiam, a primeira da grande série de Graphic Novels, é a dos X-Men e escrita por ninguém menos que Chris Claremont, o grande nome por trás de clássicos dos X-Men, alavancando os heróis mutantes e escrevendo grandes contos e sagas como a de Wolverine no Japão.

Resumidamente, neste conto desenhado por  Brent Eric Anderson, os X-Men e todos os mutantes no mundo se veem em uma perigosa cruzada dirigida pelo reverendo  William Stryker, um cristão fundamentalista com o desejo de purificar a Terra dos mutantes e para isso, quer usar o homem que dedicou toda sua vida para proteger o homo superior, Charles Xavier. Não só os X-Men como o maior inimigo deles, Magneto, percebem que precisam unir suas forças para deter este grande mal que desta vez, não é simplesmente um  vilão querendo dominar o mundo, mas sim, o puro racismo, preconceito e o polêmico fator religião difundidas na sociedade da época.

A primeira Graphic Novel, publicada em 1982 lá fora, com o nome X-Men: God loves, man kills (e aqui, em 1986 como O conflito de uma Raça) explora o lado racista e preconceituoso do mundo ao diferente, colocando junto a isso, algo que muitas vezes está relacionado a estes fatores, a religião.

Como em toda história dos X-Men, eles são alvos de preconceito e racismo, mas no conto de Claremont, isto é elevado a um nível muito maior, jamais feito antes. Nela, o ex-sargento Stryker, agora reverendo, investe suas forças e palavras para criar um “exército” de pessoas devotas, que junto a ele, pregam o extermínio da raça mutante, literalmente.

Do começo ao fim desta grandiosa história, somos banhados pelas ideologias de diferentes personagens, e dentre eles, o mais extremo, chega ao ponto de eliminar inocentes crianças com o fator mutante no sangue, sendo estas eliminadas de forma brutal. A loucura nesses atos fanáticos, esperando assim uma falsa e assustadora salvação para a humanidade, de uma forma horrível e infelizmente comum, como podemos analisar nos dias de hoje, percebendo assim, que não estamos muito longe de pessoas com tais pensamentos. Os desenhos de Brent são simples, lembrando alguns famosos desenhistas como John Buscema ou Romita, são clássicos e bem expressionistas. Observamos também que há outro elemento muito interessante na história, que é o fato de termos a 2ª formação dos X-Men neste conto e que nela, os integrantes são de diferentes países e também, de diferentes religiões como no caso de Kitty Pryde e Magneto, ambos judeus.

Os conceitos do certo e errado numa crença são testados até os limites, o que te prende a cada quadro desta trama e faz conhecer um pouco mais a origem do vilão e o porquê de sua insana batalha contra o Homo Superior. Uma das curiosidades  é que o 2º filme da trilogia dos X-Men, foi uma leve adaptação desta incrível Graphic Novel, onde William Stryker ainda é um militar, pouco diferente do original, porém, nas histórias em quadrinhos, o reverendo não tem nenhuma afiliação ao programa “Arma X” ou a Lady Letal. Se o leitor achou interessante, não deixe de caçar esta X-aventura seja ela, em qualquer tipo de mídia, é essencial para leitura.

X-Men: O Conflito de uma Raça (X-Men: God Loves, Man Kills) – EUA, 1982
Roteiro: Chris Claremont
Arte: Brent Anderson
Editora:
 Marvel Comics

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