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Crítica | X-Men Origins: Deadpool

por Luiz Santiago
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estrelas 3,5

A série X-Men Origins foi publicada pela Marvel entre 2008 e 2010 e teve, como o próprio nome diz, [novas ou adicionais] histórias de origem de diversos personagens sob diferentes pontos de vista. A primeira dessas publicações foi sobre Colossus (julho de 2008) e encerrando a série, em setembro de 2010, a origem de Deadpool, que trouxe o subtítulo The Major Motion Picture.

A edição recebe esse título porque coloca o Piscina Morta na preparação de seu próprio filme. No início, ele está entrevistando roteiristas que lhe trazem ideias de como abordar a vida de mercenário, os anos no Arma X, os romances e tudo o que supostamente o anti-herói viveu. Claro que todos esses escritores saem sangrando da sala do Tagarela, porque ele não aprova as ideias que ouve. Até que um roteirista chega para ouvir a história do personagem e não falar. E aí temos o cerne deste one-shot.

Duane Swierczynski nos diverte com uma abordagem metalinguística para toda a trama cinematográfica, o que evidentemente é muito interessante de se ler e algo que ao longo dos anos marcou as publicações de Deadpool, ou seja, quebra de quarta parede, metalinguagem, coro grego (muitas vezes declamado por Al Cega), conversa direta ou indicações de fala com o leitor… tudo isso dentro de um corpo textual verborrágico, já que o personagem nunca para de falar, fazer piadas e provocar seus inimigos e até mesmo o próprio leitor. É uma pena que o roteiro aqui não brinque com isso na quebra da parede dos quadrinhos, mas o faz diegeticamente em seu tema principal: o cinema.

A arte de Leandro Fernandez tem traços simples e obedece bastante os limites dos quadros, quase como se fossem enquadramentos de um filme. Em certa medida pode-se até dizer que lhe faltou imaginação para aprimorar a diagramação e integrar melhor os desenhos, o que não deixa de ser um ponto negativo, mas ao mesmo tempo, essa negatividade deixa de ser grave porque podemos entendê-la como parte da “cobrança” de uma arte mais plácida, inicialmente mostrada como um documentário de produção e em seguida mostrada como o filme em exibição, embora isso seja apenas uma parte da verdade, porque o final da história nos traz uma (inicialmente confusa) surpresa a respeito.

As brincadeiras com o modelo de produção explosivo (hehehe) de Michael Bay — o filme de Deadpool é algo à la Transformers –, a “recontagem” da história de origem do personagem com detalhes diferentes do que sabíamos até então e a escolha do autor para terminar a aventura com um toque familiar bizarro que é bem a cara do personagem foram ótimas escolhas. O leitor não vai encontrar aqui em The Major Motion Picture um roteiro fechadinho, com grande desenvolvimento dramático de personagens e criação de elementos canônicos notáveis. Mas com certeza encontrará um divertido processo de produção de um longa e ainda terá o benefício de ter maiores detalhes sobre a história de Deadpool antes de se tornar Deadpool.

X-Men Origins: Deadpool – The Major Motion Picture (EUA, 2010)
Roteiro: Duane Swierczynski
Arte: Leandro Fernandez
Cores: Steve Buccellato
Letras: Jeff Eckleberry
Capa: Mark Brooks
One-Shot (36 páginas)

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