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Crítica | Doctor Who – Especiais do 11º Doutor

por Luiz Santiago
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Assim como fizemos com os Especiais do 10º Doutor, ou seja, críticas à parte das temporadas às quais eles pertencem, faremos com os Especiais do 11º, interpretado pelo ator Matt Smith. O objetivo é de ampliar o Universo Who e dar um olhar particular para cada um dos episódios e minisódios realizados durante essa encarnação, e vale aqui dizer que não adicionamos os Especiais da comemoração de 50 anos da série porque esses terão críticas ou artigos explicativos maiores e por isso mesmo serão publicados em separado.

Diferente dos Especiais do 10º Doutor, os do 11º são bem curtinhos, a maior parte deles cômicos, algumas brincadeiras da produção e de Steven Moffat para nos fazer respirar um pouco entre uma tensão e outra causada pelos episódios da série regular. Não vamos citar à parte o esquete gravado para o Children in Need 2011, mas é importante dizer que é uma participação muito boa do Doctor no evento, além de engraçada e informativa, porque dá algumas ideias para o público (infantil e adulto, porque as crianças, creio eu, não vão entender a piada das 3 botas) sobre o guarda-roupa do Doutor, que ele acaba doando para o programa, inclusive.

Sobre os textos aqui contidos, vale dizer que os Especiais de Natal + Pond Life são de autoria de Ritter “Cyber Leader” Fan, já o restante dos textos sobre os pequenos especiais são de minha autoria, Luiz “Dalek Supreme” Santiago. Uma boa leitura a todos.

Geronimooooooo!
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Meanwhile in the TARDIS

Esses dois episódios são pré-sequências dos televisionados The Eleventh Hour e Flesh and Stone. No primeiro capítulo, temos Amy como nova tripulante da TARDIS, completamente ofegante e cheia de perguntas, criticando o Doutor por tudo: cabelo, roupas (inclusive a gravata-borboleta), o fato da nave ser de madeira, etc. O Doutor tenta explicar algumas coisas para ela, mas as críticas não param e ela tenta aos poucos se acostumar com a novidade. É na verdade um ótimo episódio de apresentação e funciona muito bem para um início de relacionamento entre o Doutor e a maravilhosa Amy Pond.

O segundo se passa em já avançada caminhada entre os dois, e Amy dá em cima do Doutor, que resiste bravamente aos encantos da bela ruiva (pelo meno ele tiraria o atraso com River Song). Esse episódio também é uma graça, e além do mais, Moffat insere vários elementos cultuais como os nomes de “Gandalf” e “o homenzinho verde de Star Wars”. Ver o Doutor fazendo essas citações não tem preço… Embora seja um pouquinho menos interessante que o primeiro Meanwhile… esse episódio se segura bem e não deixa de ser bastante divertido. 

Meanwhile in the TARDIS – Partes 1 e 2 (UK, 2010)
Direção: Richard Senior
Roteiro: Steven Moffat
Elenco: Matt Smith, Karen Gillan
Duração: 3 min. (cada episódio)

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Space / Time

Quem pode culpar Rory pelo que aconteceu no início do 1º episódio dessa dobradinha escrita por Steven Moffat para o Comic Relief de 2011? Se eu fosse esposo de Amy e a visse de saia através de um chão de vidro, eu derrubaria acoplamentos térmicos, cabos, peças, seja lá o que estivesse segurando. Impossível se concentrar em qualquer trabalho sério diante dessa situação. Dito isto e feita a devida defesa a Rory, vamos aos episódios.

Moffat já tinha escrito algo de Doctor Who para o Comic Relief, um episódio não canônico da série chamado The Curse of Fatal Death (1999), ainda durante o hiato do show. Este duo Space/Time é evidentemente muito melhor que o seu predecessor e ainda por cima pode ser considerado uma história canônica da série, porque trata-se apenas de um dia comum no intervalo entre as viagens do Doctor com seus companions, nesse caso, consertando com Rory um defeito qualquer da nave.

Além de ser bastante divertido, os episódios nos apresentam uma ótima relação de espaço-tempo e um probleminha da TARDIS presa dentro dela mesma que é fantástico, especialmente porque o roteiro de Moffat equilibra bem os dois lados, no que é ajudado pela direção e claro, pela montagem, precisa e inteligente. Imperdível!

Space/Time (UK, 2011)
Direção: Richard Senior
Roteiro: Steven Moffat
Elenco: Matt Smith, Karen Gillan, Arthur Darvill
Duração: 3 min. (cada episódio)

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Death is the Only Answer

A história desse mini episódio é fantástica e se torna melhor ainda quando você sabe quem escreveu. Em 2011, a produção de Doctor Who (Steven Moffat, Piers Wenger e Beth Willis) propôs um concurso cultural para as novas gerações da série. Em primeiro lugar, os participantes precisavam ter entre 9 e 11 anos de idade e estarem estudando na mesma escola. Eles deveriam escrever um roteiro em conjunto e o melhor roteiro seria produzido pela BBC para o Doctor Who Confidential (aquele fantástico programa que foca nos bastidores da série e que infelizmente foi cancelado após a 6ª Temporada da série original).

O grupo de alunos vencedores foi da Oakley C.E. Junior School, que escreveram um roteiro em que o Doctor consegue reaver o seu Fez após River Song explodi-lo e, ao chegar na TARDIS, tropeça e mexe em uma alavanca qualquer, dá um tilt no espaço-tempo e traz ninguém menos que Albert Einstein para dentro da nave. Há uma série de brincadeiras científicas no roteiro, o cientista acaba virando um Ood e tudo mais! É definitivamente uma boa história e só mostra que as novas gerações estão sendo alimentadas com comida alienígena, para serem muito mais inteligentes que o restante dos meros humanos.

Death is the Only Answer (UK, 2011)
Direção: Jeremy Webb
Roteiro: The Children of Oakley Junior School
Elenco: Matt Smith, Nickolas Grace, Paul Kasey
Duração: 4 min.

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Night and the Doctor

Esse Especial saiu no DVD da 6ª Temporada de Doctor Who, e traz, em 5 episódios, duas situações diferentes. Vamos nos centrar primeiramente nos episódios iniciais, que possuem uma ligação lógica entre eles, e então falaremos sobre o episódio final, que está devidamente separado dos outros e tem um motivo real de existir.

Bad Night e Good Night mostram as saídas do Doutor à noite para festas ao lado de River Song. Nós não vemos essas festas, mas esse não é o objetivo dos episódios, então os eventos “pós-balada” do Doutor funcionam muito bem dentro da estrutura que Steven Moffat criou para o roteiro. Nesses dois capítulos iniciais, o Doutor é surpreendido por Amy, que o espera acordada e quer falar algo sério com ele. Bad Night é mais cômico, e tem até uma pequena aparição do Rory, ao final (tanto esse quanto o outro se passa totalmente dentro da TARDIS). Já o Good Night é emotivo, traz uma conversa séria do Doutor com Amy sobre as memórias dela, a reclamação de que a vida não fazia sentido e uma surpresa tocante que fica entregue à imaginação do espectador. Ótima construção de Moffat para a amizade entre o Doctor e Amy.

First e Last Night também acontecem dentro do TARDIS, mas são episódios com River Song em pessoa, os títulos já deixam claro o que significam esses encontros dela com o Doutor. O último é um episódio bastante doloroso pelo que indica ser. E Alex Kingston está simplesmente maravilhosa, ela e suas três versões que aparecem na nave, resultado de mais um uso de paradoxos e bagunças temporais trabalhados por Moffat.

Up All Night é o último episódio dos Especiais e não tem nenhuma relação com os capítulos anteriores. Tecnicamente ele deveria ter sido liberado pela BBC antes de Closing Time, que é o episódio que aparece Gareth e o bebê “Stormageddon Dark Lord of All”. E por quê? Porque esse Up All Night mostra o que acontece antes do episódio televisionado, de modo que ele perde total sentido visto depois da série. Às vezes a BBC tem cada ideia…

Bad Night / Good Night / First Night / Last Night / Up All Night (UK, 2011)
Direção: Richard Senior (episódios 1 a 4), TBA (episódio 5)
Roteiro: Steven Moffat (episódios 1 a 4), Tom MacRae (episódio 5)
Elenco: Matt Smith, Karen Gillan, Arthur Darvill, Alex Kingston, James Corden
Duração: 4 / 5 / 2/ 3 / 3 min.

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Good as Gold

A concepção desse minisode é bastante parecida com a de Death is the Only Aswer, também escrito por um grupo de crianças de uma escola britânica. No caso desse episódio, trata-se do concurso “script-to-screen” do programa televisivo para crianças chamado “Blue Peter” (até onde eu saiba, o mais antigo da televisão, estando no ar desde os anos 50!).

A história aqui não é tão intricada quanto o episódio com Albert Einstein, mas traz uma trama bem interessante. Amy e o Doctor estão na TARDIS, o Time Lord aciona o “modo aventura” da nave e de repente a porta se abre e entra um corredor olímpico com a tocha nas mãos. Em seguida descobrimos que ele estava sendo perseguido por um Weeping Angel.

No sentido de “ameaça final”, é verdade que esse episódio tem maior apelo, porque a presença do Angel na última cena tem mais impacto que a melequinha verde deixada por Einstein (ou o líquido do pote que ele levava) anteriormente. Mas é uma história bacana, muito divertida e inteligente, com um dos inimigos mais inesquecíveis do Doutor.

Good as Gold (UK, 2012)
Direção: Saul Metzstein
Roteiro: The Children of Ashdene School
Elenco: Matt Smith, Karen Gillan, Elliot Barnes-Worrell
Duração: 3 min.

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Pond Life

Pond Life é uma divertida minissérie formada por 5 minisodes que nos conta, muito rapidamente, como é a vida dos Ponds com e sem o Doutor. Passada posteriormente à 6ª Temporada, quando o Doutor decide não mais ter Amy e Rory como companions e antes do início da 7ª Temporada, vemos a relação de interdependência entre eles, que seria explorada novamente nos episódios propriamente dito. Além disso, o finalzinho do último minisode tenta explicar o porquê dos Ponds estarem separados no começo da 7ª Temporada.

Dividido em episódios batizados com nomes de meses, para marcar bem a passagem de tempo, a narrativa mostra tanto o Doutor sozinho como os Ponds sozinhos e a constante interferência do Doutor na vida dos dois ex-companions. Afinal, sem nenhum cerimônia, o Doutor entra e sai da vida de Amy e Rory quando bem entende. A dinâmica é muito boa e explica muita coisa que vemos adiante na temporada.

Pond Life (UK, 2012)
Direção: Saul Metzstein
Roteiro: Chris Chibnall
Elenco: Matt Smith, Karen Gillan, Arthur Darvill
Duração: 5 min e 22 segundos (total).

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