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Crítica | Batman: Arkham Origins

por Guilherme Coral
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Tres-estrelas

Em Agosto de 2009 foi lançado o primeiro jogo da série Arkham, Batman: Arkham Asylum. O game revolucionou os jogos de super-heróis que, até então, haviam tido seu ponto alto em Spider-Man 2 e sua ambientação em mundo aberto. O segundo jogo da franquia, Arkham City abriu os horizontes do primeiro game, dando mais espaço para exploração e introduzindo outros vilões do universo do Homem Morcego. Além disso, houve diversas melhoras nas mecânicas de seu antecessor, apenas nos fazendo sentir ainda mais como o vigilante mascarado. Quebrando a sequência, que até então estava em seu ponto alto, o terceiro game, Arkham Origins, nos trouxe uma experiência quase idêntica ao seu antecessor.

Origins se passa alguns anos antes dos eventos de Asylum. Batman ainda é um super-herói amador, Gotham ainda está repleta de grandes criminosos (o que efetivamente muda muito, considerando as inúmeras fugas do Asilo) e o comissário ainda é Loeb – Gordon é capitão. O jogo começa com uma fuga em massa da prisão Blackgate, sendo liderada pelo criminoso Black Mask. O Homem Morcego intervém, mas acaba falhando e presencia a morte do comissário Loeb. A partir daí, nos encontramos pela primeira vez com Killer Croc, que foi contratado por Black Mask para assassinar Batman.

Com a derrota de Killer Croc, somos introduzidos ao enredo principal do jogo: Black Mask contratou inúmeros assassinos profissionais para caçar o morcego, que até então somente detinha criminosos menores, mas representava um risco crescente. Os mercenários contratados são Deathstroke, Bane, Deadshot, Copperhead, FireFly e Lady Shiva. Não é preciso dizer que cada um desses será um chefe ao longo do jogo.

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O Poderoso Chefão

O primeiro problema de Arkham Origins começa em seu próprio nome. Qualquer leitor de Ano Um ou Terra Um esperaria ver um herói mais inexperiente, desajeitado e com menos gadgets que seriam adquiridos de acordo com a necessidade do Homem Morcego. Quebrando essa expectativa, já começamos com um Batman dispondo de todo seu arsenal, uma roupa armadurada e mais protegida que a do primeiro game. Ainda assim, existem elementos que dão certa veracidade a essa história de origem: o herói está mais violento e acaba exagerando em alguns interrogatórios e ainda é caçado pela polícia.

O mundo aberto introduzido em Arkham City se manteve praticamente igual, ao ponto que parece estarmos no mesmo jogo. Isso não é necessariamente algo ruim; nada faz você se sentir o Batman do que planar pelas ruas de Gotham pulando de prédio em prédio. O problema é: mesmo não estando em um manicômio ou prisão como nos dois primeiros games, tudo o que encontramos são criminosos. Onde estão os bons cidadãos de Gotham? O motivo dado pelos desenvolvedores é que o jogo se passa na noite de natal, mas não há nenhum elemento na história que dê um motivo para tal ambientação. Fica, portanto, a sensação de que o desenvolvedores apenas escolheram essa noite para serem poupados do trabalho de projetar uma cidade realmente “viva”.

O ponto alto do game é sua mecânica. Da exploração, passando pela furtividade até os combates, tudo funciona perfeitamente bem. São controles fáceis de se aprender. Não há, contudo, praticamente nenhuma inovação em relação ao game anterior. Felizmente, esse era um ponto que não necessitava grandes mudanças. Somado às coisas que não mudam está o sistema de melhorias do herói, que permite aumentar o limite de sua vida, melhorar os dispositivos como os batarangs e conseguir novas habilidades.

Essas melhorias são adquiridas a partir da utilização de pontos de experiência que conseguimos através de lutas e missões. Diversos feitos também garantem esses pontos, como nocautear um inimigo de maneira específica. Além das missões, de tempos em tempos eventos randômicos aparecem enquanto exploramos Gotham, como resgatar um policial em perigo ou acabar com uma briga de gangues. Esses eventos, contudo, acabam ficando repetitivos, tendo em vista que sempre consistem em acabar com todos os inimigos um a um.

O jogo em si não é particularmente difícil, exibindo um grau de dificuldade não muito diferente dos anteriores da franquia. Somente algumas lutas de chefe demonstram certo desbalanceamento, tornando uma luta com mecânicas geniais, divertidas e dinâmicas em um suplício de se vencer, forçando-nos a repetir inúmeras vezes a batalha. Não se enganem, contudo, como um grande fã de Dark Souls estou acostumado a repetir a mesma sequência diversas vezes – o problema de Origins está no pulo inesperado e inexplicado do fácil para o injusto. O contrário também ocorre: em determinadas lutas de chefe conseguimos vencer com absolutamente nenhum esforço.

Batman X Deathstroke: Round 1

Batman X Deathstroke: Round 1

Em relação à dublagem do jogo, não há nada a não ser elogios. Todos os dubladores fazem um trabalho impressionante com seus personagens, inclusive Troy Baker que teve o difícil papel de substituir Mark Hamill como a voz do Coringa. Grande parte da emoção do game é passada através do ótimo trabalho desses profissionais.

Arkham Origins é um jogo nada ousado e mais parece uma estratégia para vender jogo fácil da nova desenvolvedora, WB Montreal. Apesar disso, ele ainda é um bom jogo e mesmo sendo inferior aos outros dois da série, ainda é melhor do que a maioria dos jogos de super-herói disponíveis. Se você ainda não teve a oportunidade de jogar Asylum e City, começar por Origins é uma boa pedida – veja qual história lhe é mais atraente. Já se você é um veterano dos antecessores, esse não é um game imperdível, funcionando somente para os apaixonados pela série.

Batman: Arkham Origins
Desenvolvedora:
 WB Games – Montreal; Splash Damage
Lançamento: 25 de Outubro de 2013
Gênero: Ação
Disponível para: PS3, PC, Xbox 360, WiiU

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