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Lista | Denis Villeneuve: Os Filmes Ranqueados

por Guilherme Coral
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Desde o primeiro longa-metragem dirigido exclusivamente por Denis Villeneuve, o diretor demonstrou ter uma carreira altamente promissora, expectativa essa somente que foi mais do que confirmada, com o canadense entregando-nos verdadeiras obras de arte a cada ano que passa. De 32 de Agosto na TerraBlade Runner 2049, sua filmografia é, verdadeiramente, invejável, não tendo sequer um filme que podemos chamar de ruim – na verdade, nenhum é menos que ótimo.

Tomamos para nós, portanto, a difícil tarefa de ranquear seus longa-metragens, do menos sensacional às obras-primas. Em razão do experimentalismo de alguns de seus curtas (todos também no mínimo bons, com um excepcional, vale lembrar), optamos por deixá-los de fora, assim como Cosmos, longa de 1996 que Villeneuve dirigiu apenas um dos segmentos. Como não poderia deixar de ser, essa lista é 100% pessoal; portanto, se não concordam com algo, não esbravejem, mas comentem abaixo com suas próprias listas, mesmo que ainda não tenham assistido Blade Runner 2049 ou qualquer outro de seus filmes.

***

9. Redemoinho
(Maelström, 2003)

Denis Villeneuve permite que mergulhemos na psiquê de seus personagens, criando uma narrativa extremamente subjetiva, que transmite todas as sensações vividas pela sua protagonista. Mesmo com as ocasionais rupturas no ritmo, esse é um filme que nos mantém imersos, a tal ponto que a crescente tensão cria uma espécie de prisão, da qual somente escapamos ao término da projeção. Como sempre, Villeneuve entrega não apenas um filme, mas uma experiência cinematográfica.

8. Sicario: Terra de Ninguém
(Sicario, 2015)

Sicario: Terra de Ninguém prova, de uma vez por todas, que Denis Villeneuve é capaz de sair de sua zona de conforto, abordando temáticas muito distintas daquelas que marcaram os primórdios de sua carreira cinematográfica. Com fortes atuações, magistral trabalho fotográfico e direção impecável, o longa somente peca, muito raramente, em trechos de seu roteiro e, mesmo com esses problemas, somos deixados impactados ao término da projeção.

7. Os Suspeitos
(Prisoners, 2013)

Se você tem alguma dúvida sobre assistir ou não Os Suspeitos (uma equivocada tradução do perfeito título em inglês Prisoners – mais sobre isso adiante), acredite neste crítico e vá assistir. E não necessariamente pela história, ainda que ela seja extremamente cativante, mas pelas pessoas envolvidas em sua produção, que carregam um pedigree que tornam a obra imperdível.

6. Polytechnique
(idem, 2009)

Polytechnique é um pequeno filme de caráter ambicioso lidando com uma tragédia verdadeira. Assim como Elefante, de Gus van Sant, alguns anos antes, trata-se de uma daquelas obras que, uma vez assistida, não será esquecida, ainda que façamos todos os esforços para arquivá-la naquele local da mente para onde vão as obras desconfortáveis demais para serem sempre lembradas por refletirem aquilo que já vemos ao nosso redor todos os dias, de uma forma ou de outra. Mas filmes que realmente interessam não nascem para serem agradáveis e sim justamente para incomodar. E isso Villeneuve faz brilhantemente.

5. 32 de Agosto na Terra
(Un 32 août sur terre, 1998)

Denis Villeneuve esquiva-se de uma história para lá de comum a fim de nos entregar um verdadeiro estudo de personagens, mostrando, logo cedo, todo o seu talento como diretor e roteirista. 32 de Agosto na Terra, como primeiro longa-metragem que podemos considerar efetivamente como sendo de seu diretor, representa toda a força narrativa de Villeneuve, capaz de nos mergulhar no psicológico de seus personagens de tal forma que permanecemos com eles muito após o término da projeção.

4. Incêndios
(Incendies, 2010)

Incêndios é um primor de roteiro, de direção e de fotografia e o momento final é apenas a cereja no bolo, uma espécie de coroação da complexidade do Líbano, onde mudanças de aliança, mortes, perdas e guerra foram constantes durante muitas décadas.

Incêndios é um filme imperdível, ponto final.

3. O Homem Duplicado
(Enemy, 2013)

Subjetivo, angustiante e passível de ricas interpretações, O Homem Duplicado novamente funciona como prova do talento de Denis Villeneuve, que nos entrega uma obra que deve ser digerida aos poucos e fazendo com que o espectador, por muito tempo, pense nela após o término da projeção. Criando um sentimento de solidão, tédio e desolação, temos uma narrativa que certamente atingirá os espectadores de formas diferenciadas, com direção, fotografia, atuações e trilha sonora todas atuando em conjunto a fim de nos tirar do lugar-comum, jogando-nos de cabeça na mente de seu protagonista.

2. A Chegada
(Arrival, 2016)

A Chegada é um filme que, visto de frente para trás ou de trás para frente ou mesmo em pedaços aleatórios aqui e ali, é uma obra-prima moderna. Uma produção que transborda elegância e inteligência em um conjunto harmônico e absolutamente arrebatador e que fará o que só os melhores filmes conseguem fazer: manter-se na mente dos espectadores por muito, muito tempo.

1. Blade Runner 2049
(idem, 2017)

Em determinada cena de Blade Runner 2049 vemos um anúncio holográfico, que diz: “tudo o que você quer ver. Tudo o que você quer escutar”. Ironicamente esse slogan representa justamente o oposto dessa mais nova obra de Denis Villeneuve, que não somente nos traz uma continuação que ninguém pediu, como entrega o que menos esperaríamos de uma sequência hollywoodiana. Usando a famosa frase, já clichê à essa altura do campeonato: Blade Runner 2049 não é a continuação que queremos, é a que precisamos – algo que enxergamos com total clareza ao término da projeção, estáticos diante dos créditos finais, cientes de que acabamos de ver uma verdadeira obra de arte.

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