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Lista | Ridley Scott

por Luiz Santiago
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Ridley Scott nasceu no Reino Unido, em 1937. Iniciou sua carreira na publicidade, e levou para o cinema a preocupação com o visual e a detalhada criação de ambientes. Seus filmes influenciaram e emocionaram gerações de diretores. Algumas de suas obras constam na lista de favoritos de inúmeros cinéfilos. O mais recente filme do diretor, Prometheus (2012), tem dividido a crítica e a opinião dos espectadores. É nesse momento que uma lista para relembrarmos a carreira do diretor é muito bem vinda.

O ranking abaixo foi criado a partir de listas individuais de Luiz Santiago (Luli), Ritter Fan (Dumbledore), e dos convidados especiais Ana Oliveira, Daniel Castro, Nelson Silva e Pedro Veblen. Os comentários são de Daniel Castro.

 

#10º Os Duelistas (1977)

Sinopse: Keith Carradine e Harvey Keitel estrelam este filme dirigido por Ridley Scott sobre dois oficiais do exército de Napoleão que se enfrentam violentamente numa série de duelos. Os duelos começam por causa de um incidente insignificante e se tornaram ferozmente compulsivos, passando a reger a vida dos dois homens, durante 15 anos. Baseado na história de Joseph Conrad, Os Duelistas explora os temas de obsessão, honra e violência. Este filme visualmente deslumbrante desenrola uma trama instigante até seu inesperado final. Foi premiado com Melhor Filme de Estreia em 1977, no Festival de Cannes.

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#9º Chuva Negra (1989)

Sinopse: Nick (Michael Douglas) e Charlie (Andy Garcia) são dois policiais de NovaYork com sérios problemas: eles deixaram escapar, em Osaka, um perigoso membro da Yakuza que haviam capturado depois de um violento tiroteio num restaurante novaiorquino. Agora, sem conseguir ajuda oficial da polícia japonesa, os dois partem para uma desenfreada busca pelas ruas de Osaka à procura do assassino fugitivo. Pelo caminho, eles esbarram com um audacioso plano da Yakuza que poderá abalar todo o mundo ocidental. Com imagens de uma Japão tradicional em choque com a violência dos tempos modernos, onde o perigo espera a cada esquina, em cada noite chuvosa.

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#8º Cruzada (2005)

Sinopse: Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro francês, que guarda luto pela morte de sua esposa e filho. Ele recebe a visita de Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), seu pai, que é também um conceituado barão do rei de Jerusalém e dedica sua vida a manter a paz na Terra Santa. Balian decide se dedicar também à esta meta, mas após a morte de Godfrey ele herda terras e um título de nobreza em Jerusalém. Determinado a manter seu juramento, Balian decide permanecer no local e servir a um rei amaldiçoado como cavaleiro. Paralelamente ele se apaixona pela princesa Sibylla (Eva Green), a irmã do rei. Um romance abraça a história das Cruzadas.

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#7º Falcão Negro em Perigo (2001)

Sinopse: Em outubro de 1993, os Estados Unidos enviaram um grande contingente de soldados para a Somália, que estava passando por uma guerra civil na época. O plano do exército americano era enviar tropas para o local a fim de desestabilizar o governo da Somália para poder levar comida e ajuda humanitária para a população faminta. Em uma de suas missões, cerca de 100 soldados são enviados para capturar dois generais somalianos mas a operação, que deveria durar em torno de uma hora, passa por complicações quando dois helicópteros Black Hawk são abatidos por atiradores do exército local. A partir de então tem início um grande conflito entre os soldados americanos e o exército local, que resulta em uma batalha de 15 horas e centenas de mortes.

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#6º Os Vigaristas (2003)

Sempre me pergunto porque Os Vigaristas passou tão despercebido assim não só do público, mas até mesmo de cinéfilos mais ligados. Protagonizado por um Nicolas Cage que largou todos os critérios (leia-se endividado), é um dos trabalhos mais divertidos de Scott, e ao contrário do que muitos possam acreditar: Nic Cage está excelente, sendo aqui uma de suas melhores performances. Regado à uma ótima trilha sonora, com uma bela seleção Classic Jazz, o longa conta a estória de um homem que vive de dar golpes em famílias comuns. São suas neuras de manter a casa fechada e seus tiques constantes que oferecem a Cage a possibilidade de entregar uma de suas composições mais inspiradas. O roteiro é bem sucedido ao aproximar o espectador de uma dupla (Sam Rockwel é seu parceiro) de trapaceiros ganhando a vida e por mostrar com criatividade como a personalidade neurótica e excêntrica da personagem de Cage muitas vezes atrapalha os negócios. Completa o elenco principal Alison Loham, fazendo a filha problemática de Cage.

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#5º Thelma & Louise (1991)

  

Se em Alien, o Oitavo Passageiro, Sigourney Weaver livrava a mulher da imagem fragilizada no Cinema, é em Thelma & Louise que Ridley Scott dedica mais tempo pra falar de mulheres que estão cansadas de serem meras posses nas vidas de seus maridos, passando a tomar as rédeas de suas próprias vidas. Protagonizado por uma das duplas mais lembradas do cinema americano, esse envolvente Road Movie se beneficia não só pelo roteiro – que oferece diversas situações para que aquelas duas mulheres testem sua coragem diante o mundo machista que vivem – , mas pela química e carisma de suas duas musas: Susan Sarandon e Geena Davis. Certamente você pode não ter visto Thelma & Louise, mas com certeza já deve ter encontrado alguma referência ou visto alguma cena por aí. Lembrado também por mostrar um jovem e pouco conhecido Brad Pitt fazendo a felicidade das mulheres. Ainda devo destacar a presença de Harvey Keitel, um dos mais injustiçados atores da chamada New Hollywood.

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#4º O Gângster (2007)

Primeira (e até o exato momento única) incursão de Ridley Scott no desgastado subgênero, ao adaptar roteiro de Steve Zaillin, leva para as telas a história de Frank Lucas, um dos maiores traficantes de heroína de Nova York durante os anos da ocupação dos EUA no Vietnã. Eficiente ao mostrar a América lidando com o descontrolado triunfo do capitalismo e injetar um toque de Spike Lee no subgênero – vemos o racismo vindo não só de uma sociedade “moralmente correta”, mas no mundo do crime organizado também. Aqui, Russel Crowe, o fetiche do diretor na última década passa a ser coadjuvante, dando o lugar de protagonista ao excelente Denzel Washington. Não bastasse o embate dessa dupla, o longa ainda conta com um memorável Josh Brolin servindo de antagonista para ambos, e um excelente trabalho de direção de arte. Gosto de destacar o subestimado Chiewetel Ejiofor (fãs de Steve McQueen, fiquem de olho nesse rapaz). Entusiastas do Hip – Hop contam com uma participação de RZA (conhecido por sua contribuição no Wu – Tang Clan), fazendo um dos policias da operação que planeja prender Lucas. Como de costume na filmografia do diretor, é recomendável ver sua director’s cut.

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#3º Gladiador (2000)

Sinopse: Nos dias finais do reinado de Marcus Aurelius (Richard Harris), o imperador desperta a ira de seu filho Commodus (Joaquin Phoenix) ao tornar pública sua predileção em deixar o trono para Maximus (Russell Crowe), o comandante do exército romano. Sedento pelo poder, Commodus mata seu pai, assume a coroa e ordena a morte de Maximus, que consegue fugir antes de ser pego e passa a se esconder sob a identidade de um escravo e gladiador do Império Romano.

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#2º Alien – O Oitavo Passageiro (1979)

Reinventando o suspense, Scott mostrava desde cedo sua genialidade. Com um controle absurdo de todas as ferramentas que um diretor tem ao realizar o filme, aos poucos os corredores escuros da nave espacial Nostromo são mostrados enquanto sua câmera passeia. Com a chegada do famoso ser que carrega o título do longa, Scott torna-se um verdadeiro maestro no que diz respeito a criar tensão. É a climatização perfeita, criada pelo som de portas se abrindo e fechando, do total abandono de trilha sonora e do ambiente pouco iluminado. Infelizmente, continuações pífias comandadas por Jean-Pierre Jeunet e David Fincher massacraram a curiosidade das gerações mais novas em conhecer tal obra. Outro ponto alto é a presença e performance firme de Sigourney Weaver, provando que enfrentar perigo e destruir criaturas ameaçadores, não é feito exclusive dos homens. Como muitos costumam dizer por aí (e não devo discordar); “Alien, o Oitavo Passageiro é o sci-fi que Alfred Hitchcock faria”.

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#1º Blade Runner – O Caçador de Androides (1982)

Adaptando o conto Do Androids Dream of Eletric Sheep? De Phillip K. Dick, já em meados da década de 80, Blade Runner apresentava uma realidade que cada vez mais a humanidade se aproxima de conhecer: viver em colapso ambiental em um mundo desumanizado e dominado por grandes corporações. Além de uma trama que em alguns momentos esbarra no noir, Blade Runner ainda possui uma ótima carga filosófica, belos cenários futuristas banhados a luzes, conduzidos por uma direção segura de Scott e uma trilha gélida de Vangelis. Harrison Ford em uma investida bem sucedida de livrar-se da imagem de “ator do Cinemão” adquirida em Star Wars. Rutger Hauer roubando a cena como o andróide inconformista, protagonizando algumas das cenas mais emblemáticas não só do longa, mas do gênero. Aquela Los Angeles do ano de 2019 é um dos universos que mais gosto de revisitar.

 

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