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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 7X11: Brand New Day

por Ritter Fan
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  • spoilers do episódio e da série. Leiam, aquias críticas dos outros episódios e, aquide todo o Universo Cinematográfico Marvel.

Brand New Day não só marca o retorno de Fitz à série – ou algo assim – como é o episódio que antecede os dois finais que irão ao ar no mesmo dia em 12/08, marcando o fim de uma era e, mesmo com essas características, ou talvez por causa dessas características, ele acaba desapontando. No entanto, como de costume nesta derradeira temporada, não se trata de um episódio ruim, longe disso. Ele apenas não é algo que faz jus a esse finalzinho.

Talvez o maior problema tenha sido Kora, a meia-irmã de Daisy que, finalmente, ganha a atenção que precisava  receber. Sua presença no Farol, porém, foi daquele tipo burocrático que tenta seguir a linha da vilã-que-parece-boazinha-mas-que-na-verdade-é-vilã-mesmo que cansa um pouco, com o roteiro auto-consciente demais dessa característica, levando os espectadores a joguinhos que vão desde a revelação de um plano de eliminação de pessoas-chave (Insight novamente) que é uma cortina de fumaça para um plano mais maligno ainda de infiltração de Sybil na base e, claro, da eliminação completa da S.H.I.E.L.D. nessa linha temporal nova. Entre May tentando ser psicóloga e Coulson subitamente desenvolvendo habilidades cibernéticas que nunca haviam se manifestado antes, talvez as duas únicas conclusões que decorram dessa linha narrativa que chove, mas não molha, sejam a confirmação de que sim, Jiaying (sou só eu que não consigo escrever o nome da personagem de cabeça?) morreu e que sim, a ação se passa em uma linha temporal nova.

A tentativa de Daisy de fazer o inesperado, como decorrência da chegada de Kora, é um pretexto para momentos simpáticos a bordo do Quinjet, tendo Mack como uma espécie de pombo correio – mas forte pacas, com cara de poucos amigos, ameaçador e que anda com uma espingarda-machado – entre a inumana e Daniel Sousa. Foi sem dúvida divertido ver Enver Gjokaj ter um tempinho para mostrar sua capacidade dramática ao voltar a encarnar seu personagem certinho, literalmente quadradão, que gagueja quando fala de mulher e parece um garoto levando bronca do pai. No entanto, essas sequência mais calmas, por assim dizer, foram apenas penduricalhos bonitinhos que revisitam temas e situações que já haviam ficado bem claras anteriormente.

No Z1, a coisa muda de figura, porém. Nathaniel continua irritante e violento como sempre e, pelo menos no meu livro, já convincente como vilão final – ou semi-final se Sybil aparecer fisicamente de alguma forma -, quase como um Darth Vader modesto na ponte de um cruzador Imperial dando ordens para seus subordinados e esmagando os órgãos internos de um deles. Mas o melhor foi ele servir de canal para o retorno de Fitz, ficando claro que uso “retorno” só porque são cenas novas com Iain De Caestecker, pois não foi um efetivo retorno do personagem. Quem esperava algo triunfal, talvez tenha ficado frustrado, mas devo dizer que gostei muito da forma como tudo foi construído. Primeiro, somos brindados com flashbacks do personagem, dando a entender que ficaremos só por aí, mas, quando Nathaniel conecta-se à máquina junto com Simmons para descobrir o paradeiro de Fitz, as tais sequências novas no passado/futuro dos dois são inseridas de maneira orgânica e abordando algo que já desconfiava há algum tempo: os dois, ao que tudo indica, tiveram uma “vida toda” onde quer que eles tenham estado, potencialmente tendo a filha que, por sua vez, seria a mãe de Deke.

Será que isso significa que Fitz não voltará de verdade? Pode ser. Duvido ainda, mas pode ser e, se for isso mesmo, será uma escolha corajosa dos showrunners que, devo admitir, gosto muito já de antemão (talvez até não seja uma questão de escolha, mas sim de impossibilidade mesmo). De certa forma, os momentos que vimos dos dois nesse “não-lugar” lembraram-me das sequências de David Bowman ao final de 2001 – Uma Odisseia no Espaço, em que ele vive sua vida inteira em um piscar de olhos. O lirismo embutido nessas sequências singelas, mas bonitas, é o que efetivamente retira esse episódio da perigosa linha mediana.

O clímax do episódio, com a chegada dos Chronicoms dessa linha temporal, é apoteótico e interessante, ainda que um pouquinho no estilo “coelho retirado da cartola”. Teria sido melhor um pouco mais de desenvolvimento desse conceito, com menos blá blá blá por parte de Kora e um pouco mais de Sybil/Nathaniel. O que me parece claro é que destruição e morte nessa escala, mesmo em uma linha temporal alternativa, não é algo sustentável e as chances de tudo ser revertido são grandes. Gostaria que não – torço para que não – e gostaria de ver os agentes lidando com a tragédia, que pode ser o catalisador para a tão melancolicamente prevista separação deles.

Brand New Day funciona como o episódio de retorno de Fitz por conseguir fazer isso de maneira inteligente e inesperada, mas, por outro lado, como episódio que antecede o final duplo de literalmente uma era, ele deixou a desejar. Em outras palavras, ele não fez muito para que a expectativa pelo encerramento aumentasse, servindo, apenas, de um tira-gosto pelo que está por vir.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 7X11: Brand New Day (EUA, 05 de agosto de 2020)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Keith Potter
Roteiro: Christopher Freyer
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wen, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, Natalia Cordova-Buckley, Jeff Ward, Enver Gjokaj, Tobias Jelinek, Thomas E. Sullivan, Dichen Lachman, Dianne Doan, Byron Mann, Fin Argus, James Paxton
Duração: 43 min.

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