Lira Paulistana foi um espaço de ressonância cultural e importante ponto de encontro de artistas vanguardistas em São Paulo. Entre 1979 e 1986, o Lira foi uma luz de novidade na música, literatura, jornalismo e quadrinhos na capital paulista, transformando a rua Teodoro Sampaio e a Praça Benedito Calixto em uma trincheira de pioneirismo, com artistas que hoje são muito conhecidos do grande público, como Arrigo Barnabé, Titãs, Ultraje a Rigor, Cólera, Luiz Tatit e Fernando Meirelles, além de um dos mais injustamente esquecidos artistas brasileiros, o grandioso Itamar Assumpção. Em documentário de Riba de Castro, um dos fundadores do Lira, o público tem contato e compreende a importância desse espaço quase mítico de criação no seio da grande metrópole brasileira.
A base do filme são os depoimentos, intercalados com vídeos e fotografias da época, uma escolha estrutural que já nos primeiros 15 minutos apresenta certo cansaço narrativo, exatamente porque a quantidade de pessoas que aparece na tela e a pequena duração dos depoimentos dispersa bastante o espectador. Conforme o filme avança, essa opção é melhor abstraída pelo público e aos pouco vai se modificando, uma vez que entendemos melhor a história do espaço documentado.
Algo que me chamou atenção no filme foi o tipo de música que alguns grupos faziam, algo meio entre a narração e o canto, coisa que não me agradou. Fico imaginando como o público da época reagia àquelas composições e apresentações… O que da fato parece muito incrível é a atmosfera e a função de “ponto de encontro” que o Lira encabeçava. Só de pensar em um lugar onde a nata da arte de vanguarda (especialmente musical) de uma cidade se encontra já é algo que põe em alerta qualquer indivíduo que goste de arte. Pensando assim, entendemos o poder e o grupo de pessoas que corriam para o Lira, mesmo que não fossem se apresentar.
Em resumo, Lira Paulista é um documentário muito bom, considerando que o espectador entenda o cansaço vindo da montagem no início do filme. A história do local é perfeitamente compreendida pelo público e a emoção dos entrevistados é visível. Percebemos o quanto o Lira foi profissional e emotivamente importante para os seus frequentadores, algo que se torna claro durante as entrevistas. Também o tom de humor adotado da metade do filme para frente ajuda a dispersar aquela atmosfera um tanto confusa e densa do início do longa. Mesmo quem nunca ouviu falar no espaço se emociona quando o filme termina. Vale muito a pena conferir.
Cobertura do 4º In-Edit Brasil
#Dia 6
Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista (Brasil, 2012)
Direção: Riba de Castro
Duração: 97min.
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