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Crítica | A Casa da Árvore Mágica – Livro 1: Dinossauros Antes do Anoitecer, de Mary Pope Osborne

Dois irmãos em uma aventura fantástica.

por Luiz Santiago
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A Casa da Árvore Mágica é uma famosíssima série americana de livros infantis escrita por Mary Pope Osborne. Consta que a autora teve a ideia para esta saga protagonizada por dois irmãos enquanto trabalhava em um abrigo para adolescentes sem-teto, como contadora de histórias. Ao perceber o encanto das crianças e adolescentes ao ouvir grandes aventuras protagonizadas por meninos e meninas de sua idade, ou mesmo mais novos, a autora buscou criar um Universo onde fosse possível colocar duas crianças vivendo aventuras nos mais diversos lugares do mundo, nos mais diversos tempos possíveis. E foi com esse pensamento que ela deu o pontapé inicial para a série, com o carismático Dinossauros Antes do Anoitecer, lançado originalmente em julho de 1993. 

A trama se passa em um lugar da Pensilvânia (EUA) chamado Riacho do Sapo, e é lá que vemos Aninha (7 anos) e João (8 anos e meio) brincando numa região de mata perto de casa. De imediato, a autora exibe o caráter impulsivo, aventureiro e xereta de Aninha, que se comporta como uma criança curiosa de 7 anos de idade, o tempo inteiro fazendo-de-conta e, na maioria das vezes, desprovida de qualquer tipo de medo diante de um animal, mesmo os bichos monstruosos que encontrará no final do Período Cretáceo (65 milhões de anos atrás), para onde viaja com o irmão.

No meio da brincadeira, a dupla encontra uma casa na árvore cheia de livros. Um certo pedido de João faz com que ele e Aninha sejam transportados, com casa na árvore e tudo, para o período do Pteranodonte que João disse querer conhecer pessoalmente. É nesse ambiente que a trama do livro se passa e tudo ocorre como é de se esperar nos livros infantis, com ações vindo de maneira rápida, às vezes com detalhes que, infelizmente, acabam sendo interrompidos para a exposição de uma gracinha ou outra dos personagens — algo majoritariamente dispensável em si, mas que algumas vezes se torna uma ponte para diálogos e sequências de humor. Em outras ocasiões, essa brecha abre espaço para alguns novos desafios, como a colocação de um personagem diante de um animal gigante ou de qualquer outra dificuldade.

Isso é o que de fato acontece aqui, mas o texto não perde o seu lado divertido por conta dessa interrupções, especialmente porque a diferença de comportamento entre Aninha e João acaba sendo a mola que impulsiona a aventura para frente, com ela sempre insistindo corajosamente (e imprudentemente também) a se meter em situações perigosas e ele sempre cuidadoso com tudo. Lá pelo final veremos uma pequena troca desses comportamentos (cena com o T-Rex) que funciona bem pela quebra de expectativa, mas logo tudo volta ao que era antes.

O pico de ação do livro é relativamente desperdiçado pela autora, e temo que isso tenha a ver com o tamanho do livro (não tenho certeza se o número de páginas era uma imposição para ela, mas se tivesse alongado um pouco, o resultado seria melhor). Mesmo assim, a conclusão se dá sem saltos bizarros na narrativa, com a dupla voltando para a casa da árvore e João com o medalhão no bolso, uma misteriosa peça de ouro com uma letra “M” gravada que nem ele nem Aninha sabem como pode ter ido parar na época dos dinossauros. Eis algo que não é revelado neste livro, pois depois de tanta correria, a dupla só tem um compromisso: atender ao chamado da mãe e voltar para casa. O gancho para o próximo livro se dá aí e, devo dizer, apesar de algumas decepções ao longo da trama, definitivamente é um cliffhanger que nos pega, deixando-nos muito curiosos para saber como as coisas se desenvolverão daqui para frente.

A Casa da Árvore Mágica – Livro 1: Dinossauros Antes do Anoitecer (Magic Tree House – Book 1: Dinosaurs Before Dark / Valley of the Dinosaurs) — EUA, 28 de julho de 1993
Autora: Mary Pope Osborne
Ilustrações originais: Salvatore “Sal” Murdocca
No Brasil: Farol Literário (2013)
Tradução: Luciano Machado
80 páginas

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