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Crítica | A Maldição da Aranha (1958)

por Leonardo Campos
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Os anos 1950 foram profícuos para o terreno dos filmes de insetos assassinos, modificados geneticamente com o advento do horror atômico. A Maldição da Aranha, de 1958, dirigido por Bert L. Gordon, tendo como direcionamento, o roteiro escrito por George W. Yates e Laszlo Gorog, aborda o ataque de uma enorme aranha numa cidade interiorana. Na abertura, um homem dirige pela estrada depois de ter saído da região para comprar um presente para a sua filha. Ele contempla a joia, feliz ao imaginar a recepção de sua amada garota. O problema é que no deslocamento, ele visualiza algo tão aberrante na estrada que sofre um acidente. Uma tragédia que apenas nós compartilhamos, pois no trecho seguinte, Carol Flynn (June Kenney), junto ao seu namorado Mike Simpson (Eugene Persson), começam a organizar uma busca, pois o pai já deveria ter retornado para casa. Preocupados com o sumiço, eles sequer desconfiam os motivos.

Ninguém acredita na versão dos jovens até o momento em que as coisas se revelam e o horror se alastra pela cidade. Ao encontrar os destroços, Carol e Mike encontram uma caverna próxima, reduto para uma tarântula de enormes proporções. A reação é de pavor e depois de alguns momentos de perigo, conseguem escapar e retornam para a cidade. Eles acionam o xerife e um cientista, personagens incrédulos diante do relato, mas que providenciam o DDT para aniquilar o monstro. A tentativa de envenenamento, infelizmente, não dá certo. Mais agitada, exposta em cena pelos truques dos efeitos especiais da equipe de Flora M. Gordon, a aranha toca o terror e nos diverte com suas aparições frequentes, contempladas pela direção de fotografia de Jack A. Marta, responsável por expor em cena, a feição de medo dos personagens e os ataques do monstro em diversas situações na cidade, situações reforçadas pela trilha sonora tranquila de Albert Glasser.

O design de som supervisionado por Bruce Schoengarth dá para o monstro os grunhidos entre as idas e vindas para a caverna, território que mais parece um cemitério, repleto de cadáveres e restos mortais assombrosos. O casal protagonista, ao retornar para a região, tendo em vista recuperar o presente comprado pelo pai de Carol, acaba preso lá, depois que explosivos são acionados. Agora, o xerife precisará arrumar uma estratégia para salvá-los, sem deixar que a aranha escape e promova novos ataques escabrosos. Selados no local, eles enfrentam o aracnídeo gigante, antes das autoridades conseguirem enviar cordas para o resgate. Depois de tanta batalha, a aranha acaba empalada e mais uma vez, por enquanto, todos estão salvos. Sem ser enfadonho e tomado pelo marasmo dos filmes de animais assassinos que nem aparecem, geralmente por falta de orçamento, em A Maldição da Aranha, o bichão aparece constantemente.

Dentre as cenas de maior destaque, temos um baile de estudantes tomado por uma energia esfuziante, mas que dá errado com a chegada da tarântula monstruosa. Ela mata, se alimenta, depois volta para o seu reduto. É o momento de descanso para atacar novamente. O xerife, ao tentar dar cabo do enorme aracnídeo, é uma das vítimas da trilha de corpos discretamente espalhados pela cidade que nunca havia contemplado tanto medo e pavor. Organizado dentro dos velhos clichês sobre pessoas incrédulas diante da notícia que só tomam providências depois que o desastre já está alastrado, A Maldição da Aranha é um filme bastante divertido e consciente de suas limitações dramáticas e orçamentárias, uma produção que consegue dar conta de sua proposta e entrega um dos melhores deste segmento, realizado numa época também acompanhada por louva-deus, escorpiões, formigas, etc.

A Maldição da Aranha (Earth vs. The Spider) — Estados Unidos, 1958
Direção: Bert L. Gordon
Roteiro: George W. Yates, Laszlo Gorog
Elenco: Ed Kemmer, June Kenney, Eugene Perssons, Gene Roth, Troy Patterson, Hal Torey
Duração: 73 min.

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