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Crítica | A Morte Convida Para Dançar (2008)

Refilmagem caminha por um novo ponto de partida, mas se perde em suas intenções.

por Leonardo Campos
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Com alguns momentos interessantes, mas resultado geral decepcionante, a versão 2008 de A Morte Convida Para Dançar é tudo aquilo que o filme ponto de partida não é: dinâmica, veloz, objetivo e consciente das limitações de sua trama. Ainda assim, na oportunidade de consertar o que o outro não conseguiu fazer, os realizadores pecam pela obviedade excessiva de muitas situações, bem como a inserção de subtrama inúteis que ajudam na composição das lacunas que a história central deixa, sem conseguir, por sua vez, suturar os seus problemas de maneira convincente. O que o leitor, inicialmente, precisa saber, é que não há conexão alguma com o filme de 1980, a não ser o banho de sangue durante o baile de formatura de um grupo de jovens que terá de lidar com a sanha assassina de uma misteriosa figura violenta, em retorno diante de alguma situação do passado, para cobrar coisas que ficaram em aberto, a martelar em sua memória transtornada e sanguinária. Aqui, o centro de tudo é uma garota que teve a família assassinada por um homem que mais adiante, terá as suas motivações explicadas.

Ela é Donna Keppel (Brittany Snow), jovem que passa por situações traumáticas ao voltar do cinema com as suas amigas e perceber que o irmão e o pai estão mortos. Ainda falta a sua mãe, bônus do assassino que fica para a contemplação da garota, escondida embaixo da cama e testemunha do ato violento terrível. Logo após essa abertura, acompanhamos a jovem numa sessão com a sua terapeuta, personagem que comenta algo sobre traumas e psique e explica para Donna a projeção dos seus medos no mundo onírico. Sabemos que o baile está chegando e os seus tios, agora os seus responsáveis, fazem de tudo para que a moça não perca o evento, mais uma das tantas chances de se reinventar e seguir adiante em suas fases do luto. Ela e suas amigas pretendem curtir ao máximo o evento, mas parece que o fantasma do passado está de volta e pretende, silenciosamente e como um super-herói, promover a destruição.

Ele é Fenton (Jonathan Schaec), o antigo professor da jovem, um homem que ficou obcecado pela loira e após ser afastado pelo assédio, decidiu que os dois ficariam juntos para sempre, ceifando a vida de seus familiares e sendo preso adiante. Agora, após fugir da cadeia, ele pretende ter Donna de volta, mesmo que isso custe a vida de tantas pessoas pelo caminho. Em sua travessia até chega ao local onde a moça se encontra, ele mata sem piedade, trocando identidades, carros, roubando o que pode para conseguir driblar os investigadores, em especial, Winn, o detetive interpretado por Idris Elba. Como um passe de mágica, essa versão alternativa de Michael Myers aniquila camareiras, funcionários do hotel onde será sediado o baile, bem como policiais, os amigos de Donna, culminando numa trilha de corpos no melhor estilo slasher, com direito ao final apoteótico no lar doce lar da garota, espaço para somar mais alguns cadáveres em sua extensa lista de crimes. Diverte? Sim. Funciona? Sim, dentro de todas as suas limitações, inclusive, com duas referências aos clássicos Halloween: A Noite do Terror e O Silêncio dos Inocentes, ambas adequadas, escolhas eficientes para os momentos em que estão inseridas.

Na versão 2008 de A Morte Convida Para Dançar, as coisas são objetivas, não há espaço para respirar com muitas bobagens, afinal, os diálogos das jovens, a disputa pela coroa do evento e outras situações do tipo já são suficientemente banais. Falta, no entanto, “algo”. Terminei o filme sem conseguir explicar. Talvez a trama seja artificial demais, sabe? Como uma imitação superficial de algo visto anteriormente, não necessariamente melhor. Pensei na direção de Nelson McCormick, no roteiro de J. S. Cardone, autor que já tinha realizado uma leitura morna de clássicos no morno e juvenil Vampiros do Deserto. Talvez sejam as duas coisas. Devo dizer que a música de Paul Haslinger atende aos requisitos, a direção de fotografia de Checco Varese permite ótimas passagens e o trabalho de edição cria transições que privilegiam o ritmo da trama. Mas, falta um pouco de personalidade e carisma por parte dos personagens, dentre outras coisas que tal como já dito, não consegui identificar. Você, caro leitor, pode colaborar?

A Morte Convida Para Dançar (Prom Night/Estados Unidos– 2008)
Direção: Nelson McCormick
Roteiro: J.S. Cardone
Elenco: Brittany Snow, Scott Porter, Jessica Stroup, Dana Davis, Collins Pennie, Kelly Blatz, James Ransone, Brianne Davis, Kellan Lutz, Mary Mara, Ming-Na, Johnathon Schaech, Idris Elba, Jessalyn Gilsig, Linden Ashby, Jana Kramer, Rachel Specter, Valeri Ross, Lori Heuring,Jay Phillips, Nicholas James
Duração: 90 min.

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