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Crítica | A Revolta dos Sete Homens

por Guilherme Coral
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estrelas 2

Após uma sequência desnecessária, que não se saiu nada bem nas críticas, mas que conseguiu um bom número de bilheteria, mais uma continuação para o clássico Sete Homens e um Destino foi realizada. A Revolta dos Sete Homens, portanto, mais uma vez traz Chris Adams como protagonista, dessa vez vivido por outro ator, George Kennedy, visto que Yul Brynner se recusara a retornar para o papel. De fato, do elenco original nenhum mais permaneceu, tornando essa uma formação inteiramente nova do grupo. A grande questão é se ela é realmente necessária ou não.

A trama, dessa vez, gira em torno de um grupo de revolucionários no México, que é capturado pelo exército mexicano. Escapando dos federales, um deles acaba entrando em contato com Chris Adams (George Kennedy), que, naturalmente, decide juntar um grupo de sete homens para ir contra a base do exército na qual os revolucionários estão sendo mantidos. Seguindo de forma clichê, o roteiro de Herman Hoffman segue a mesma receita de bolo dos dois filmes anteriores: um problema surge, o grupo é formado, eles cavalgam ao som da música tema, se encontram com os bandidos, arranjam uma solução e partem para o tiroteio final.

Evidentemente que, a tal ponto, a ausência de novidade em um longa-metragem que já é o terceiro da franquia mais do que cansa o espectador, que desde já é deixado com poucos motivos para se assistir o filme a não ser que seja um fã muito devoto do western que sente prazer em absolutamente qualquer coisa do gênero. Até os problemas de A Volta dos Sete Homens são mantidos, visto que não temos uma construção efetiva de nenhum personagem, é o mesmo faroeste de homens sendo machões sem oferecer qualquer arco dramático efetivo, ao ponto que o único momento que verdadeiramente ansiamos por é o bangue-bangue final.

Esse, pelo menos, é realizado de forma a nos envolver, com a morte sendo colocada como uma nítida possibilidade desde os trechos iniciais. Há um certo exagero na duração do clímax, como fora feito na obra anterior, mas, felizmente, isso não afeta o desfecho consideravelmente. Claro que, sem uma imersão já formada a tal ponto, assistimos a troca de tiros com uma certa apatia e a morte dos personagens não nos afeta tanto quanto fora intencionado pelos realizadores. O baixo custo da produção também não ajuda, forçando os atores a mostrarem o sangue em suas mãos para sabermos quem morreu ou não.

Mesmo a trilha de Elmer Bernstein, já familiarizado com a série de filmes, não inova e realiza basicamente arranjos de temas já vistos anteriormente. Naturalmente que a música tema não precisa ser mudada, visto o quão icônica se tornou ao longo dos anos, mas uma presença musical de maior peso seria interessante até para salvar muitos trechos da narrativa, que soam lentos demais ou simples e pura enrolação, que tenta nos deixar ansiosos para o gran finale, sem verdadeiramente conseguir tal feito.

A Revolta dos Sete Homens é, portanto, mais uma continuação genérica do clássico de 1960, evidenciando que os sete precisam mesmo é se aposentar (no caso somente Chris, já que ele é o único a permanecer da formação original). O longa ainda teve o azar de ser lançado na mesma época que o fantástico Meu Ódio Será Sua Herança, o que torna esta continuação de Sete Homens e um Destino ainda mais apagada dentro do cenário do western. Certamente temos aqui um filme desnecessário que não oferece nada de novo à franquia ou ao faroeste como um todo.

A Revolta dos Sete Homens (Guns of the Magnificent Seven) – EUA, 1969
Direção:
 Paul Wendkos
Roteiro: Herman Hoffman
Elenco: George Kennedy, James Whitmore, Monte Markham, Reni Santoni, Bernie Casey, Scott Thomas, Joe Don Baker
Duração: 105 min.

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