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Crítica | A Tumba da Múmia

por Pedro Cunha
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A curiosidade dos homens para com as múmias não é recente e se o homem se interessa por alguma coisa, não demora muito para isso ganhar a atenção de Hollywood. Em 1940 foi lançado A Mão da Múmia e, em 1942, os cinemas receberam sua continuação direta, produzida pela Universal, A Tumba da Múmia, só que agora, não é Christy Cabanne que está no comando do longa,e sim Harold Young.

O roteiro, escrito por Griffin Jay e Henry Sucher, começa com um grupo de pesquisadores em uma expedição, a qual a dupla não faz questão de contar sobre o que é. Tudo está bem quando pesquisadores descobrem uma tumba. Sem saber ao certo o que encontrar, os destemidos resolvem abri-la, e dentro dela, surpreendentemente, há uma múmia. Estupefatos pela descoberta, começam a estudar aquele cadáver.

Todo esse início de trama já tinha sido mostrado para a audiência em 1940, com o primeiro longa da série. Infelizmente isso ocupa quase que 10 minutos do filme, que já não é grande. O que é aceitável se olharmos com a ótica dos anos 40, época não havia VHS, DVD e muito menos Netflix, então, recapitular algo que já foi visto, só que a dois anos atrás é uma estratégia até que inteligente.

Não demora muito para o monstro acordar, mas logo tudo é resolvido. Anos depois, um ritual é feito e a múmia, que foi morta, revive outra vez. Agora guiada por um mestre que quer vingar-se de todos os pesquisadores que estavam no primeiro incidente com o morto-vivo. Assim, vemos o ser indo para uma pequena cidade e é lá que grande parte da trama acontece.

A Tumba da Múmia tem tudo que um filme de monstro produzido pela Universal deve ter, nele vemos donzelas em perigo, mortes feitas de formas variadas, sendo que nenhuma é realmente aterrorizante, a múmia correndo, ainda que devagar, atrás de suas vítimas, pessoas correndo atrás do monstro com suas tochas no último arco e uma cena de um casal namorando dentro de um carro, sendo esse último, o mais importante entre todos os outros.

Apesar de cumprir a fórmula dos outros ótimos filmes da Universal, a obra está longe de ser boa, ela tem um roteiro fraco, no qual a única motivação é ganhar mais dinheiro às custas do primeiro filme, que foi um sucesso. Uma das principais tarefas de uma continuação é explorar aquilo que não foi explorado no seu antecessor e abrir novos horizontes para aquela história, missão essa que não foi feita no longa de sessenta minutos.

O filme é um ótimo exemplo para muitos produtores e fãs que ficam aflitos por uma continuação de algo que, na verdade, não deve ser continuado. Muitas histórias só tem apelo para serem contadas uma única vez e quando são alongados ficam como, parafraseando Bilbo Bolseiro, “Manteiga espalhada por um pedaço muito grande de pão”. Existem grandes histórias que ainda não foram contadas, cabe aos criadores irem atrás delas, mas por favor, vão um pouco mais rápido que a múmia, porque ela se arrasta demais.

A Tumba da Múmia (The Mummy’s Tomb) — EUA, 1942
Direção: Harold Young
Roteiro: Griffin Jay, Henry Sucher
Elenco: Dick Foran, John Hubbard, Elyse Knox, George Zucco, Wallace Ford, Turhan Bey, Virginia Brissac, Cliff Clark
Duração: 60 min.

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