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Crítica | Absolute Evil (Edição Única)

O aniversário de um ano do Universo Absolute.

por Ritter Fan
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Para marcar o aniversário de um ano da estreia do extremamente bem sucedido Universo Absolute, a DC Comics lançou Absolute Evil, uma HQ de edição única que como o nome indica, foca nos grandes vilões até agora apresentados ao longo dos arcos de Absolute Batman, Absolute Superman, Absolute Mulher-Maravilha, Absolute Flash e Absolute Lanterna Verde, ou seja, Hector Hammond, Elenore Thawne, Ra’s al Ghul e o Coringa em uma literal reunião executiva convocada por Veronica Cale, representante do governo americano, para lidar com a ameaça representada pelo surgimento quase simultâneo dos super-heróis, com uma participação secreta de Brainiac nos bastidores e a apresentação de um vilão clássico bem no finalzinho, para servir de teaser. Não é uma história com ação propriamente dita, mas sim com muita exposição que alarga o escopo e a mitologia desse novo universo, servindo também para apresentar a versão Absolute do Arqueiro Verde cujo primeiro arco começará a ser publicado em 2026.

E esse escopo é aumentado com Cale explicando que outros super-heróis já surgiram nesse universo em décadas anteriores e que todos eles foram neutralizados de uma maneira ou de outra, com as breves histórias de Carter Hall (Gavião Negro), Wesley Dodds (Sandman), Ted Grant (Pantera) e Arnold Raymond Munro (Iron Munro) que, em outras circunstâncias, poderiam ter formado a Sociedade da Justiça. Isso serve de contexto comparativo paras as ameaças metahumanas do tempo presente, que são muito mais poderosas, inclusive o Batman que Cale apenas acha que é apenas humano, mas que, mesmo que seja, é em um nível nunca antes atingido (o bom e velho preparo, claro!). O que Cale quer é uma aliança do governo com os empresários na mesa de reunião em que boa parte da história se passa, para que os novos disruptores do status quo possam ser eliminados.

Óbvio que isso levanta dúvidas e questionamentos, especialmente do falastrão e piadista Hammond que leva o Coringa a fazer a revelação bombástica que sua corporação localizou algo batizado de partícula Ômega que, claro, ele não sabe, mas se conecta com Darkseid, dando azo a todo um discurso forçadíssimo que Al Ewing escreveu para mostrar por A+B que ele é que estão certos e que eles, então, devem lutar por justiça em conjunto, basicamente fundando ali não o Sindicato do Crime, a Liga da Injustiça ou a Legião do Mal, mas sim a própria Liga da Justiça. Não é que não faça sentido as corporações se juntarem para proteger o status quo de ameaças, pois isso acontece na vida real. O que me causa espécie é ser necessária toda uma elucubração filosófica para justificar esse caminho, enquanto todos ali estão carecas de saber que a razão efetiva de eles agirem como agem é a boa e velha ambição desmedida. Ewing tentou passar uma demão de verniz por cima de tudo para dar um ar mais sofisticado a seu texto, mas tudo o que ele conseguiu, pelo menos no meu caso, foi me fazer rir.

Mas o mais bombástico acontecimento de Absolute Evil não é a formação da Liga da Justiça dessa maneira, mas sim algo relacionado a Oliver Queen, que aparece no começo decidido a usar sua fortuna para fazer o bem, já com seu uniforme, flechas, conversível e a Flecha-Caverna, conversando com Roy Harper ao telefone. Não vou revelar o que acontece aqui, mas a HQ, como disse, acaba servindo també de “piloto” para Absolute Arqueiro Verde, ainda que, com o que é feito aqui, resta saber exatamente como e em que circunstâncias, o que saberemos em alguns meses.

Com Absolute Evil, a DC Comics fala mais desse seu universo até bem pouco tempo atrás vazio de super-heróis e subverte a lógica clássica dos quadrinhos do gênero em que os heróis se unem para lidar com os vilões, fazendo os vilões se unirem primeiro para lidar com os heróis que representam pontos de ruptura ao mundo ordenado para eles em que vivem. Será interessante ver se a editora pretende lançar uma HQ da Liga da Justiça com essa formação ou se isso só será mesmo abordado nas diversas publicações dessa linha editorial.

Absolute Evil (EUA, 2025)
Roteiro: Al Ewing
Arte: Giuseppe Camuncoli
Arte-final: Stefano Nesi
Cores: Romulo Fajardo Jr.
Letras: Tom Napolitano
Editoria: Ash Padilla, Andrew Marino, Chris Conroy
Editora: DC Comics
Data original de publicação: 1º de outubro de 2025
Páginas: 33

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