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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 2X05: A Hen in the Wolf House

por Ritter Fan
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estrelas 4

Aviso: Há SPOILERS na crítica.

Personagem nova, o fechamento de dois ciclos (ou seriam três?) e a abertura de outro. Esses são os elementos que marcam o ótimo A Hen in the Wolf House, episódio que reafirma a continuidade de Agents of S.H.I.E.L.D. e, depois da leve derrapagem que foi o episódio anterior (apesar da luta May v May, claro), coloca a série novamente nos trilhos.

A nova personagem é vivida por Adrianne Palicki, cuja presença regular na série já havia sido anunciada desde antes da estreia dessa temporada. Ela nos é apresentada como a durona chefe de segurança da Hydra que investiga a alegada existência de um agente duplo no local onde Simmons trabalha exatamente como tal. De certa forma, Palicki lembra Lucy Lawless como Izzy, no primeiro episódio, com o mesmo porte e olhar penetrante. Apesar de a Marvel ter feito o favor de revelar que ela viveria Bobbi Morse, que todos os Marvetes conhecem como a heroína loira Harpia (há uma brincadeira sobre a cor do cabelo dela exatamente fazendo referência a isso), o episódio trabalha bem a expectativa e nunca realmente temos certeza que ela é quem esperamos que seja. Seria outra agente que sofreu lavagem cerebral do Dr. Whitehall?

Mas, ao longo da trama, reparamos que ela mesma é outra agente dupla infiltrada na Hydra e que salva a pele de Simmons, cuja identidade acaba sendo revelada por uma hesitante Raina durante um tenso jantar com o agora durão Diretor Coulson. Essa revelação serve como desculpa para bons momentos de ação que não só respeitam a mitologia do personagem Harpia (a persona super-heroística de Bobbi Morse nos quadrinhos), que usa dois bastões como armas, como, também, o estilo de luta da Viúva Negra que vemos em Homem de Ferro 2, Os Vingadores e Capitão América 2, com direito até a cabelos esvoaçantes em câmera lenta. Em outras palavras, foi a perfeita introdução de mais um integrante – com enorme potencial destrutivo e cômico também, graças a seu passado com Hunter – em Agents of S.H.I.E.L.D.

E, com um roteiro bem costurado, essa introdução é seguida pela destruição da identidade dupla de Simmons, fazendo com que ela volte ao seio do grupo e a Fitz. Não sabemos exatamente como será a interação dos dois daqui para frente, mas o fato é que talvez a Simmons-fantasma, rotina que já estava ficando chata e sem sentido, provavelmente desaparecerá. No entanto, confesso que fiquei me remoendo por dentro e me indagando se a revelação do disfarce de Simmons já no quinto episódio de uma temporada de 23 foi o movimento mais inteligente do roteiro. Afinal de contas, Simmons em campo, atuando pela Hydra, gerou um dos melhores momentos da temporada até agora, em Making Friends and Influencing People, e acho que gostaria de vê-la agindo dessa maneira outras vezes. Mas não se pode ter tudo, não é mesmo?

E a revelação da identidade de Simmons, que se dá por intermédio de Raina, carrega consigo outra boa bagagem, vinda diretamente do finalzinho do episódio anterior: o Dr. Whitehall chantageia Raina para entregar-lhe o Obelisco. Desesperada, ela tenta convencer o misterioso pai de Skye (Kyle MacLachlan) a devolver-lhe o artefato e isso nos permite aprender que (1) ele é um cirurgião; (2) que trabalha operando bandidos que não podem ir a hospitais e, principalmente, que (3) ele tem algum tipo de super-força (será?) e, mais principalmente ainda, que (4) ele parece ser bastante desequilibrado mentalmente, isso para usar eufemismos. Por outro lado, ele, aparenta querer reatar laços com Skye de maneira genuína e usa Raina para isso que, por sua vez, tenta manobrar Coulson nesse sentido, somente para Coulson virar o jogo com Morse.

Em suma, trata-se de um roteiro muito bem amarrado e inteligente, que nos permite ver coesão na série e um evidente plano de médio e talvez longo prazo, especialmente com o ainda não nomeado pai de Skye aliando-se, ao final, com o Dr. Whitehall, levando de presente o tão cobiçado Obelisco (que ele chama de Diviner)  e prometendo controle sobre o objeto. Acho que o Diretor Coulson e seu grupo têm um futuro sombrio pela frente…

A partir daqui, listo as (possíveis) referências ao Universo Marvel em quadrinhos desse episódio:

1. Lance Hunter – Diretor da S.T.R.I.K.E., agência correspondente à S.H.I.E.L.D. na Inglaterra. Na série, é um ex-SAS e ex-mercenário que se junta ao time de Coulson.
2. Dr. Daniel Whitehall – Nos quadrinhos, Daniel Whitehall é um lendário agente da Hydra conhecido pelo codinome Kraken. Na série, ele é o líder da Hydra.
3. Barbara “Bobbi” Morse – Nos quadrinhos, Bobbi Morse é a Agente 19 da S.H.I.E.L.D. e a super-heroína Harpia (Mockingbird). Ela não tem poderes e usa dois cassetetes que se unem para formar um cajado. Ao longo de sua cronologia, ela fez parte de diversos grupos de heróis e, para curar alguns ferimentos, acabou tendo um soro que combinava a fórmula do super-soldado (do Capitão América) e a Fórmula do Infinito (do Nick Fury original) injetado nela. Isso deu a ela aumento de força física e agilidade, ainda que não necessariamente em nível sobre-humano. Na série, a personagem é tratada, por enquanto, apenas como Bobbi Morse, mas é uma agente da S.H.I.E.L.D. que luta com dois cassetetes. Ela aparecerá uniformizada em breve, mas ainda não se sabe se adotará seu nome super-heroístico.
4. Pai de Skye – Kyle MaLachlan vive o misterioso pai de Skye, que ainda permanece sem nome. Não é possível saber ainda, portanto, se ele realmente é personagem de quadrinhos ou não. Será que é um Kree? Um Inumano? Alguma outra coisa? Provavelmente ainda demoraremos para descobrir, mas ele parece particularmente maluco para ser, talvez, Maximus, irmão de Raio Negro, rei dos Inumanos. É só um chute, com base em comentários de leitores aqui do Plano Crítico, mas seria genial, não? Outra teoria que vem circulando por aí: MacLachlan seria Mr. Hyde e Skye seria Daisy Johnson, conhecida como Tremor (Quake), agente da S.H.I.E.L.D. que descobre que tem poderes sísmicos. Também interessante, ainda que com menos potencial se houvesse conexão com os Inumanos…
5. Caveira Vermelha – Há uma referência indireta a ele, sem menção ao nome, pelo Dr. Whitehall, quando fala no Obelisco e no “fundador da Hydra”.
6. The Diviner (Obelisco) – Essa é longínqua, mas “diviner” é uma expressão que tem relação com a mitologia dos Inumanos de maneira genérica. Mais uma conexão com a teoria de Maximus acima ou é só uma pista falsa?
7. La Comtesse Furieuse – O que é isso? O nome do restaurante onde Coulson se encontra com Raina. E o que isso tem a ver com a Marvel? Bem, como não acredito em coincidências, para mim “La Comtesse” é uma referência a La Contessa Valentina Allegra de la Fontaine, clássico personagem criado por Jim Steranko, em 1967, como agente da S.H.I.E.L.D. e interesse amoroso do Nick Fury original. Se “Furieuse” não é uma referência a Fury, como meu chapéu!
8. Leite vermelho de Bessie – Isso é o que Simmons está analisando quando é chamada para a reunião com o Dr. Whitehall. De novo, isso não está lá de graça e é uma referência à Bessie, a Vaca do Inferno, uma vaca vampira (sim, isso mesmo) que apareceu pela primeira vez em Giant-Size Man-Thing #5, de 1975. Se tiverem curiosidade, pesquisem para vê-la, pois ela foi mordida pelo próprio Drácula e, assim como seu mestre, usa uma capa preta com aquela gola vermelha… Para lá de obscuro, mas é isso aí…

Agents of S.H.I.E.L.D. – 2X05: A Hen in the Wolf House (EUA, 2014)
Showrunner: Joss Whedon, Jed Whedon
Direção: Holly Dale
Roteiro: Brent Fletcher
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wein, J. August Richards, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Brett Dalton, B.J. Britt, Nick Blood, Adrian Pasdar, Hayley Atwell, Kenneth Choi, Neal McDonough, Henry Simmons, Brian Patrick Wade, Henry Simmons, Dylan Minnette, Kyle MacLachlan, Reed Diamond, Simon Kassianides, Adrianne Palicki
Duração: 42 min.

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