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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 3X16: Paradise Lost

por Ritter Fan
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estrelas 4

Aviso: Há SPOILERS do episódio e da série. Leia as críticas dos outros episódios, aqui e de todo o Universo Cinematográfico Marvel, aqui.

Depois da pegada sci-fi de Spacetime, é bom ver que Agents of S.H.I.E.L.D. não pretende largar linhas narrativas introduzidas de repente como se nada tivesse acontecido. A temática de visões de futuro e sua inevitabilidade não só continua firme e forte, com Malick de um lado revelando que viu sua própria morte possivelmente pelos poderes de Hive e, de outro, com Daisy lidando com sua própria previsão de futuro no espaço. Mas, além disso, o futuro que não pode ser alterado é discutido nos flashbacks para a juventude de Malick e de seu irmão Nathaniel, logo após a morte do pai.

E são essas voltas ao passado, para 1970, que dão o sabor especial a Paradise Lost, em referência direta e óbvia ao anjo caído miltoniano, aqui representado pelo próprio Malick ao trair seu irmão assim como seu pai traíra sua família e seu “culto” por décadas. Além disso, é muito bem-vinda a volta momentânea de Daniel Whitehall (Reed Diamond) como o responsável pela queda de Gideon, funcionando com a proverbial cobra que tenta Eva ao fruto proibido.

Com isso, a série mais uma vez mostra a que veio. Nada de facilitar as coisas, nada de sair pelo caminho mais óbvio. Gideon Malick tem uma origem também, tem um futuro contra o qual é impossível lutar. Ele sabe o que acontecerá com ele de uma maneira ou de outra, agora ou algum tempo mais para frente, assim como sua versão mais jovem lá no fundo sabia que não poderia fugir ao determinismo estabelecido por seu pai. E, para complicar ainda mais as coisas, Jed Whedon e Maurissa Tanchareon nos jogam uma bola curva ao matar Stephanie, a filha de Gideon, completamente sem cerimônia. Afinal, a personagem foram introduzida na série apenas três episódios atrás, ao final de Parting Shot, com a promessa velada de que ela seria importante para a história. Sim, foi importante, mas não da maneira que o espectador esperava (alguém suspeitou que ela morreria antes da cena entre Hive, ela e Gideon começar?), já que ela provavelmente servirá como uma lembrança terrível que permanecerá inerte na mente do pai até que ele decida agir por algum impulso raivoso contra Hive ou canalizar esse ódio na direção da S.H.I.E.L.D.

Falando em Hive, mesmo que de costas finalmente sua aparência verdadeira é revelada e quem segue os quadrinhos deve ter ficado feliz ao notar que ele é substancialmente igual à fonte. Claro que sua aparência monstruosa deverá aparecer pouco, pois a produção não desperdiçará Brett Dalton em sua terceira versão de Ward e a série, no final das contas, faz bem em evitar desfile de monstros e seres superpoderosos já que há muitas outras por aí que justamente só sabem fazer isso.

Do lado não vilanesco da história, vemos Daisy e Lincoln partindo para visitar um inumano ainda não transformado (Axle Whitehead) e que vive atrás de uma cerca e com um terreno salpicado de minas terrestres já que ele teria informações sobre a entidade que se apoderou de Ward. O lado caipira paranoico do sujeito – que por um momento me lembrou o Wolverine de Hugh Jackman, lembrança amplificada por seu nome, James – diverte por alguns minutos, mas, mais importante que isso, nos leva ao uso do poder sísmico de Daisy de forma inusitada e inteligente para explodir todas as minas de uma vez. O que ela não mostrou em Spacetime mostra agora aqui. Claro que a visita só levanta mais perguntas, com a mais importante delas sendo “o que raios é aquela esfera Kree?” Confesso que não consigo nem começar a chutar… Ideias? Alguma conexão com a visão de futuro de Daisy? Com Guerra Civil?

Por outro lado, a parceria do casal em si, com toda aquela conversa de só contar a verdade, de que eles se amam, como a vida é bela e coisas assim foi de rolar os olhos um pouquinho. Confesso que, pelo menos para mim, a química entre eles inexiste e Lincoln continua um tanto quanto perdido na série, funcionando bem mais como um adereço do que qualquer outra coisa. No entanto – e tudo tem um lado positivo – é dele a ideia de FINALMENTE reunir os Guerreiros Secretos (que ele chama assim mesmo, com essa denominação) para salvar o resto da equipe, o que promete momentos explosivos no próximo episódio que muito apropriadamente se chama The Team.

Sobre os apuros de Coulson e equipe lidando com Giyera, que se mostra um adversário formidável, mais uma vez a série mostra-se campeã nas coreografias de luta ao colocar o vilão diretamente contra a Cavalaria em uma sala vazia, fazendo belo uso de uma fotografia de alto contraste que não só não esconde a pancadaria, como a realça. Uma bela sequência, sem dúvida.

Paradise Lost parece ser a volta efetiva da série aos seus trilhos, depois de ter seu  futuro armado em Spacetime. Agora é torcer para que os Guerreiros Secretos em ação sejam tão espetaculares quanto prometem ser.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 3X16: Paradise Lost (EUA, 12 de abril de 2016)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen
Direção:  Wendey Stanzler
Roteiro: George Kitson, Sharla Oliver
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wein, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Nick Blood, Adrianne Palicki, Henry Simmons, Luke Mitchell, Matthew Willig, Andrew Howard, Juan Pablo Raba, William Sadler, Scott Heindl, Dillon Casey, Powers Boothe, Mark Dacascos, Brett Dalton, Natalia Cordova-Buckley,  Gaius Charles, Titus Welliver
Duração: 43 min.

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