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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 4X07: Deals with Our Devils

por Ritter Fan
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estrelas 4

Aviso: Há SPOILERS do episódio e da série. Leia as críticas dos outros episódios aqui e de todo o Universo Cinematográfico Marvel aqui.

Depois de uma convergência astral que forçou um inesperado hiato de três semanas, Agents of S.H.I.E.L.D. volta com um dos mais complexos episódios da temporada, quiçá o melhor até agora. É com capítulos convergentes e bem estruturados como Deals with Our Devils que a série costuma diferenciar-se de verdade da Concorrência (que é Distinta…).

Pela primeira vez nesse reboot light da série, as diversas linhas narrativas se encontram, sem que o roteiro, escrito por DJ Doyle (já veterano na série), esquive-se de introduzir novos e interessantíssimos elementos como a possessão de Mack pelo Espírito da Vingança de Robbie e as sensacionais sequências em que Aida manipula magia (porque sim, aquilo é magia “disfarçada” de ciência, retirada do Darkhold) de forma muito semelhante ao que Stephen Strange faz em Doutor Estranho. Com isso, ainda que o hiato tenha frustrado qualquer chance de conexão direta com o filme, há, no mínimo, um bem construído paralelismo que, ao final do episódio, abre uma nova linha narrativa quando vemos a androide criar um cérebro para ela.

Mas adiantei demais os comentários. Deixe-me rebobiná-los…

Quando The Good Samaritan acabou, Coulson, Fitz e Robbie tinham desaparecido depois da explosão que dá poderes, humm… “estranhos” a Eli. Além disso, aprendemos como Robbie ganhou seus poderes que ou foram transferidos ou duplicados por ninguém menos do que Johnny Blaze (ou, pelo menos, eu quero muito que seja ele, já que não houve confirmação na série ainda). Essas duas informações são importantes para o desenrolar do episódio e Doyle sabe disso, manipulando o roteiro de forma a nos mostrar os mesmos eventos sob dois ângulos distintos a cada vez.

Ninguém imaginou que os três morreriam e era um tanto quanto óbvio que algo “fantasmagórico” teria acontecido com eles, o que se mostra verdadeiro logo nos primeiros minutos de projeção quando a investigação por May e Mack no complexo abandonado nada revela sobre os desaparecidos. Mas Eli está lá e com seu novo e mortal poder à disposição, para azar de agentes “bucha de canhão” que são prontamente empalados no melhor estilo Vlad Tepes.

Nesse momento, Doyle muda o ângulo e nos reapresenta a mesma sequência novamente, só que sob o ponto de vista dos desaparecidos, que estão em uma espécie de limbo interdimensional (novamente uma piscadela indireta a Doutor Estranho e seu multiverso). A fotografia dessas sequências muda, tornando-se sépia e com tons gradativamente mais sombrios – claustrofóbicos, diria – que representam exatamente o que está acontecendo com eles: estão sendo tragados para uma dimensão negra (seria a mesma de Dormammu?) e não há nada que eles possam fazer a não ser tentar influenciar o mundo dos vivos de alguma forma.

Simultaneamente, a narrativa joga bem com essa situação e faz com que o Espírito da Vingança – que pela primeira vez vemos em forma incorpórea – abandone Robbie e encontre abrigo em Mack, que prontamente segue com sua espingarda-machado e sua moto para caçar a gangue de Eli com Daisy atrás com o Hell Charger de Robbie, enquanto Radcliffe e Aida tentam entender o que aconteceu com os desparecidos, sendo ajudados por May e o Darkhold. Novamente, a perspectiva muda e revivemos as sequências sob a perspectiva dos fantasmas e aprendemos que eles, aparentemente, conseguem influenciar nossa dimensão. Fitz parece levar Aida a concluir que ela deve ler o Darkhold já que Radcliffe se recusa diante de tamanho poder em potencial e Robbie se comunica com Mack, entabulando outro pacto com o Espírito.

Jesse Bochco, que dirige seus sexto episódio da série, mas primeiro desta temporada, tem excelente controle de câmera, garantindo as transições de forma muito eficiente e fluida entre as dimensões, ajudado por uma fotografia precisa (ainda que um tanto clichê) e uma montagem exata e cadenciada que mantém o espectador no suspense, mas sem jamais criar confusão, algo que seria até compreensível considerando-se a estrutura de narrativas paralelas na história, mas sucessivas para nós. Além disso, ele consegue arrancar uma boa performance de Iain De Caestecker que passa muito claramente a exasperação de Fitz com toda a situação que não pode controlar, não pode manipular. Sua impotência chega a ser palpável.

E, no meio disso tudo, ainda há tempo para vermos Simmons em sua missão secreta. Finalmente descobrimos que, como parte do acordo entre Mace e a Senadora Ellen Nadeer, a bióloga precisa “curar” o inumano – irmão da senadora – que está há sete meses no casulo de terrigênese. Outro mistério é estabelecido, pois não vemos no que ele se transforma e é particularmente interessante notar que o aspecto inumano da série não foi esquecido, apesar do anúncio de uma série de TV sobre eles já para o ano que vem e que, aparentemente, não terá ligação direta com Agents of S.H.I.E.L.D.

Com Deals with Our Devils, os showrunners provam que realmente têm um caminho traçado para o futuro. Um caminho cada vez mais complexo, com certeza, mas cujas linhas narrativas têm conseguido evoluir de forma harmônica e firmemente amarrada ao plano macro do Universo Cinematográfico Marvel.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 4X07: Deals with Our Devils (EUA, 29 de novembro de 2016)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Jesse Bochco
Roteiro: DJ Doyle
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wein, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, John Hannah, Gabriel Luna, Lorenzo James Henrie, Mallory Jansen, Lilli Birdsell, Briana Venskus, Maximilian Osinski, Ricardo Walker, Wilson Ramirez, Jen Sung, Jason O’Mara, Parminder Nagra, Lorenzo James Henrie
Duração: 44 min.

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