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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X04: Code Yellow

por Ritter Fan
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  • Há spoilers do episódio e da série. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aquide todo o Universo Cinematográfico Marvel.

Fear and Lothing on the Planet of Kitson foi um dos episódios que mais dividiu opiniões na seção de comentários aqui do site, com boa parte dos leitores discordando de minha avaliação negativa e outros até afirmando que foi um dos melhores de toda a série. Os que concordaram comigo, porém, foram radicais em odiar o episódio mais até do que eu, que só achei mesmo inábil em sua tentativa de ser “diferente” e “cômico”. Mas faz parte. Seja como for, essa inabilidade que detectei fica ainda mais evidente quando Kitson é comparado com Code Yellow, muito mais eficiente em equilibrar ação com comédia, mesmo que nem de longe chegue a figurar entre os pontos altos da série.

Com o anterior focado no espaço, era evidente que esse teria sua ação centrada na Terra, com o paradeiro de Deke sendo finalmente revelado. O neto de Fitz e Simmons, ainda sem saber da morte de seu avô (ou de um de seus avôs…), fundou uma startup de sucesso usando toda o conhecimento que adquirira em sua linha temporal, incluindo e especialmente o Framework, que é usado para criar o estranhamento da ótima sequência de abertura que faz trocentas citações ao passado recente da série e reafirma a tara do sujeito por Daisy.

Maurissa Tancharoen, uma das showrunners de AoS, dá as caras diante das câmeras como Sequoia, a namorada de Deke e a “influenciadora digital” (acho esse termo patético, mas deve ser só meu lado rabugento falando…) que começa irritante (mas de maneira positiva) e termina nas cenas pós-créditos com uma divertida esquete. Sua participação é razoavelmente fluida e bem colocada, assim como o agente da S.H.I.E.L.D. infiltrado na operação de Deke que se revela como tal quando Sarge e sua equipe invadem a empresa para dar cabo dele.

Mas, antes da ação principal começar, vemos o mesmo Sarge matar um homem que não conhecemos com uma facada, fazendo com que estranhos cristais saiam de seu corpo. A autópsia feita pelo Dr. Benson, mais conhecido como o substituto genérico de Fitz-Simmons – queria gostar mais do personagem, pois o ator merece, mas os roteiros não têm ajudado – é o gatilho utilizado pela série para deixar entrever que Sarge, apesar de seus métodos poucos ortodoxos, talvez não seja um agente de destruição global, mas sim alguém que queira justamente evitar tais cataclismos.

O morcego-zumbi que renasce depois que a “estaca” é retirada e passa a dar uma de Oitavo Passageiro parece ser um dos milhões de seres alados que vemos na filmagem de Sarge e equipe em outra dimensão (ou planeta, sei lá) e o que me veio à mente imediatamente foi a Onda de Aniquilação da Zona Negativa comandada pelo Aniquilador, algo que seria muito bem-vindo, sem dúvida, mas que acho improvável que seja materializada nessa série. De toda forma, todo o romance que os episódios anteriores e o começo deste correram para estabelecer entre Yo-Yo e o agente Keller chega a seu fim abruptamente, quando ele é invadido pela criatura alada e a pobre Elena precisa matá-lo em uma daquelas decisões de centésimo de segundo que até faz sentido, mas que talvez tivesse sido mais interessante um pouco mais de construção e hesitação.

Seja como for, as portas estão abertas para Sarge virar a casaca, especialmente agora que ele capturou May provavelmente em razão de lembrar-se de alguma forma do nome Coulson e querer saber mais sobre seu doppelgänger, informações que ele tenta extrair de Deke ainda no começo do episódio. Não ficou ainda claro o que exatamente ele queria com o próprio Deke, mas desconfio que seu detector de seres de outras dimensões o tenha apontado na direção do rapaz como possível zumbi controlado por um morcego. Saberemos em breve, creio.

Falando em Deke, ele e tudo que gravita ao seu redor concentram o lado cômico do episódio, algo mais fluidamente inserido aqui do que no anterior. Mas não é um humor totalmente natural e vários momentos soam exagerados e fora de tom, notadamente as linhas modernosas de diálogos que saem da boca do novo guru da tecnologia. Teria sido mais interessante se Sequoia tivesse sido o foco cômico, deixando Deke com um papel levemente mais ambivalente e hesitante. Da mesma forma, o choque de Mack com tudo o que Deke construiu parece perdido e sem sentido considerando que ele implantara um agente ali naquele meio que certamente tinha como missão passar relatórios para ele.

Apesar de ter começado muito bem, a sexta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. ainda não parece ter encontrado um terreno totalmente sólido para prosperar. Parece estranhamente haver pouca história para episódios demais, o que obriga que elementos narrativos relativamente simples sejam estendidos na forma de episódios inteiros. Esse foi o caso do episódio anterior com os Chronicons exterminadores e, agora, ainda que de maneira menos saliente, de Code Yellow com seu morcego-facehugger. Mas está mais do que na hora do foco começar a aparecer.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X04: Code Yellow (EUA, 31 de maio de 2019)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Mark Kolpack
Roteiro: Nora Zuckerman, Lilla Zuckerman
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wen, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, Natalia Cordova-Buckley, Jeff Ward, Karolina Wydra, Christopher James Baker, Barry Shabaka Henley, Maximilian Osinski, Briana Venskus, Joel Stoffer
Duração: 43 min.

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