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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X10: Leap

por Ritter Fan
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plano critico Agents of S.H.I.E.L.D LEAP

  • Há spoilers do episódio e da série. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aquide todo o Universo Cinematográfico Marvel.

Mesmo depois da ação desenfreada de Collision Course, episódio duplo que ofereceu uma espécie de clímax antecipado para a sexta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D., muitos mistérios ainda permaneceram e eles ganham uma solução aqui. Ou pelo menos alguma solução.

Mas a interação entre Izel e Sarge ao final do capítulo não só é a menos interessante parte dele, como também a tecnicamente pior, com diálogos expositivos que contam  uma historinha que, pelo menos aqui, encaixam-se no todo somente com algum esforço. Voltarei a isso mais tarde, porém, já que prefiro focar na trama de “gato e rato” que, ainda bem, toma grande parte do roteiro.

Quando Sarge foi executado por May no cliffhanger do episódio anterior, duas coisas ficaram imediatamente claras para mim (e, creio, para boa parte de quem acompanha a série): o personagem semi-vilanesco não sairia assim tão fácil da temporada considerando o querido ator que o interpreta e seu assassinato pela Cavalaria foi para lá de suspeito, improvável mesmo. Dito e feito, Sarge é osso duro de roer e realmente não morre, logo demonstrando um fator de cura que faria inveja a Wolverine. E, da mesma forma, logo fica evidente que foi Izel, controlando May, que atirou no ex-ser incorpóreo, na cela de detenção, com um revólver. Monta-se, com isso, uma ótima história de “círculo fechado” no melhor estilo Agatha Christie se ela tivesse escrito ficção científica.

Com todos confinados no Farol depois que Daisy e Yo-Yo deduzem que Izel é uma invasora de corpos, Mack demonstra grande liderança ao providenciar o isolamento momentâneo das inumanas e ao forçar que Izel se revele. Por sua vez, Izel joga bem o jogo e muda de corpos o tempo todo, mostrando seriedade ao matar o coitado do Agente Davis que, com a volta de Piper no final do episódio anterior, estava mesmo com as horas contadas. Era uma morte razoavelmente desnecessária, diria, mas de forma alguma inesperada e funcionou bem em sua proposta.

A dinâmica entre os personagens em todas as cenas que levam ao confronto na ponte de comando e, depois, durante o embate, foram eficientes em criar suspense, tensão e, claro, toda essa vibe de um Hercule Poirot tentando deduzir quem é o criminoso em um ambiente confinado e com apenas algo como 30 minutos para tudo ser resolvido. A direção de Garry A. Brown extrai o melhor do entrosamento do elenco, com o roteiro de Drew Z. Greenberg sabendo explorar as características de cada um, inclusive as de Deke, com o personagem sendo muito bem usado para desviar nossa atenção em momento-chave.

No entanto, quando o filé mignon do episódio acaba, ficamos com a tentativa de localização dos monólitos dentro do gravitonium pelo uso de um pedaço de shrike como bússola que foi o Santo da Conveniência Narrativa (sim, ele existe!) baixando em Greenberg. E esse santo é logo substituído por outro, o Santo Expositivo, com aquela explicação macarrônica de reino incorpóreo e blá, blá, blá. Senti-me lendo uma HQ da Era de Ouro nessa hora, mesmo que a conexão final e expressa com o Moto(queiro)rista Fantasma e a mão de Sarge desfazendo-se e reformando-se como a do anti-herói demoníaco crie um belo gancho com o passado da série, abrindo a porta para a volta de Gabriel Luna para a série, o que seria estranho já que ele e seu personagem caveiroso ganharão uma série solo pelo Hulu.

Mesmo que ele não volte (e não, eu não vejo previews ou sequer pesquiso sobre episódios posteriores), ao abordar o conceito do personagem mais uma vez, passando pela Dimensão do Medo (que, como Fitz diz, não é exatamente isso), a série promete fechar uma ponta solta lá atrás que lida com o pacto de Coulson com o Espírito da Vingança e com a menção, lá atrás, de que há uma luta milenar entre demônios extradimensionais, o que parece ser justamente o caso aqui. Será que Izel e Sarge (assim que ele aceitar quem é, claro) representam uma facção de “demônios” ou seres incorpóreos que luta com outra, talvez representada pelo ser incorpóreo que coexiste com Reyes e talvez Johnny Blaze?

Seja como for, essa me parece uma baita história que merecia ser expandida em mais detalhes. Tenho muito receio, porém, que ela acabe já na sexta temporada, reservando a sétima e – agora 100% confirmada – a última da série, para o arco até agora muito desinteressante dos Chronicoms. 

De toda forma, mesmo com as conexões rocambolescas que o roteiro faz com o passado de AoS, o encerramento do episódio com Mack mais uma vez mostrando liderança ao acompanhar Izel no corpo de Elena para local incerto e não sabido, confiando na equipe como May deixa claro, foi muito bem executado, pintando até um quadro finalista para o grandalhão de bom coração (ainda que eu ache improvável que ele morra). Leap, mesmo com seus problemas, foi sem dúvida mais um grande exemplo de como a série pode ser boa quando larga de lado o excesso de piadas sem graça e as tramas que andam de lado para efetivamente focar no que interessa e no que já cansou de mostrar que faz muito bem.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X10: Leap (EUA, 19 de julho de 2019)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Garry A. Brown
Roteiro: Drew Z. Greenberg
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wen, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, Natalia Cordova-Buckley, Jeff Ward, Karolina Wydra, Christopher James Baker, Barry Shabaka Henley, Maximilian Osinski, Briana Venskus, Joel Stoffer, Ava Mierelle, Karolina Wydra, Brooke Williams
Duração: 42 min.

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