Home TVEpisódio Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X12 e 6X13: The Sign e New Life

Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X12 e 6X13: The Sign e New Life

por Ritter Fan
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  • Há spoilers do episódio e da série. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aquide todo o Universo Cinematográfico Marvel.

Não obstante não um, mas dois episódios indo ao ar no mesmo dia e material publicitário liberado na internet prometendo um final épico, o encerramento da penúltima temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. foi, em uma palavra, desapontador. Ao final dos quase 90 longuíssimos minutos de projeção, tive a sensação de ter assistido algo muito mais afeito a Scooby-Doo e sua turma do que episódios que realmente trouxessem um fim bem construído para a saga de Izel e Sarge. São zumbis correndo atrás de nossa turma apatetada em corredores de isopor de um templo de CGI, soluções de último minuto combinadas com revelações de último minuto como a ridícula transferência secreta da empresa de Deke para o Farol e assim por diante. O único momento minimante estremecedor, o assassinato de May, é revertido quase que imediatamente por uma Simmons transformada em Chronicom (ou, pelo menos, eu acho que é isso), levando a um cliffhanger que parece prometer mais viagem no tempo.

Em outras palavras, a dobradinha The Sign e New Life voltou à pegada infanto-juvenil do começo da temporada, fazendo uso de momentos pseudo-cômicos como a briga entre Fitz e seu neto Deke para ocupar espaço narrativo. Em Scooby-Doo, nós pelo menos esperamos e queremos isso tudo. Em Agents of S.H.I.E.L.D. esse final duplo pareceu a encarnação da preguiça dos roteiros. Vejam por exemplo Flint. Ele foi “criado” pelo monólito com base nos pensamentos de Mack e Yo-Yo, em um twist interessantíssimo ao final de From the Ashes. O que então é feito com ele? Unicamente o estritamente necessário para a trama andar, já que era necessário alguém como poderes suficientes para recriar os monólitos. Feito isso, ele é literalmente defenestrado da estrutura narrativa como se ele nunca tivesse existido, juntamente com Piper que, em tese, seria alguém importante para ajudar em campo considerando o enxame de zumbis.

E esses zumbis? Não só são terrivelmente mal-feitos com nenhum senso de ameaça, como eles aparecem do nada somente para dificultar o progresso de nossos heróis que, claro, tem armas com balas anti-zumbi. E, como se isso não bastasse, Daisy, em tese uma das personagens mais poderosas da série, usa seus tremores off camera na primeira vez e, depois, ao enfrentar a versão demoníaca de Sarge, ela não faz nem cócegas no sujeito. A personagem, que já estava bem apagada na temporada depois de ser introduzida como uma “lenda” universo afora, protagonizou um bonito momento em que Sarge a chama de Skye e, em seguida, torna-se quase que apenas uma decoração de cenário, sem qualquer função maior na história.

Mas a cerimônia de Izel foi o ponto alto da bobagem, com direito até mesmo a um traje cerimonial cheio de pedrinhas brilhantes (sério, precisava disso?). Depois que os monólitos são recriados, demora uma eternidade para ela abrir o portal, somente para, em seguida, descobrirmos que há outro portal lá do outro lado. Ninguém tem pressa de nada e, mais engraçado, descobrimos que os seres incorpóreos do reino de Izel não são incorpóreos coisíssima nenhuma. São feios, sem dúvida, mas têm forma definida e até se vestem como o Povo da Areia, de Star Wars. E o grande momento dos episódios, Sarge matando May, deixou-me na dúvida. Ele a arremessou para o outro lado como “sinal” para as três criaturas de lá sem considerar que “vida ou morte não tem significado” do outro lado? Ele realmente achava que May ia apenas ficar olhando a banda passar sem literalmente fazer nada?

Conseguem perceber o amontoado de problemas no episódio? São dois roteiros pouco característicos para a série que pegam leve e não trazem um momento sequer memorável, nem mesmo a coreografia de luta de espadas entre May e Izel. É como se o cara que serve o cafezinho para a produção tivesse sido designado para escrever um final para a temporada ou que os showrunners tenham se encontrado em uma sinuca de bico para justificar dois episódios para lidar com algo tão básico, tão simples, finalmente entregando-se e escrevendo qualquer coisa.

Achei tão sem graça tudo envolvendo Izel e Sarge que os Chronicoms de repente ficaram interessantes. Quem acompanha minhas críticas aqui sabe que sempre reclamei dessa linha narrativa e tinha poucas esperanças para ela. Mas, diante da bobagem no Templo da Perdição, os sujeitos, de uma hora para outra, me pareceram uma boa escolha para a temporada final. Se Fitz e Simmons foram transformados em Chronicoms, saberemos ano que vem, assim como em que época é essa Nova York que vislumbramos ao final. Mais um futuro distópico seria repetição de história e espero que haja mais do que apenas isso.

O final duplo da temporada foi, sem sombra de dúvidas, o pior final de uma temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. até agora, retrocedendo diversos passos desde que a temporada realmente começou a mostrar a que veio em Collision Course. É uma pena que isso tenha acontecido, mas é claro que estarei nesse mesmo bat-horário e bat-canal para acompanhar a derradeira temporada, sempre na esperança de que esse gosto amargo seja apagado.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 6X12 e 6X13: The Sign e New Life (EUA, 02 de agosto de 2019)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Nina Lopez-Corrado (6X12), Kevin Tancharoen (6X13)
Roteiro: Nora Zuckerman & Lilla Zuckerman (6X12), Brent Fletcher & Jed Whedon (6X13)
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wen, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, Natalia Cordova-Buckley, Jeff Ward, Karolina Wydra, Christopher James Baker, Barry Shabaka Henley, Maximilian Osinski, Briana Venskus, Joel Stoffer, Ava Mierelle, Karolina Wydra, Brooke Williams, Coy Stewart
Duração: 41 min. (6X12), 43 min. (6X13)

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