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Crítica | American Horror Stories – 2X05: Bloody Mary

Um Gênio diferente...

por Kevin Rick
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  • Há SPOILERS. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Para mim, Bloody Mary é o melhor episódio da temporada até aqui, ainda que isso não signifique muita coisa dentro do mar de mediocridade que é o seriado.  Diferente dos últimos episódios horrendos do segundo ano, Bloody Mary abraça o conceito de lendas urbanas com um roteiro minimamente organizado e padronizado, ainda que extremamente genérico. Continuo pensando que American Horror Stories funcionaria melhor como uma paródia ou sátira, mas é interessante ver um história de horror americana com cara e estilo de uma história de horror americana, e não um monte de ideias jogadas em tela.

A premissa é uma que já vimos diversas vezes, seja em obras de terror, seja durante as conversas bobas de escola: jovens recitam um encantamento ao dizer o nome de uma entidade três vezes em frente a um espelho, libertando o espírito maligno. Eu assisti todo o episódio com um sorrisinho de lado, me lembrando da lenda urbana da Loira do Banheiro, bem comum entre crianças brasileiras. Aqui, a entidade da vez se chama Bloody Mary, uma espécie de Gênio maligno que persegue as pessoas que recitam seu nome para fazer coisas terríveis em troca da realização de seus desejos mais profundos.

A execução narrativa não faz muitos floreios e nem cria surpresas, seguindo uma direção comum e previsível: conflitos morais das jovens, assim como, claro, medo da entidade, também passando por típicos dramas adolescentes (atenção; namorico; sucesso acadêmico) e camadas superficiais de críticas sociais, ainda que, como sempre, com uma abordagem extremamente pobre e superficial, como os flashbacks levianos sobre escravidão e algumas pontuações extremamente rasas sobre racismo estrutural. Como esperado, as garotas vão morrendo como dominó, com a Bloody Mary aparecendo num espelho aqui e ali para assustá-las.

O roteiro não faz muita questão de criar simpatia ou empatia pelas personagens, e muito menos trazer algum tipo de nuance ou profundidade dramática (o que já é difícil de fazer em qualquer antologia), enquanto a direção e o design de produção faz o arroz com feijão com a presença da Bloody Mary, diversas cenas de espelhos, um pouquinho de gore e uma trilha sonora eficiente. É o tipo de história que qualquer adolescente poderia escrever, tamanha simplicidade do enredo, mas, tirando o final estranho com uma das garotas sendo aprisionada (incrível como a série não consegue ter desfechos impactantes), é um capítulo ordinariamente assistível e esquecível.

O destaque fica na performance de Dominique Jackson, atuando com imponência e ótima presença em tela, além de trabalhar muito bem com olhares maléficos e gestos das mãos. Também gosto do conceito histórico dado aqui, com a menção da Mami Wata, mas é uma pena que seja só isso: uma menção. Gostaria que a série se preocupasse mais com a mitologia dessas lendas urbanas. Pelo menos não tivemos uma atrocidade esta semana, apenas uma história genérica.

American Horror Stories – 2X05: Bloody Mary | EUA, 18 de agosto de 2022
Criação: 
Ryan Murphy, Brad Falchuk
Direção: SJ Main Muñoz
Roteiro: Angela Harvey
Elenco: Dominique Jackson, Quvenzhané Wallis, Raven Scott, Kyla-Drew, Kyanna Simone, Shane Callahan
Duração: 46 min.

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