Home TVEpisódio Crítica | American Horror Story – 2X12 e 2X13: Continuum / Madness Ends

Crítica | American Horror Story – 2X12 e 2X13: Continuum / Madness Ends

por Iann Jeliel
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Madness Ends
Nota para ambos os episódios:

Nota para a temporada:

  • Confira aqui, as críticas dos demais episódios de Asylum. E aqui, as críticas de toda a série. 

Por incrivel que pareça, esses dois últimos episódios de Asylum, intitulados Continuum e Madness Ends me surpreenderam positivamente. Não pelo conteúdo da conclusão das tramas em epilogo, que como dito anteriormente, a meu ver era totalmente desnecessário, mas sim pela maneira a qual foram contadas. A temporada devia ter acabado na morte de irmã Mary (Lily Rabe), sendo o resto um bônus para quem queria ver histórias fechadinhas. Aí é onde reside a surpresa, porque mesmo não gostando em si das amarras narrativas finais dadas como “extras”, eles foram melhor executadas até, do que a maioria dos episódios enquanto trama principal. Talvez, por questões de montagem e didatismo. A estratégia de ambos é muito parecida, apostando numa fragmentação em um foco de núcleo por vez, ao invés de passear por vários diferentes.

A linearidade acabou sendo um fator positivo, especialmente na evitação daquela fadiga visual de planos holandeses aproximados e entrecortados flutuando várias situações. Não havia mais situações para se resolver, mas sim fatos para passear. Então esse caráter passageiro acaba se reverberando no visual, mais burocrático e certinho, que honestamente é mais agradável de acompanhar do que a bagunça propositalmente desconjuntada por “intensidade” da linguagem geral da série, o que propriamente, combina com a proposta desses episódios em trazer informações para recompensar a jornada do público ao anterior. Nem por isso, os capítulos entregam tudo de bandeja.

Como havia previsto, por exemplo, o caso dos aliens é deixado em aberto para interpretações. Podia ser ou não fruto da cabeça dos personagens, como demonstra o primeiro enfoque de Continuum na subtrama do trisal Kit (Evan Peters), Alma (Britne Oldford) e Grace (Lizzie Brocheré). Confesso ter ficado surpreendido com o capítulo já começa em salto temporal estabelecendo-os como “trisal”, cada um com seu filho e uma das duas mortas, para depois bem dinamicamente organizar os desdobramentos da crise num jogo de montagem bem manipulativo, até o inesperado assassinato de Alma a Grace, que consegue mesmo sendo plantado antes ser surpreendente. Aí sim, uma morte digna da personagem. Talvez Kit poderia ter ficado mais chocado com ela, mas tudo bem, está valendo. Depois o episódio enfoca em Jude (Jessica Lange) literalmente escapando da morte (Frances Conroy)e ficando louca. É o núcleo essencialmente mais desnecessário daí, mas ele tem méritos de conter uma sinergia em sua atmosfera imagética, que nos transfere para o sentimento de desnorteamento da personagem de forma crível.

É o mais próximo que a Asylum conseguiu de criar um sentimento visceral e atmosférico sobre terror da loucura pareando o cenário, a base da exploração do horror não antes ocorrida. Pelo menos não antes de Madness Ends, que assim como o terço final de Continuum foca em Lana (Sarah Paulson) num futuro bem-sucedido como escritora e jornalista, num primeiro momento se aproveitando do que vivenciou para vender livro sobre falsos relatos – penúltimo episódio – e num segundo momento querendo realmente expor a verdade do que aconteceu em Briarcliff através de um programa de TV – último episódio. Chama a atenção que enquanto Lana conta através do recurso de entrevista tudo que “gostaríamos” de saber do pós-eventos principais, quando ela vai no asilo em seus anos finais de decadência, no retrato documental cru da câmera de reportagem, a atmosfera de repugnância que deveria ter sido o clima de estar naquele cenário durante toda a temporada.

O recurso só é usado, na verdade, para que sentíssemos uma última “pena” de Jude e nos reconfortássemos com o fato dela não ter apodrecido lá, sendo “resgatado” por Kit em visitas que fazia a Alma – que parou e morreu por lá depois de matar Grace – e se redimindo ao junto a ele, cuidar das suas crianças e poder garantir um beijo tranquilo da morte. Apesar de não gostar em si do desdobramento, não sinto que foi forçado, sendo tão justo quanto o que imaginava anteriormente, dela sendo castigada pelo próprio castigo que empunhou tanto tempo. Por fim, o clímax reside na pendência que de fato era a mais próxima da necessária e como havia desconfiado desde antes, o filho adulto de Lana, Johnny (Dylan McDermott), iria em busca de uma vingança pessoal a mãe, ao invés de simplesmente seguir o legado do pai (Zachary Quinto).

Gosto de como toda a sequência de abertura é ressignificada sobre seu ponto de vista, do que fez ele descobrir sobre o paradeiro de Oliver ser a gravação e do caráter pessoal dado a motivação, tornando os últimos dez minutos da temporada bastante interessantes. Um dos poucos momentos que a série teve para valorizar em integrar a construção da tensão pelos diálogos sem descabar para a gritaria generalizada. O desfecho em si também não decepciona e compensa um pouco a longevidade cíclica exacerbada desta segunda temporada. No fim das contas, ainda não mudo de ideia sobre a necessidade da quantidade de episódios e contagem desse epilogo, mas pelo menos, houve uma recompensa. Não digna de salvar a temporada, mas suficiente para acabá-la com um gosto menos amargo.

American Horror Story (Asylum) – 2X12 e 2X13: Continuum / Madness Ends |  EUA, 16 de Janeiro de 2013 / 23 de Janeiro de 2013 Madness Ends
Criação: Ryan Murphy, Brad Falchuk
Diretores: Craig Zisk (2X12), Alfonso Gomez-Rejon (2X13)
Roteiristas: Ryan Murphy (2X12), Tim Minear (2X13)
Elenco: Zachary Quinto, Joseph Fiennes, Sarah Paulson, Evan Peters, Lizzie Brocheré, Jessica Lange, Dylan McDermott, Frances Conroy, Clea DuVall, Britne Oldford, Robin Bartlett, Naomi Grossman, Jack Conley, Lorinne Vozoff, Deirdre Lovejoy, Elizabeth Bond, Jon Paul Burkhart, Mark D. Espinoza, Emily Johnson, Lynn Ann Leveridge,  Camille Chen, Joan Severance, Brady Allen, Callder Griffith, Nolan Gross, Brady Hender, Chandler Kinney , Sal Landi, Thyme Lewis, Evan Parke, Rodney Rowland, Paul Tei, Meg Wolf, Sade Kimora Young
Duração: 41 minutos em média cada episódio.

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