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Crítica | Amityville 4: A Fuga do Mal

por Guilherme Coral
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Como a franquia Amityville conseguiu alcançar tamanha fama, com bons números nas bilheterias é um verdadeiro mistério, já que nenhum de seus filmes pode ser efetivamente considerado como minimamente bom. Depois de três verdadeiras tragédias cinematográficas, eis que a série ganha seu quarto longa-metragem, dessa vez lançado diretamente para a televisão, repetindo mais uma vez a velha fórmula da casa mal-assombrada, com sutis diferenças que não mudam tanta coisa de fato. Dito isso, como já esperado, Amityville 4: A Fuga do Mal mantém a franquia na mesmice, tendo apenas como diferença seu início, que justifica como outra família foi influenciada pelas forças malignas presentes na casa.

O longa tem início com a tentativa de exorcizar o local. Um grupo de padres faz seu ritual, enquanto a casa tenta pará-los, jogando móveis, fechando portas, tudo dentro do esperado quando se trata de filmes sobre espíritos e afins. O processo, aparentemente, é bem-sucedido e tudo dentro da casa é vendido em uma espécie de venda de garagem. O que ninguém sabia é que a entidade sobrenatural, na verdade, alojara-se em uma sinistra lâmpada da casa, que é vendida para uma senhora, que, por sua vez, a envia para sua irmã na Califórnia. Já no outro lado do país, a casa dessa pessoa mais idosa, Alice (Jane Wyatt), que acabara de receber sua filha e netos para morarem com ela, começa a apresentar estranhos fenômenos.

Não precisa sequer estar muito atento ao filme, portanto, para perceber que toda a introdução está presente no roteiro do diretor/ roteirista Sandor Stern apenas para explicar como outras pessoas foram assoladas pela entidade maligna da franquia, já que seria difícil vender a ideia de mais uma família indo morar na infame casa assombrada. Vejam, não há mal nenhum em fazer filmes sobre espíritos, mas estamos falando de uma série já com quatro longas, com a exata mesma premissa, o que não apenas revela um cansaço da franquia, como completa falta de originalidade, visto que tudo é simples cópia, com sutis diferenças do que veio antes.

Mesmo essas bem-vindas alterações na trama não chegam a funcionar como deveriam, já que a montagem de Skip Schoolnik demonstra grande dificuldade em trabalhar com os núcleos paralelos da obra. Burocraticamente, ele primeiro conclui uma sequência com um personagem para depois pular para outro, não lidando com os dois lado-a-lado, aspecto que cria uma notável e cansativa fragmentação narrativa, que, no fim, dilata a duração total do filme, gravemente impactando nossa imersão.

Por sinal, essa imersão já é praticamente inexistente em razão das péssimas atuações da maior parte do elenco, fazendo esse parecer um filme amador, questão, essa, que é agravada pela direção de Stern, que não consegue imprimir em sua obra a necessária atmosfera de tensão, jamais sendo capaz de fazer a lâmpada possuída ser percebida como algo verdadeiramente assustador, mesmo com seu formato um tanto quanto excêntrico. Existe um claro apoio na trilha incidental e em sons elevados aqui e lá, mas, sem o acompanhamento de uma decupagem adequada, esses pontos perdem muito de seu sentido de ser. Justamente por tais questões, essa acaba configurando-se como um terror que, jamais, provoca qualquer medo no espectador, sendo mais uma atividade sonífera do que qualquer outra coisa.

Amityville 4: A Fuga do Mal, portanto, continua fazendo o que essa franquia faz de melhor: nos entediar. Com premissa praticamente idêntica aos seus antecessores, esse quarto longa-metragem da série deixa bem claro que a tal assombração que assolou a casa (agora casas) deveria ter se aposentado há muito tempo. Ao invés disso, o que ganhamos é uma grande repetição, que apenas nos faz perceber que, se assistirmos um dos filmes da franquia, já teremos assistido todos eles.

Amityville 4: A Fuga do Mal (Amityville 4: The Evil Escapes) — EUA, 1989
Direção:
 Sandor Stern
Roteiro: Sandor Stern (baseado no livro de John G. Jones)
Elenco:  Patty Duke, Jane Wyatt, Fredric Lehne, Lou Hancock,  Brandy Gold, Zoe Trilling, Aron Eisenberg,  Norman Lloyd
Duração: 95 min.

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