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Crítica | As Tartarugas Ninja II: O Segredo do Ooze

por Filipe Monteiro
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Após a estrondosa e positiva repercussão da primeira adaptação das Tartarugas Ninja ao cinema, a providência imediata tomada pelos produtores foi encomendar uma continuação o mais breve possível, diante do surpreendente sucesso de bilheteria que haviam obtido com o primeiro longa.

Desse modo, em um curto intervalo de um ano, estreava nas telonas o segundo live-action das tartarugas, dirigido por Michael Pressman. A nova aventura começa quando a indústria de pesquisas científicas Tecno Global resolve isolar uma área devido à presença de resíduos tóxicos acumulados no local há 15 anos. Tal substância, denominada Ooze, reunia os componentes que originaram a mutação genética responsável pelo surgimento das Tartarugas Ninja.

Com o intuito de evitar que as propriedades de Ooze fossem a público, o professor Jordon Perry, cientista responsável pela pesquisa, resolve interditar a área e transportar a substância remanescente ao laboratório, onde ficaria em segurança, não fosse o Destruidor e todo o Clã do Pé que, novamente juntos, resolvem roubá-la. É em meio a essa situação que as Tartarugas empreendem esforços para impedir que o Destruidor consiga causar estragos com uma substância de alto potencial em mãos e, de quebra, salvar o professor Perry, sequestrado pelo Clã.

Utilizando um roteiro raso e com ainda mais furos que o do primeiro filme, O Segredo do Ooze pouco acrescenta como sequência e, apesar de conservar em sua estrutura marcas bastante dialógicas com o longa inicial, a continuação promove algumas mudanças não tão boas. Logo no início dos créditos iniciais percebemos que os ninjas simplesmente abandonam suas armas e as artes marciais saem de cena para dar lugar a lutas artificialmente coreografadas que mais parecem números de dança. A ausência do clima mais denso ratifica a opção por utilizar recursos narrativos e estéticos que se assemelham à série animada em detrimento da história em quadrinhos original.

Outra mudança que não passou despercebida é a escalação de atores. No papel de April O’Neil, sai Judith Hoag e entra Paige Tuco. O personagem Casey Jones, interpretado no primeiro filme por Elias Koteas, hoje mais conhecido por interpretar o detetive James Skinner na série The Killing, simplesmente desaparece no segundo e o roteiro ignora sua ausência, o que é um tanto problemático, visto que April e Casey aparentemente engataram um romance ao fim de As Tartarugas Ninja. Alguns dubladores de animatrônicos também são alterados, ainda que a diferença seja realmente visível na voz de Raphael.

Com sérios problemas de roteiro, pouco ou quase nada a acrescentar, e deixando as lutas de lado para dar lugar a números de dança, já era de se esperar que a recepção de O Segredo do Ooze não fosse das melhores. Para não ser injusto com o longa, devo apontar seus pontos altos. O equilíbrio entre os perfis das quatro tartarugas é, neste filme, uma grande marca positiva. Aqui, notamos que os ninjas dividem espaço igual durante as cenas, ao contrário do primeiro filme que optou pelo destaque às figuras de Raphael e Michelangelo.

Em relação aos aspectos técnicos, o filme se mantém competente, a não ser o controle animatrônico de Tokka e Rahzar, duas criaturas modificadas pelo Destruidor com a utilização do Ooze, que apresenta índices de amadorismo.

O Segredo do Ooze passa muito longe de ser uma boa sequência, mas consegue se safar do fracasso completo após a porca continuação que o seguiria dois anos mais tarde. Mesmo com todos os defeitos apresentados, não fique surpreso caso assista ao filme novamente e se pegue cantarolando Go Ninja Go com a melodia do Vanilla Ice na cabeça.

As Tartarugas Ninja II: O Segredo do Ooze (Teenage Mutant Ninja Turtles: The Secret of The Ooze, EUA – 1991)
Direção: Michael Pressman.
Roteiro: Todd W. Langen.
Elenco: Paige Turco, David Warner, Michelan Sisti, Leif Tilden, Kenn Troun, Mark Caso, Kevin Clash, Ernie Reyes Jr., Francois ChauJames Saito, David McCharen.
Duração: 88 min.

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