Home FilmesCríticasCatálogos Crítica | Assassinatos na Fraternidade Secreta

Crítica | Assassinatos na Fraternidade Secreta

Um trote que dá errado e a inevitável vingança.

por Leonardo Campos
633 views

Um grupo de garotas decide realizar uma festa de formatura na fraternidade em que se encontram. O projeto é interessante e promete um festejo inebriante, mas infelizmente, há obstáculos: a dona da casa não está nada satisfeita com a condução dos planos das jovens e resolve proibir o desenvolvimento da ideia. E agora? O que as sete formandas que completam o quadro de figuras ficcionais de Assassinatos na Fraternidade Secreta podem fazer? Será que a Sra. Slater (Lois Kelso Hunt) merece uma punição por ser tão rígida com as meninas? Elas acreditam que si. Por isso, decidem pregar uma peça para assustar a tal senhora responsável por coibir o divertimento alheio. O problema é que as coisas não saem como o esperado e a brincadeira acaba resultando em morte. Temerosas, as envolvidas escondem o corpo numa piscina suja do local, mantendo-se em alerta caso alguém tenha desconfiado do que ocorreu.

Ao passo que a noite avança, no entanto, as garotas da trama precisam lidar com o corpo que pode coloca-las numa grande encrenca. O problema é que juntamente com o cadáver, outros começam a surgir, desencadeando uma extensa trilha de corpos mortos das mais variadas maneiras, geralmente violentas, mas não apresentadas em cena adequadamente, haja vista a edição de Assassinatos na Fraternidade Secreta e o seu excesso de mortes em off. As coisas começam a ficar mais explícitas apenas nas proximidades do desfecho. Katherine (Kate McNeill) comporta-se como final girl desde o começo e mantém a sua postura até o clímax. Entre corpos ensanguentados e muita histeria, a identidade do autor das mortes é posta em cena, sem soar uma surpresa, sinceramente, algo até um tanto óbvio e, por isso, insípido. Falta vigor e consistência para tornar a narrativa mais emocionante do que o prometido em sua sinopse.

Dirigido por Mark Rosman, também responsável pelo roteiro, escrito numa parceria com Bobby Fine, Assassinatos na Fraternidade Secreta ganhou uma refilmagem em 2010, Pacto Secreto, um slasher turbinado na era das redes sociais e aplicativos. Neste filme ponto de partida, como sabemos pela cartilha slasher, um acontecimento do passado desencadeia uma série de crimes envolvendo as garotas da tal fraternidade e a ação de uma figura mascarada misteriosa, trajada com um figurino bastante peculiar. O passado, aqui, é recente. Na verdade, é praticamente o presente, de tão quente que é o trote que deu errado e acabou desencadeando as mortes. Quem é o assassino? Ou será uma assassina? Ou são duas pessoas? Será preciso assistir para saber, sem grandes expectativas, caro leitor, haja vista o tom morno quando o filme se aproxima de seus 91 minutos, isto é, do desfecho. Apesar da perda de segurança na condução, é um exemplar melhorzinho se comparado aos tantos ainda mais irregulares desta época rentável para o slasher.

Quem ajuda o cineasta Mark Rosman a contar esta sangrenta trajetória de corpos devastados por um maníaco vingativo é Tim Suhrstedt, diretor de fotografia que entrega alguns momentos bastante engajados de captação de imagens, numa história com boa atmosfera, pecaminosa apenas na condução do ritmo, um tanto arrastado e longo demais para uma trama que pedia um tempo de duração menor. Os aplausos vão para a maquiagem e os efeitos especiais de Rob E. Holland, o responsável pela exposição dos resultados eficientes das mortes, um interessante espetáculo de terror, acompanhado pela trilha sonora de Richard Band e a cenografia do design de produção assinado por Vincent Peranio, criador de espaços ermos, enigmáticos, próprios para as ações impiedosas de um assassino revelado apressadamente no desfecho anticlimático e menos expressivo que o esperado. Em linhas gerais, um slasher bastante razoável.

Assassinatos na Fraternidade Secreta (The House on Sorority Row, EUA – 1983)
Direção: Mark Rosman
Roteiro: Mark Rosman
Elenco: Kate McNeil, Eileen Davidson, Janis Ward, Robin Meloy, Harley Jane Kozak, Jodi Draigie
Duração: 110min.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais