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Crítica | Barbie em Canção de Natal

O Natal da Barbie com a sua versão do conto clássico de Charles Dickens.

por Leonardo Campos
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De todas as produções do universo da Barbie, a que mais me identifiquei e consegui uma sessão de entretenimento além da missão de escrever para algum projeto específico foi este Canção de Natal, lançado em 2008 e dirigido por William Lau. A animação, habitualmente questionável em seus aspectos estéticos, diverte e passa uma mensagem bacana sobre altruísmo e espírito natalino, tendo como base o conto clássico de Charles Dickens, adaptado para diversas narrativas para este formato.  Com roteiro de Elise Allen, Uma Canção de Natal é transformado para estruturar esta história da Barbie sobre mudanças comportamentais moralistas que mudam o curso de determinado personagem destino ao alento da solidão por suas ações no presente. Como sabemos, no conto, Scrooge recebe a visita de seu antigo sócio, já falecido, figura que lhe apresenta o rumo de quem leva uma vida arrogante e avarenta, dando-lhe chances para mudança após as visitas de três fantasmas, isto é, passado, presente e futuro, entidades que levam o protagonista para uma viagem fantástica de autoconhecimento, com final feliz.

Sendo uma trama do mundo cor-de-rosa da Barbie, não havia como produzir algo sem um desfecho animador, não é mesmo? E é o que acontece por aqui. Logo na abertura, Barbie conversa com a sua irmã mais nova, uma garota desanimada e totalmente deslocada do espírito natalino. A protagonista, então, resolve mudar esta perspectiva. Pega o seu globo de neve, um enfeite de muita estima, e entrega para a pequena, contando-lhe uma história com lições valiosas sobre a importância de valorizarmos esta época do ano, considerada como “mágica”. Assim, Barbie começa a contar a história de sua ancestral Éden, uma cantora lírica que demonstra nos palcos algo que ela não é na realidade. Arrogante, soberba, grossa e agressiva com todos ao seu redor, a loira não se importa com os sentimentos de ninguém.

Nos bastidores de sua última apresentação, ela busca a sua amiga, uma personagem negra, algo bastante relevante para pensarmos um montão de coisas sobre os temas mencionados anteriormente. A sua melhor amiga, figurinista, é tratada como uma escrava por Éden, uma pessoa mimada que leva em consideração que os seus desejos precisam ser atendidos por todos como se aqueles que gravitam ao seu redor fossem os seus súditos. Tirana, ela destrata a amiga que estava distraída na decoração natalina e não conseguiu conferir a sua última apresentação, algo que deixa a Barbie ancestral irritada, pois uma coisa que ela precisa constantemente é de aprovação. Além de penalizar a amiga, ela estabelece que qualquer um que queira passar o Natal sem trabalhar pode ir para casa, mas com a sanção de ficar desempregado.

Assim, em plena madrugada, enquanto dorme o seu sono de diva, Éden recebe a visita de sua tia, sempre mencionada como alguém que lhe ensinou a ser soberba egoísta. Acorrentada, a personagem lhe conta sobre o destino de quem é má e arrogante, avisando-lhe que três fantasmas a visitarão mais adiante. O primeiro para lhe levar numa viagem ao passado, tendo em vista lhe fazer resgatar os valores perdidos, culminando no presente, numa reflexão sobre as suas ações atuais e a maneira péssima que ela trata as pessoas que gravitam em torno de sua existência. E, por fim, no futuro, temos o destino não apenas de Éden, mas de outras pessoas que convivem em seu cotidiano, personagens que encontram perspectivas frustrantes depois de tantos maus-tratos da cantora de complexo temperamento. Impactada com tanta tristeza, a moça decide mudar de postura e ao acordar assustada, começa a sua jornada de ações altruístas, tal como no conto de Charles Dickens, demonstrando o quão a bondade deve ser empregada para vivermos no mundo melhor. Com 75 minutos de duração, há números musicais por aqui, mas nada que incomode tanto e, para quem é adulto, há também como tirar algumas lições e ainda assim ter momentos diletantes com a Barbie menos consumista e mais altruísta desta animação.

Barbie em Canção de Natal (Barbie in A Christmas Carol) — EUA/2008
Direção: William Lau
Roteiro: Elise Allen
Elenco: Kelly Sheridan, Kathleen Barr, Tabitha St. Germain, Peter Mel, Nakia Burrise, Maryke Hendrikse, Emma Pierson, Ciara Janson
Duração: 75 min.

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