Home TVEpisódio Crítica | Bates Motel – 5X05: Dreams Die First

Crítica | Bates Motel – 5X05: Dreams Die First

por Luiz Santiago
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Rihanna-Bates Motel Plano Critico Dreams Die First

estrelas 4,5

spoilers! Leiam as críticas dos demais episódios de Bates Motel aqui. E leiam as críticas para as várias versões de Psicose aqui.

Nestor Carbonell dirige mais uma vez um episódio de Bates Motel, fazendo mais um grande trabalho e trazendo, no meio da temporada, a personagem de Marion Crane, muito bem interpretada por Rihanna.

De todos os pontos que olhamos, vemos o cerco se fechando em torno de Norman, agora temporariamente desligado das aparições da mãe e lapsos de consciência plena de sua realidade solitária. O roteiro desse episódio é particularmente sarcástico ao colocar uma briga entre o jovem Bates e Madeleine Loomis, praticamente repetindo as antigas contendas que víamos entre Norman e a mãe no carro até a temporada anterior. A semelhança entre Madeleine e Norma ressalta ainda mais esse aspecto, inclusive quando falamos de explosões emocionais.

Outra parte do sarcasmo dos autores está na ausência da Mãe, que só se manisfestou em off, num apagão que levou Norman a um bar gay, onde ele, travestido, teve algumas experiências que agora aparecem mais para assombrá-lo do que qualquer outra coisa. Alguns objetos encontrados na casa e a reação das pessoas no bar mostram que ele causou um verdadeiro impacto ali, e é bem provável que esse momento volte à tona no próximo episódio, talvez com algum corpo escondido em algum lugar.

A montagem ágil e a direção que vai brincando com os planos mais icônicos de Psicose, tendo grande ajuda da trilha sonora, nos dá a sensação de proximidade da tragédia e definitivamente ativa o suspense ao longo de todo o capítulo. Com mais cinco episódios até o fim da série e o fato de já termos Marion em cena, é evidente que as coisas serão aceleradas e tudo o que vem a seguir deve conter já algum tipo de fechamento dramático. Eu fiquei espantado que não houve nenhuma elipse de tempo para o envelhecimento de Norman e a chegada de Marion. Achei que isso aconteceria pela relação do jovem com A Mãe, mas considerando apenas este aspecto, é lícito dizer que a série nos deu até aqui todos os ingredientes possíveis para entendermos e aceitarmos o impasse que trará o assassinato de Marion.

Dylan e Emma voltam em um momento de crise no relacionamento, ligando-se novamente às ações de Norman. Ela descobre que a sogra está morta e essa revelação deve vir também para Dylan logo a seguir. No filme de 1960 não temos nenhuma indicação do irmão do jovem psicótico, então fica difícil estabelecer qual será o caminho tomado pela produção; se haverá um encontro — reescrevendo o cenário que vemos no clássico — ou se as coisas serão mantidas como conhecemos. Independente do que vier, a regra de adaptação se mantém: se fizer sentido dentro da história e se for bem explorado na tela, não há problema algum.

A marca do comportamento de Norman esta temporada é o desespero. Transitando entre diversos estágios de sua psicose, ora se tornando a mãe, ora vendo-a onde ela não está e ora tendo consciência do que ele e a mãe fizeram com algumas pessoas… o jovem chegou a um grande estágio de culpa e segue muito mais tempo assustado do que deveria. A relação dele com a xerife já indica desconfiança e é um outro ponto de suspense que se destaca no episódio. A partir daqui, este deverá ser o tom dos enredos até o finale, pois o cerco e os crimes de Norman devem aumentar ainda mais, assim como as pessoas desconfiadas ao redor dele.

Alex é citado, mas não aparece. Tenho dúvidas e algum receio de qual será o seu papel nessa reta final. Por enquanto, a temporada se mantém em altíssimo nível e gostaria que ela ficasse assim. Com a chegada de Marion e o fato de ela já rumar para o Bates Motel indica que O GRANDE EVENTO está prestes a acontecer. As cortinas novas Norman já comprou no episódio passado, então digamos que tudo está devidamente preparado. A estonteante Rihanna interpreta uma Marion sexy, desesperada e um pouco mais sacana do que a de Janet Leigh ou mesmo a de Anne Heche. Eu gostaria de ver mais dela em cena. Seu papel é grandioso e ela o encarou com bastante delicadeza e ações impulsivas muito bem medidas. Mal sabe que o seu fim está próximo… 

Bates Motel (EUA, 20 de março de 2017)
Direção: Nestor Carbonell
Roteiro: Erica Lipez, Kerry Ehrin
Elenco: Vera Farmiga, Freddie Highmore, Max Thieriot, Olivia Cooke, Rihanna, Carlton Cuse, Damon Gupton, Isabelle McNally, Austin Nichols, Teryl Rothery, Al Sapienza, Raphael Sbarge, Micheal Doonan, Brooke Smith, Eddie Flake, Jenn Griffin, Brendan Taylor
Duração: 46 min.

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