Home QuadrinhosEm Andamento Crítica | Batman: Os Três Coringas #1

Crítica | Batman: Os Três Coringas #1

por Luiz Santiago
4,3K views

Se você não é um leitor assíduo da DC e por algum motivo ficou interessado em acompanhar essa minissérie sobre os 3 Coringas que existem no Universo do Batman, fica aqui um nota de tranquilidade: essa história não se passa no momento atual do cânone da editora. A discussão sobre ela ser canônica ou não já ronda o ar há meses, e pelo visto a tag final será mesmo “por conta do leitor“, embora, a essa altura do campeonato, se importar religiosamente com o que é ou não é cânone nos quadrinhos me parece uma postura inocente demais. Só pegue a revista, leia e divirta-se!

Não foi da Era Rebirth a ideia de que existia mais de um Coringa, mas foi só nesse momento editorial que houve uma demarcação oficial para esta possibilidade, algo agora aproveitado como uma espécie de ponte entre o Coringa de Todd Phillips e o Batman de Matt Reeves. E que ponte! Batman: Three Jokers começa como um intenso conto policial que envolve diferentes perspectivas para o vilão protagonista, trazendo à tona as dores de três membros da batfamília. E assim que a base da história se estabelece, o foco de Geoff Johns é perfeitamente direcionado para o mistério da edição, sugerindo que em cada um dos capítulos haverá destaque dramático para um Coringa diferente.

Escrever para três personagens tão diferentes e com motivações igualmente distintas não é fácil, o que para mim é o maior acerto de Johns em toda a edição, tanto no caso dos Coringas, quanto no caso de Batman, Batgirl e Capuz Vermelho.  Aqui temos a confirmação e o entendimento da existência de um Coringa Criminoso, indiretamente ligado ao assassinato dos pais de Bruce (Ano Um) e, no presente, ao assassinato da mafiosa Família Moxon; de um Coringa Comediante, autor do disparo contra Barbara Gordon (A Piada Mortal) e, no presente, assassino do comediante Kelani Apaka; e finalmente da existência de um Coringa Palhaço, responsável por ‘pédecabrar‘ Jason Todd (Morte em Família) e, no presente, ser responsável pelos assassinatos na Ace Chemicals.

Qual é o seu Coringa favorito?

Cada versão é representada visual e literalmente diferente, com a arte de Jason Fabok sendo atenta a uma quantidade enorme de destalhes, e isso desde as primeiras páginas, cuja diagramação em 9 quadros na maior para da revista cria um ar de grande seriedade, de inteligente transição do tempo e traz lembranças de outra grande história da editora. Vale ainda destacar a belíssima aplicação de cores de Brad Anderson, especialmente com os Coringas juntos. As nuances na paleta, a intensidade de luz e uma boa escolha nos quadros em que o contraste impera ajudam a marcar uma maior sensação de insanidade, de perigo que cerca a batfamília a ponto de “quebrar o encanto” para um deles no final, talvez (talvez?) com a permissão do outro. Independente das questões morais que possam surgir dessa atitude, a única palavra que eu tenho para definir a cena final dessa edição é: felicidade.

Dar vida a uma ideia como essas, que tempos atrás era só “mais uma insanidade de nerd“, implica uma revisita a eventos muito importantes da história da DC e do Batman, algo que essa edição inicial da minissérie faz muito bem. Eu ainda preferiria uma trama que usasse mais o conto policial como meio de revelar os Coringas, com indícios mais amplos de sua personalidade, mas a introdução da ideia, o rastro de sangue e a importância que cada uma persona desse vilão deixou são expostos sem deixar o mistério de lado, criando um ótimo caminho para um marco recente na editora, que, convenhamos, está precisando disso.

Batman: Three Jokers #1 (Agosto de 2020)
Roteiro: Geoff Johns
Arte: Jason Fabok
Arte-final: Jason Fabok
Cores: Brad Anderson
Letras: Rob Leigh
Editoria: Mark Doyle, Amedeo Turturro
54 páginas

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais