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Crítica | Batman & Robin, Batwing, Batgirl e Asa Noturna #4 – Novos 52

por Luiz Santiago
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Temos aqui as reviews para algumas revistas do mix A Sombra do Batman de setembro/2012, publicada aqui no Brasil pela Panini. Elas integram o universo dos Novos 52 da DC.

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Batman & Robin # 4

Roteiro: Peter Tomasi
Arte: Patrick Gleason
Arte final: Mick Gray
Cotação: 4/5

Embora essa edição de Batman & Robin tenha sido algo completamente fora do que eu esperava, devo dizer que foi uma leitura simplesmente impressionante. Ao invés de apostar todas as fichas na armadilha preparada por Morgan (Ninguém) para a dupla dinâmica, Peter J. Tomasi deixou o principal movimento suspenso e desviou a atenção do leitor para a possibilidade de Robin (Damian Wayne) ser captado pelo inimigo.

As questões relacionadas ao próprio garoto já haviam sido trabalhadas nas revistas anteriores e não vemos Tomasi perder tempo em apresentações básicas. O leitor já sabe da forte oposição entre Batman e Robin e a cada edição percebemos que o jogo de gato e rato fica mais perigoso, uma vez que um espera muito do outro e por cuidado ou ego raramente ouvem o que o interlocutor tem a dizer. O conflito entre pai e filho tem sido um ótimo plano de fundo da revista, especialmente porque não é tratado como dramalhão, deixando em evidência a essência dos heróis.

A melhor inspiração da arte está no início da revista, mas em nenhum momento chegamos a nos decepcionar. Pela primeira vez Damian dá atenção ao cão, e inclusive lhe dá um nome. Por mais difícil que possa parecer, Tomasi logrou fazer com que o leitor sentisse a invisível humanidade de Damian. Partindo de uma frase de Alfred para Bruce, notamos algo que até então estava nublado pela postura carrancuda e algumas vezes até chata do pequeno Wayne. Tendo a intenção de criar um bom gancho para o arco da revista e ainda incitar a curiosidade do leitor, Tomasi foi vitorioso. Agora é esperar pelo Motim.

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Batwing # 4

Roteiro: Judd Winick
Arte: ChrisCross
Arte final: Ryan Winn
Cotação: 2,5/5

Não podemos dizer que a guinada do roteiro nessa edição para um flashback da vida de David Zavimbe foi a melhor opção de Judd Winick. Não que o recurso tenha sido ruim, longe disso. Mas porque a fala de um dos membros d’O Reino morto na edição anterior não é sequer apresentada devidamente nessa revista. Não falamos aqui de resolução do caso, mas sequer há a citação de que aquele membro ou o grupo de super-heróis africanos não eram o que Batwing pensava. Talvez a afirmação mais potente do roteiro dessa revista tenha sido deixada de lado. Espero que Winick volte a trabalhar com ela nas próximas edições.

Como já apontamos, o flashback da vida de Zavimbe antes de se tornar Batwing não é ruim, apenas não está em par com o arco da edição passada. Mas se a considerarmos fora desse âmbito, a revista tem um mérito maior (infelizmente não podemos usar isso na cotação porque trata-se de um erro grave de continuidade). Tanto por narrar as guerras civis africanas como catalisador dos eventos que levariam o jovem Zavimbe para uma outra vida, quanto por nos apresentar uma interessante motivação psicológica, o roteiro se sai bem, acompanhado de perto pela arte, arte-final e cores. A saída de Ben Oliver dos desenhos e a chegada de ChrisCross trouxe uma mudança visual sensível e interessante. Agora podemos dizer que temos dois ganchos de história em aberto nesse arco. Será que se encontram nas próximas edições?

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Batgirl # 4

Roteiro: Gail Simone
Arte: Adrian Syaf
Arte final: Vicente Cifuentes
Cotação: 4/5

Depois de uma insana aparição do Asa Noturna na edição passada, temos agora um ótimo número da Batgirl numa excelente (e última?) luta contra o vilão Espelho. A trama acontece na noite de Natal e há uma franca surpresa ao término da edição, especialmente quando a mãe da nossa heroína é seguida pelo nome Bruce Wayne como título para a próxima história. Só espero que não haja uma diminuição de GBG em sua própria revista para dar espaço a personagens convidados.

Um outro ponto a possíveis questionamentos é a aparição da mãe de Bárbara Gordon. Será que se trata mesmo da mãe dela? E se sim, há um franco propósito para a trama da revista? Por que se pensarmos bem, a garota-morcego já tem motivações psicológicas de sobra para o que faz, não é necessário um foco familiar traumático para criar isso. De qualquer forma, como Gail Simone tem mantido uma sequência boa de histórias e com o mínimo de tropeços (como os da edição # 3) espero que não tenhamos a substituição do vigilantismo pós (?) Espelho para a exposição despropositada de um melodrama sobre relações familiares complexas.

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Asa Noturna # 4

Roteiro: Kyle Higgins
Arte: Trevor McCarthy
Cores: Guy Major
Cotação: 2/5

Kyle Higgins enlouqueceu de vez. Ao cometer o mesmo erro de Gail Simone em Batgirl # 3, o autor escreve o seu roteiro mais fraco desse arco do Asa Noturna. A pergunta é a mesma: qual a justificativa narrativa para uma outra heroína invadir uma revista solo de outro herói, desviar uma investigação séria – que nessa edição só aparece ao final e da maneira mais solta e infeliz possível – e ir embora sem acrescentar absolutamente nada para a história do herói da casa? Pois é, não faz sentido algum. E é justamente isso que temos aqui nesse edição # 4 de Asa Noturna.

Para quem se lembra dos nossos comentários do mês passado, eu havia apontado algumas coisas nesse sentido quando o próprio Asa Noturna apareceu na revista da Batgirl só para apimentar um possível romance entre os dois. Agora temos essa investida do outro lado. Se a intenção da DC Comics é fazer deles um casal de namoradinhos, que pare de enrolar e faça-o logo, porque essas dobradinhas alternadas em ambas as revistas estão tirando o foco da história principal e pode afastar muitos leitores.

No mais, não há muito o que dizer sobre essa edição. A mudança da equipe artística fez mal à revista. Não que a arte dos novos responsáveis seja ruim, mas a (grande) equipe da edição anterior fez um trabalho tão incrível que a diferença é clara nesse atual número. E no que concerne à história, os comentários são menos elogiosos ainda. Sem quê nem por quê, Asa Noturna passa de uma noite de amor para caçar um transmorfo com Batgirl. É isso e mais nada. A volta à investigação original, até então muitíssimo bem escrita e com ótima abordagem, só volta na última página da revista e não precisa ser um gênio para imaginar que esse imediatismo fez a coisa parecer mais solta do que o critério de Kyle Higgins ao escrever esse roteiro. Uma pena, porque Asa Noturna manteve nos três números anteriores uma ótima representação do arco vigente. Que essa boa fase volte no próximo número!

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