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Crítica | Batwoman: Renascimento

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

  • Leiam aqui as nossas críticas do Universo DC: Renascimento.

Não é tarefa fácil assumir a publicação mensal Batwoman após a fase da heroína nos Novos 52, que já começara com o fantástico primeiro arco, Hidrologia, uma verdadeira obra-prima, que definiu a estética a ser seguida nas edições da heroína durante toda essa era. Com o Renascimento, que não chega a ser propriamente um reboot, claro que nos preocuparíamos com o que seria feito em relação a Kate Kane nessas novas publicações da DC Comics – estamos falando da segunda vez que a personagem ganha uma revista solo (sim, ela já protagonizara alguns arcos de Detective Comics antes, mas foi nos Novos 52 que ela teve seu nome estampado na capa), o que poderia significar uma reformulação completa da vigilante.

Felizmente, o artista responsável pelo one-shot Batwoman: Renascimento, que a introduz nesse “novo” universo, sabe respeitar o que veio antes dele. Embora traga seu próprio traço para a revista, ele claramente se apóia no estilo visual anteriormente introduzido, com as cores de Jeremy Cox colocando o vermelho dos cabelos de Kane em evidência, contrastando-o com o preto e o branco, que marca a pele da personagem. Mais que isso, porém, a arte mantém a dinâmica dos quadrinhos anteriores através de um design de página menos tradicional, com painéis que dialogam com a ação de cada página.

Marguerite Bennett e James Tynion IV contavam com a tarefa, nessa revista, de introduzir o leitor a essa personagem, nos contar sua história de origem de forma ágil e que ficasse fácil de entender. Com apenas vinte e cinco páginas a seu dispor, eles conseguem cumprir esse difícil objetivo de forma fluida, não sendo acelerado demais ou desperdiçando tempo com fatores desnecessários. Cada página nos traz uma tonelada de informações, que são transmitidas tanto pelas imagens quanto pelos balões, não pecando pelo excesso de texto escrito, permitindo que a leitura seja rápida.

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Dito isso, Batwoman: Renascimento, nos leva desde a infância de Kate Kane, nos oferecendo quadros de violência gráfica explícita, que já tornam a história de Batwoman algo imediatamente mais adulto, até o momento que ela se torna a vigilante da Batfamília. É importante ressaltar que a homossexualidade da personagem é mantida aqui e, mesmo com pouco espaço, o roteiro consegue criticar o preconceito em relação a essa característica da personagem, mostrando como esse ponto influenciou diretamente na sua jornada. Diferente de muitos casos que vemos por aí, a sexualidade de Kane é algo essencial dentro de sua mitologia, algo que se mantém desde os Novos 52.

Um dos pontos que merecem a nossa atenção nessa revista é a forma coesa como seu texto se estabelece. A narração segue uma linha de raciocínio bastante lógica e quase cinematográfica, o que é salientado pelos dinâmicos painéis presentes em cada página. Sentimos, de fato, como se esse fosse o prólogo de uma grande história, como os minutos iniciais de um filme, antes dos créditos de abertura. Pode-se dizer que esse one-shot é quase um sneak-peek do que está por vir e funciona perfeitamente para nos deixar ansiosos pelo futuro dessa publicação da editora.

Em apenas vinte e cinco páginas, Marguerite Bennett e James Tynion IV, aliados da arte de Steve Epting, respeita a fase anterior da heroína, ao mesmo tempo que não tem medo de olhar para o futuro. O que temos aqui é uma ótima introdução da personagem, perfeito para quem não a conhece. Mais que isso, porém, é a abertura de uma revista que definitivamente promete nos entregar uma história contada de forma dinâmica, que nos obriga a apreciar cada página. Batwoman: Renascimento deixa aquele gostinho de quero mais, representando um promissor recomeço para a vigilante de Gotham.

Batwoman: Renascimento (Batwoman: Rebirth) — EUA, 15 de fevereiro de 2017
Roteiro: Marguerite Bennett, James Tynion IV
Arte: Steve Epting
Arte-final: Steve Epting
Cores: Jeremy Cox
Capa: Steve Epting
Editora original: DC Comics
Editora no Brasil: Panini Comics
Data de lançamento no Brasil: não lançado até a data de publicação da crítica
25 páginas

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