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Crítica | Besouro Azul: Renascimento

por Guilherme Coral
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estrelas 1

Obs: Leia as críticas dos demais one-shots que abrem a fase Renascimento da DC Comics, aqui.

Um dos heróis obscuros da DC Comics, o Besouro Azul não era originalmente da editora. Criado por Charles Nicholas Wojtkoski, o personagem teve suas histórias publicadas primeiro pelo selo  da Fox Comics, passando, em seguida, para a Charlton Comics, que manteve os direitos do volume 2 até o 5. A partir daí, o Besouro foi para as mãos da DC e, apesar de ter contado com inúmeras publicações ao longo dos anos, nunca chegou a ser o que podemos considerar mainstream. Como não podia faltar, a nova fase, Rebirth, da editora de quadrinhos, trouxe o herói de volta às páginas, através do roteiro de Keith Giffen e a arte de Scott Kolins.

Jaime Reyes seria um típico adolescente de El Paso, Texas, não fosse sua capacidade de se transformar no herói, Besouro Azul, graças a um escaravelho preso às suas costas. Relutante em relação a seus poderes, ele é convocado, prestes a entrar no colégio, por Ted Kord, jovem empresário bilionário que o ajuda a combater o crime na região. O motivo dessa repentina convocação? Duas estranhas figuras atacam uma lanchonete e parecem estar tentando atrair o Besouro para eles.

bluebeetle-1-coverO one-shot desse novo volume de Besouro Azul não poderia nos contar uma história mais simples. Vemos o super-herói em ação, conhecemos alguns dos personagens centrais e alguns mistérios são introduzidos. O enredo em si não é o problema aqui, a grande pedra no sapato dessa nova versão do personagem é forma como somos introduzidos a ele. Com uma página inicial que busca nos contar o máximo de Reyes através de um excesso de balões, Giffen procura nos situar na trama, mas, por se tratar de um personagem menos conhecido, essa verborragia toda acaba soando confusa e, de fato, não absorvemos nada, forçando uma releitura que quebra o ritmo da obra logo no início.

Chega a ser engraçado, como o nome do protagonista é mencionado em doses homeopáticas após essa apresentação. Claro, aprendemos sobre ele, que é um jovem e que não quer ter esse poder, mas precisamos novamente voltar à página inicial ou até consultar a internet para nos lembrarmos de quem se trata a história. Não bastasse isso, seus poderes são revelados de forma nada didática, ao passo que não sabemos o que ele, de fato, pode fazer (além de voar), ou como o já citado escaravelho funciona – mais um problema causado pelo excesso de balões e uma arte que não ajuda ao colocar objetos em quadro simplesmente do nada.

Evidentemente que essa conjuração de elementos que antes não apareceram é fruto de uma falha na ilustração dos movimentos. Scot Kolins, na tentativa de trazer uma fluidez a suas páginas, acaba nos perdendo, ao ponto que somente entendemos, de fato, o que se passa após continuarmos a leitura, o que rapidamente provoca uma ruptura de nossa imersão e, consequentemente, de nosso interesse. Isso, naturalmente, prejudica a tentativa de Giffen em trazer uma dose de humor para os quadrinhos, visto que, nesse ponto, já estamos tão desinteressados que qualquer risada soaria forçada.

O one-shot de Besouro Azul é, infelizmente, um grande desastre, quebrando a onda de acertos da DC Comics nessa sua nova fase. Não me espantaria ver um cancelamento dessa publicação, caso o roteiro e a arte não se esforcem para melhorar. Se você não conhecia o personagem antes daqui, talvez seja melhor encontrar outra forma de ser apresentado a ele.

Besouro Azul: Renascimento (Blue Beetle: Rebirth #1) — EUA, 24 de agosto de 2016
Roteiro: Keith Giffen
Arte: Scott Kolins
Cores: Romulo Fajardo Jr.
Letras: Josh Reed
Capas: Scott Kolins, Cully Hamner
25 páginas

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