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Crítica | Birthright – Vol. 3: Aliados e Inimigos

Uma grande reviravolta.

por Kevin Rick
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Neste terceiro volume de Birthright, Mikey e Brennan continuam a caçada dos magos, e, em suma, temos uma história bastante similar ao volume anterior, mas com uma tremenda reviravolta na última página. Os irmãos continuam dando de cara com grandes oponentes, continuam brigando entre si e continuamos sem saber as razões do protagonista ter sucumbido aos desejos do antagonista – vemos, porém, um pequeno vislumbre do que ocorreu quando um dos magos ataca Mikey com aquela adaga “das almas”, nos levando por alguns flashbacks do herói em Terranos.

Apesar de similar com o segundo volume, não acredito que Aliados e Inimigos seja repetitivo. É mais uma progressão orgânica da aventura, se me entendem. Gosto bastante de como Williamson continua dando foco para dramas familiares, seja pelo lado fraternal, paternal e até entre uma sogra e uma nora que não se conheciam. Aliás, temos alguns dos melhores diálogos e típicas discussões familiares da série, com destaque para o velho amor briguento entre irmãos.

E, também como acontece em Chamada para a Aventura, a leitura do volume passa num piscar de olhos. É realmente notável como o roteiro simples e rápido dialoga muito bem com os desenhos divertidos de Andrei Bressan e as cores explosivas de Adriano Lucas – deem uma olhada na splash page abaixo e é possível ter um exemplo da ótima arte e diagramação da série. Ainda não me interesso pela construção de mundo completamente genérica de Williamson, incluindo aí o círculo de magos que estão aparecendo na história, mas é um universo visualmente bacana.

Outro aspecto irônico do texto de Williamson é o mistério que circula Mikey ter traído seu destino e se aliado com o inimigo. Por mais que a construção de mundo seja superficial, o enigma se mantém uma constante de interesse na leitura. Em alguns momentos sinto que o autor está estendendo demais a trama de mistério, mas na maioria do tempo é um artifício bem usado para instigar o leitor. Eu, por exemplo, estou extremamente curioso.

A reviravolta na última página só aumentou essa curiosidade. O mago-ninja ser o avô de Mikey foi um plot-twist sensacional, ao mesmo tempo melodramático e cômico, reforçando a minha impressão geral da HQ: um belo novelão. Claro que esse lado novelesco impede a série de atingir a maturidade de algo como Saga, mas ainda é divertido de acompanhar, no melhor estilo melodramático de space-operas.

Se meus elogios são iguais aos do volume anterior, o mesmo vale para as reclamações. Eu simplesmente não me importo com esta grande guerra, os magos, os vilarejos ameaçados e a história de Terranos como Williamson parece querer que o leitor se importe. A aventura em si e este universo não são criativos o bastante, mas há algo verdadeiramente legal de ler quando a história é sobre a família disfuncional, seu herói renegado, uma grávida alada e um avô-ninja-mago desconhecido. É por isso que eu gostaria de ver mais disso, principalmente dos pais que continuam aparecendo pouco. No entanto, se o final é indicativo de alguma coisa, é que teremos mais dramalhões familiares!

Birthright – Vol. 3: Aliados e Inimigos (Birthright – Vol. 3: Allies and Enemies, EUA – 2016)
Contendo: Birthright #11 a 15
Roteiro: Joshua Williamson
Arte: Andrei Bressan
Cores: Adriano Lucas
Letras: Pat Brosseau
Editora original: Image Comics
Páginas: 128

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