Home TVEpisódio Crítica | Blade Runner: Black Lotus – 1X05: Pressão

Crítica | Blade Runner: Black Lotus – 1X05: Pressão

E, finalmente, um Blade Runner aparece!

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Mesmo com todas as indicações de que Joseph é ou pelo menos foi um Blade Runner, e mesmo com a introdução da policial novata Alani Davis, foram necessários cinco episódios para que finalmente um Blade Runner propriamente dito fosse apresentado em Black Lotus. Trata-se de Marlowe (Taiten Kusunoki/Josh Duhamel), personagem que debutou originalmente não aqui, mas sim na quinta edição da HQ Blade Runner 2029, que saiu este ano, revelando uma conexão muito próxima entre mídias que certamente é um deleite para quem se preocupa com continuidade e universos coesos, o que não é definitivamente meu caso.

Marlowe, de seu nome retirado do clássico personagem Philip Marlowe, criado por Raymond Chandler, passando por sua caracterização soturna, estoica e com sobretudo é o arquetípico policial de filmes noir, uma versão talvez mais fria e violenta de Deckard e até mesmo de K, mas que combina perfeitamente com a ambientação desse universo. Seu carrão vermelho retrô futurista é o que realmente o diferencia dos demais e estabelece aquela aura de renegado que ele parece cultivar quando mostra estar pouco se lixando para as ordens do chefe de polícia Earl Grant, que começa uma caçada à Elle, mas sem revelar suas verdadeiras intenções.

O novo personagem é uma boa adição à temporada inaugural da série, ainda que tudo o que tenhamos para dizer sobre ele é o quanto ele parece cool ao se vestir e agir desse jeito clichê de sempre. Resta apenas esperar que ele seja desenvolvido e ganhe mais camadas do que apenas esse verniz chamativo inicial, colocando-o em rota de colisão não só com Elle e Joseph, mas também com a teimosa Alani, que obviamente não tem a menor intenção de parar suas investigações sobre as circunstâncias do assassinato do senador Bannister.

Em termos narrativos, Pressão é um episódio que tem como função quase exclusiva fazer a apresentação de mais esse personagem e de efetivamente começar a caçada por Elle, o que vale até mesmo o batido, mas sempre interessante expediente da montagem paralela para enganar o espectador sobre o que está para acontecer. Afinal, para além disso, não há muito avanço na história até mesmo por uma característica da própria série que é ir caminhando de pequenos incrementos em pequenos incrementos como um longa metragem dividido em 13 partes. Se, porém, olharmos no agregado, levando em consideração o que veio antes e o espaço à frente que está por vir, a temporada vai caminhando lenta, mas certeiramente em uma direção que, porém, ainda é simples demais, fiando-se em uma estrutura que, por um lado, é uma história de vingança e que, por outro, é uma história de encobertamento de atividades ilegais (ou pelo menos imorais, não tenho certeza).

Há muito chão a ser caminhado ainda e, tenho para mim, que essa abordagem mais básica desse começo abrirá o devido espaço para meandros no mínimo ligeiramente mais complexos que envolvam mais diretamente os Wallaces, talvez até mesmo revelando como Júnior perdeu sua visão e como Joseph realmente se encaixa nessa história, já que ele é muito claramente mais do que apenas um bom samaritano. Igualmente, é necessário abrir caminho para Alani se desenvolver e até mesmo para que Elle seja algo mais do que somente uma androide vingativa particularmente boa no manuseio de katanas. Black Lotus, mesmo vagarosamente, mostra potencial para expandir exponencialmente esse universo ainda tão pouco explorado.

Blade Runner: Black Lotus – 1X05: Pressão (EUA/Japão, 05 de dezembro de 2021)
Direção: Shingo Natsume
Roteiro: Eugene Son
Elenco (em japonês): Arisa Shida, Takayuki Kinba, Shinshu Fuji, Takaya Hashi, Takehito Koyasu, Masane Tsukayama, Takako Honda, Yurie Kozakai, Hoshu Otsuka, Taiten Kusunoki
Elenco (em inglês): Jessica Henwick, Barkhad Abdi, Will Yun Lee, Brian Cox, Wes Bentley, Gregg Henry, Samira Wiley, Charlet Chung, Stephen Root, Josh Duhamel
Duração: 22 min.

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