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Crítica | Brave and the Bold #60: O Homem Fragmentado [Primeira Aparição: Jovens Titãs e Moça-Maravilha]

por Luiz Santiago
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O primeiro momento deles nos quadrinhos, ainda sem nome fixo, aconteceu na revista Brave and the Bold #54, com a história Os Mil e um Perigos do Senhor Ciclone. Robin (Dick Grayson), Kid Flash (Wally West) e Aqualad (Garth) juntaram-se por acaso na cidade de Hatton Corners, onde um grupo de adolescentes resolveram “se rebelar” contra ações um tanto exageradas dos adultos, tendo até a decisão do prefeito para um toque de recolher, simplesmente porque os seus rebentos estavam “muito barulhentos”. Isso foi em julho de 1964.

Um ano depois, na Brave and the Bold #60, surgia a Liga da Justiça para crianças equipe jovem da DC Comics, já denominada Jovens Titãs (Teen Titans) ou, aqui no Brasil, pela Ebal, de Turma Titã. Essa nomenclatura serviu para o grupo até a reformulação realizada em 1980, na DC Comics Presents #26, quando se chamariam Novos Titãs (New Teen Titans) e, bem mais pra frente, em versões mais velhas, Titãs (Titans). É importante ressaltar que algumas versões desses grupos, fases ou formações diversas se entrelaçam ao longo da História da DC. Portanto, quando digo “essa nomenclatura serve até tal ponto“, estou apenas apresentando um marco, uma divisão, e mostrando as outras denominações existentes.

Nesta estranhíssima aventura chamada O Homem Fragmentado (The Astounding Separated Man) temos, além do surgimento dos Jovens Titãs, a primeira aparição da Moça-Maravilha (Wonder Girl), a simpática Donna Troy e também a primeira aparição do Homem Fragmentado, aqui, Jake Trask. Com roteiro de Bob Haney, a história não faz absolutamente nenhum segredo de que está adotando o “padrão de aventuras-de-equipes DC“, criada lá atrás (quando a DC nem existia ainda) com a SJA e seguida então com bastante sucesso nas páginas da Liga da Justiça da América Vol.1. O que parece ser a grande base do enredo para o grupo, porém, é a elevação do conflito de gerações e uma colocação até impertinente dos sidekicks masculinos em relação aos seus mentores. A única que parece não ter esse tipo de postura é Donna, que reafirma o caráter feminista típico das Amazonas, mas não se coloca como alguém desafiadora diante de Hipólita ou Diana.

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Vamos colocar um prefeito adolescente por 24h… o que pode dar errado?

Na cidade de Midville, o prefeito resolver fazer o “Teen Day”, onde os adolescentes irão assumir diversos trabalhos na comunidade, ocupando cargos então destinados a adultos, elegendo, inclusive, um prefeito adolescente, isso tudo por 24 horas. Mais uma vez, o roteiro destaca a oposição ferrenha do adultos diante dos jovens. E para piorar ocorre o ataque do Homem Fragmentado. Como já foi sugerido, o enredo aqui tem a apresentação e desenvolvimento similares às tramas da Liga, mas fica muito difícil ver algo de interessante e bem apresentado por Haney nessa história. O nível galáctico de suspensão da descrença, a bizarrice completa e má construção do vilão, a colocação ruim dos trabalhos individuais dos heróis, o escanteamento parcial de Donna e o encerramento absurdo, com os jovens da cidade ajudando a salvar o dia (nem por isso: o problema é o modo como a coisa acontece, com aquele inaceitável “surfe de baleias”…) não ajudam em nada.

Os melhores momentos são os que não têm nada a ver com o drama da cidade, mas com o relacionamento entre os personagens principais. As provocações e birrinhas adolescentes (juntamente com um ciúme típico dessa idade) entre Aqualad e Kid Flash e a posição de Robin como líder, sempre dando ordens e separando ações para todo mundo são as melhores coisas. Nem a arte de Bruno Premiani é capaz de tornar realmente boa uma determinada cena, porque o enredo é tão absurdo, truncado e com ações tão fora do que deveriam ser, que nos desviamos de uma possível apreciação e consideração dos desenhos, até porque eles também trazem coisas completamente bizarras, como a representação do Homem Fragmentado e o fato de ele chorar… wait for it… lágrimas de fogo. Sim, isso mesmo.

Ainda bem que os Jovens Titãs teriam a oportunidade de mostrar serviço em boas histórias futuras, porque a estreia do grupo e da Moça-Maravilha nos quadrinhos… é só para os de muita paciência e força de vontade mesmo.

Brave and the Bold Vol.1 #60 (EUA, julho de 1965)
No Brasil: 
Turma Titã (O Herói), 4ª Série – n° 32 (Ebal, junho de 1971)
Roteiro: Bob Haney
Arte: Bruno Premiani
Arte-final: Bruno Premiani
Capas: Nick Cardy
Editoria: George Kashdan
24 páginas

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