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Crítica | Buzz Lightyear do Comando Estelar – 1X01: The Torque Armada

por Davi Lima
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 2
Número de episódios: 62
Período de exibição: 2 de outubro de 2000 a 13 de janeiro de 2001
Há reboot?: Não, mas há um filme que precede o piloto.

Após o filme feito para DVD chamado Buzz Lightyear do Comando Estelar – A Aventura Começa, a Disney junto com a Pixar empreitou pela primeira vez em produzir uma série televisiva de animação como continuação da história de Buzz Lightyear e sua tripulação de novatos em missões procedurais. A série em sua abertura emula uma espécie trilha sonora bem comum para super-heróis, uma partitura claramente colocando algumas notas que John Williams para a composição do tema de Superman. Tanto essa caracterização da abertura vai ser constantemente reafirmada na mitologia de Buzz no episódio, como ele o grande herói da galáxia, como também o ambiente futurista e space opera se torna um mote confrontador. O grande patrulheiro parece sempre muito sério, antiquado e individual, necessitando de aprendizados simples para extravasar seu heroísmo, sendo esse o fio condutor ao espectador se divertir e aprender.

Na história em que os patrulheiros, o grandalhão Booster e o inteligente robô XL, vão ao Mundo do Comércio, a capital criminosa do quadrante gama, prender um fora da leia chamado Torque há a introdução de uma missão com referências narrativas interessantes, acomodado no gênero policial associado ao Comando Estelar. A dupla cômica de Booster com XL, o dinossauro forte e pouco inteligente ao lado do robô super inteligente e técnico formam um buddy cop atrapalhado que posteriormente vão idolatrar explicitamente Buzz Lightyear no episódio. Já o protagonista Buzz surge na missão dos dois como um pistoleiro disfarçado no bar que Torque é preso. Essa relação do faroeste é minúscula, mas introduz Buzz como o imbatível e por consequência orgulhoso para se estressar com o criminoso na cadeia. E para formar o quarteto de patrulheiros, formando um provável par romântico idealizado, a personagem Mira aparece exatamente mostrando que Buzz não é tão badalado, ajudando Booster, XL e Buzz a capturar Torque com dificuldade.

É nesse começo que o episódio resgata a mesma personalidade de Buzz do filme Toy Story, no entanto a missões são o reflexo que a criação do boneco e do personagem, assim como no filme, é um centro a ser desmontado, agora, em aprendizados com a sua unidade do Comando Estelar. Assim, o imperador do mal Zorg e a verdadeira missão que torna Torque em uma armada de clones, o ponto de combate no episódio, não serve como ponto de embate direto no ponto crítico do roteiro. Não há grandes cenas de ação, que o produtor Mark McCorkle vai saber melhor trabalhar na série Kim Possible em 2002, porém há uma compensação de aprendizado do trabalho em equipe e humanização de Buzz diante do trio que o ajuda nas missões. Quando o protagonista valoriza um trabalho de trânsito espacial em primeira instância é para mostrar sustentação de que essa patrulha precisava ser muito importante para ele fazer, embora Booster, XL e Mira considerassem algo se segundo escalão.

Como herói Buzz busca a imagem de perfeição, sempre querendo uma missão perigosa, mas também precisando manter uma pose de segurança, ao ponto que Mira questiona a possibilidade dele se expressar verdadeiramente quando outro patrulheiro é chamado para capturar o foragido Torque. Nessa mistura de anseios, de Buzz por uma missão de verdade e de sua equipe também desvalorizar um trabalho de segurança, a comédia surge como união do desabafo, da problematização de Buzz com seu orgulho diante de um vilão debochado, e também para possibilitar a história ir ao quarteto de patrulheiros sem muitos problemas de lógica.

Dessa forma, o trabalho de trânsito se torna a principal missão para proteger uma explosão de um planeta, em que Torque e Zorg, como é comum em desenhos animados, são pretextos humorados para causar problemas não apenas para os heróis resolverem, mas para eles se resolverem. O fator de Buzz ser antiquado em seu falar, além de ser preso em expressar sentimentos, bem nisso interpretado pela dublagem brasileira de Guilherme Briggs, o coloca em situação que ele precisa ser salvo, enquanto seus companheiros confiam nele para resolver a situação. O grande efeito do episódio é compreender que a teoria de segundo escalão para a segurança do trânsito espacial é importante também para a segurança da galáxia, unindo o quarteto de patrulheiros na situação que antes eles desprezavam. Nessa didática Torque é o vilão que se clona para ser a antítese dessa união, não a toa que ele consegue prendê-los facilmente pela desunião, além claro do ataque surpresa. Mas a conclusão mesmo é em como Buzz não apenas compreender a importância da coletividade, como une vários patrulheiros para prender Torque novamente, porque ele sozinho não é capaz.

Por fim, o piloto da série animada de Buzz Lightyear segue a mesma toada que o filme Toy Story apresentou o patrulheiro estelar, um cowboy futurista, cabeça dura, com dificuldade de entender a compreensão emocional de Mira, entre outros problemas de personalidade que o impedem de ser mais humilde e trabalhar em equipe. Porém o episódio é muito feliz em propor referências narrativas de gênero e design contínuo do filme precedente para em missões procedurais e muito divertimento ver mais uma aventura em que Buzz pode aprender algo e ensinar algo ao público sobre o Comando Estelar.

Buzz Lightyear do Comando Estelar (Buzz Lightyear of Star Command) – 1×01: The Torque Armada | EUA, 8 de outubro de 2000
Criador: Mark McCorkle, Bob Schooley
Direção: Don MacKinnon
Roteiro: Gary Sterling
Elenco (Dublagem Original): Patrick Warburton, Nicole Sullivan, Stephen Furst, Larry Miller, Wayne Knight, Brad Garrett
Elenco (Dublagem Brasileira): Guilherme Briggs, Fernanda Baronne, Christiano Torreão, Alexandre Moreno, Renato Rabello
Duração: 30 min.

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