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Crítica | “Catacombs Of The Black Vatican” – Black Label Society

por Handerson Ornelas
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Zakk Wylde e toda turma do Black Label Society parecem não saber errar. A discografia da banda é repleta de ótimos álbuns, claro que alguns se destacam bem mais que outros, mas a verdade é que eles nunca vacilaram em um disco. Com certeza uma das melhores bandas de Heavy Metal da atualidade. Sabe por quê? Pelo simples fato que eles fazem Metal de verdade.  Tantos subgêneros do estilo foram criados que ele perdeu um pouco de sua raiz e, principalmente, sua qualidade. Atualmente o que mais se vê são pessoas que só escutam um gênero de Metal, só Thrash Metal ou só Power Metal, por exemplo. Tamanha é a alienação de alguns headbangers. Eis que agora surge “Catacombs Of The Black Vatican” pra reforçar a qualidade do Black Label Society e mostrar como é bom ouvir um som puro, sem rótulos.

A banda não lançava um álbum de inéditas desde 2010, quando criaram o excelente Order Of The Black. Está enganado quem pensa que o grupo ficou parado nesse intervalo de tempo.  Além de inúmeras turnês, lançaram dois CDs/DVDs acústicos e um EP de Natal (sim, isso mesmo que você leu). Entretanto, o que os fãs realmente esperavam era um álbum de músicas inéditas, que agora finalmente chegou. O nome do novo disco soa sombrio, contudo, poucos sabem que se trata de uma referência ao estúdio de Zakk, o Black Vatican, onde passou um longo tempo compondo as faixas de Catacombs Of The Black Vatican.

O único single do disco, My Dying Time, foi lançado com razoável antecedência e colocou dúvidas de como seria o novo trabalho da banda. A faixa é fraca se comparada ao que o Black Label Society costuma fazer, o respectivo single é o tipo de canção que investe quase que apenas no refrão – que por sinal, é bom -, uma canção bem “pop”, típica de bandas como Avenged Sevenfold e alguns álbuns recentes do Ozzy Osbourne. Felizmente, esse single não representa a verdadeira qualidade do álbum. Você percebe isso logo na primeira faixa do álbum, Fields Of Unforgiveness, com riffs poderosos, no melhor estilo da banda, a canção descarrega um solo incrível. Na sequência do disco vem o comentado single My Dying Time que funciona muito melhor dentro do álbum, sendo uma espécie de continuação da faixa de abertura.

Seria hipocrisia afirmar que a banda inovou bastante nesse novo álbum. Quem escutou Order Of The Black – esse sim, um disco que houve uma renovação no som da banda – vai perceber que Catacombs Of The Black Vatican segue na mesma linha deste. Os dois álbuns se revezam entre faixas de extremo peso e algumas baladas. Mas está enganado quem pensa que isso quer dizer “mais do mesmo”, a essência pode ser a mesma, mas a qualidade e a diversidade das composições de Zakk são gigantescas.

Os que procuram o peso marcante dos riffs da banda ficarão satisfeitos com Beyond The Down, Dark Side Of The Sun e, principalmente, Damn The Flood. Esta última tem bastante peso nos riffs, ao estilo Suffering Overdrive do disco Blessed Hellride. A canção possui o melhor solo de guitarra do disco: longo, veloz e incrível, mostrando todo o potencial do guitarrista. Aliás, solos de guitarra são destaques do álbum, presente em absolutamente todas as faixas. Zakk se desafia a cada canção, mostrando a razão de ser um renomado guitarrista, os solos são motivos de expectativa a cada faixa, cada um com sua particularidade, seja a velocidade ou a destreza de como é executado. Aqueles que buscam um arranjo melódico, mas ainda pesado, vai achar em Empty Promises, uma das melhores do disco, destaque para a excelente letra e o empolgante refrão. O disco ainda contém quatro baladas, mesma quantidade presente no álbum anterior. Baladas são um ponto forte do frontman da banda, que já mostrou ser expert nisso desde seu álbum solo, The Book Of Shadows. Todas são sensacionais, tanto em arranjo quanto em letra, difícil dizer a de maior destaque. Talvez seja Scars por ser a de sonoridade mais distinta. Nomad é a mais calma, seguindo o exemplo de January em Order Of Black, ambas ótimas escolhas para encerrar um álbum.

No fim, Catacombs Of The Black Vatican contribui de maneira significativa para a discografia da banda, seguindo na mesma linha de excelência dos álbuns anteriores, com características bem similares ao Order Of The Black. Um prato cheio pra quem é apaixonado por heavy metal bem executado, típico do metal criado pelo Black Sabbath. Sem letras pseudo-filosóficas ou rótulos de subgêneros. Nada contra os subgêneros do estilo – muito pelo contrário, até gosto de muitos deles – mas é sempre bom ouvir a “raiz” do heavy metal, com letras simples, mas eficientes, além de riffs e solos excelentes.

Catacombs Of The Black Vatican
Artista: Black Label Society
País: Estados Unidos
Lançamento: 7 de abril de 2014
Gravadora: Mascot Records/ E1 Music
Estilo: Heavy Metal

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