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Crítica | Cavaleiro da Lua: Primeiras Aparições – Parte 1 de 2

A claudicante evolução do Cavaleiro da Lua.

por Ritter Fan
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Antes de aparecer em seu título solo de 1980, o Cavaleiro da Lua – que, no Brasil, foi originalmente batizado de Lunar, o Cavaleiro de Prata – figurou primeiro como antagonista e, depois, como anti-herói em quadrinhos de outros personagens e em histórias solo sob o título Marvel Spotlight e em histórias secundárias de Hulk! Magazine. Abaixo, seguem as críticas de todas as suas aparições esporádicas entre 1975 e 1979 nas HQs Werewolf by Night, Marvel Spolight, The Defenders, Peter Parker, the Spectacular Spider-Man e Marvel Two-In-One, em ordem cronológica (de capa) de publicação:

Lobisomem
(Werewolf by Night #32 e 33)

No ano seguinte ao que o Justiceiro apareceria como vilão do Homem-Aranha, somente para, com seu sucesso, ser transformado em anti-herói, o Cavaleiro da Lua apareceria em oposição ao Lobisomem (Jack Russell) e de maneira muito parecida a Frank Castle: como alguém contratado por um vilão para matar o herói. Se Doug Moench se inspirou mesmo na famosa história de Gerry Conway, nunca saberemos, até porque o artifício narrativo usado é bastante corriqueiro e simples, servindo como uma boa desculpa para a introdução de novos personagens e, claro, contar uma história que é basicamente pancadaria do começo ao fim.

Porque é justamente isso que o arco de duas edições da HQ mensal solo do Lobisomem (Werewolf by Night, nos EUA) é, uma incessante rinha de galo entre o herói que sofre de licantropia em razão do livro Darkhold e um personagem meticulosamente criado para ser seu oponente lógico, ou seja, alguém que simboliza a lua e tem diversos apetrechos feitos de prata (daí seu nome original no Brasil ter sido Lunar: O Cavaleiro de Prata). Aos desavisados, acho importante salientar que, apesar de este Marc Spector ser tecnicamente o mesmo personagem que ganharia uma publicação solo em meados de 1980, não existem traços de sua origem relacionada a deuses egípcios ou mesmo de seu característico transtorno dissociativo de identidade.

Nesta primeira aparição, ele é apenas Marc Spector, um mercenário altamente capaz que trabalha juntamente com seu assistente francês chamado… Francês que é contratado pelo misterioso Comitê para capturar o Lobisomem. Até mesmo seu uniforme e apetrechos de Cavaleiro da Lua – cuja capa era menor, dividida em duas e presa em seus punhos que, aliás, contavam com caestus gladiatoriais com espetos na ponta – foram dados a ele pelo Comitê como parte do contrato que lhe garantia 10 mil dólares (pouco, não?) pela captura do licantropo.

E, paramentado de branco, usando luas crescentes como shurikens, cacetete e caestus e botas, todos feitos ou folheados de prata, em uma ótima criação artística de Don Perlin, Spector passa quase que duas edições completas saindo no tapa com o Lobisomem no estilo clássico dos quadrinhos da Marvel Comics, ou seja, com muito falatório por parte do vilão e muita narração em off por parte do herói que, a essa altura de sua carreira, não falava como seu alter-ego monstruoso, só grunhia e rugia. Em se tratando de um curto arco em uma HQ mensal, claro que narrativas paralelas exclusivas do protagonista são também abordadas, mas, aqui, sem atrapalhar a fluidez da inexistente história, com direito a uma surpreendente reviravolta final que aponta para a moralidade de Spector que acaba ajudando seu prisioneiro.

Lobisomem
(Werewolf by Night #37)

Quatro edições depois de seu arco de estreia na HQ solo do Lobisomem, o Cavaleiro da Lua retorna. Ou quase. Ou nem quase, sendo bem sincero. Na verdade, a edição #37 é o clímax da história de vodu que já vinha sendo cozinhada desde antes até das edições #32 e 33 comentadas acima, em que Jack Russell, como seu alter-ego peludo e cheio de dentes e garras afiadas, enfrenta o excêntrico Belaric Marcosa, que, ridiculamente, tem um rubi em cada dente incisivo do meio e de cima.

A questão é que Marcosa, além de invocar um exército de policiais zumbis que é facilmente derrotado pelo Lobisomem com a ajuda de sua paixão Topázio, transforma a moça, juntamente com Lissa, sua irmã, e Elaine, namorada de seu melhor amigo, em vampiros(???) que passam a se(???) atacar, deixando Jack Russell desesperado, sem nada poder fazer até que as almas capturadas por Marcosa começam a ajudá-lo, fazendo com que o vilão, ato contínuo, faça surgir as versões demoníacas de inimigos passados do Lobisomem, mais especificamente o Doutor Luzeiro, Carrasco e, claro, o Cavaleiro da Lua. Portanto, não se trata de Marc Spector e sim de uma manifestação mental e demoníaca do mercenário em seu uniforme branco criada por Marcosa como uma tentativa desesperada de derrotar o licantropo.

Como história separada, é impossível de fazer um julgamento honesto justamente por ser o capítulo final de um razoavelmente longo arco, mas é notável o grau de violência que vemos acontecer na edição, mesmo que muitas vezes off frame. Além disso, há uma boa convergência narrativa dos eventos anteriores que levam a um fim movimentado, talvez um pouco corrido e, portanto, “fácil” demais, mas que faz valer os caminhos tortuosos que Doug Moench usou para chegar a esse ponto, com a fraqueza da edição ficando muito mais por conta da arte de Don Perlin que, aqui, não conta com a finalização de Howie Perlin e entrega algo aquém do que vinha entregando, especialmente na caracterização do protagonista.

Werewolf by Night #32, 33 e 37(EUA, 1975/76)
Roteiro: Doug Moench
Arte: Don Perlin
Arte-final: Howie Perlin (#32 e 33)
Cores: Phil Rache (#32 e 33), Diane Buscema (#37)
Letras: Ray Holloway (#32 e 33), Debra James (#37)
Editoria: Len Wein (#32 e 33), Marv Wolfman (#37)
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: agosto e setembro de 1975 e março de 1976
Editora no Brasil: Panini Comics (Coleção Histórica: Paladinos Marvel #3 – edições #32 e 33)
Data de publicação no Brasil: julho de 2017
Páginas: 59 (total)

Marvel Spotlight #28 e 29

Depois de ser introduzido no Universo Marvel como um vilão do Lobisomem, o Cavaleiro da Lua ganhou um começo de repaginação em sua primeira história solo na HQ Marvel Spotlight, uma das várias publicações da Marvel Comics que tinha como objetivo servir de espaço temporário para um grande variedade de personagens ainda em fase de teste, por assim dizer, ou sem casa fixa. Nas duas edições também escritas por Doug Moench e desenhadas por Don Perlin, a dupla criadora do personagem, vê-se um esforço grande para começar a diferenciar o Cavaleiro da Lua como algo mais do que apenas um mercenário a quem foi dado um uniforme branco/prateado por um sindicato de vilões para derrotar um anti-herói estabelecido no panteão da editora.

Mas esse esforço, apesar de já poder ser considerado como um esboço do que o Cavaleiro da Lua viria a ser, é, na melhor das hipótese, cambaleante, com Moench tentando conciliar o que foi visto em Werewolf by Night #32 e 33 e no que ele começa a transformar o personagem. É, sem dúvida alguma, olhando em retrospecto, um processo interessante, mas a história que Moench oferece, introduzindo um vilão daqueles bem exagerados e descontextualizados e que seria esquecido ao longo dos anos, chamado Conquistador (ou Conquer-Lord, no original). Ridículo sem uniforme, com uma sobrancelha branca e outra preta em seu rosto quase deformado de tão estranho e mais ridículo ainda com seu uniforme espalhafatoso nas cores laranja, amarelo e azul, com direito a uma caveira na altura da barriga (???) e ratazanas no ombro (???) que deseja artificialmente alterar os resultados da próxima eleição a prefeito em Nova York, o que inclui até mesmo matar o prefeito atual.

Fica aquela nítida impressão que o vilão foi algo pensado de qualquer maneira por Moench e desenhado mais de qualquer maneira ainda por Perlin apenas para permitir que o Cavaleiro da Lua fosse reintroduzido na continuidade do Universo Marvel, com direito a alguns retcons safados que, na prática, pelo menos nessa altura, são inconciliáveis com o que foi visto do personagem. O primeiro retcon é que Marc Spector adotou o uniforme e o nome que lhes foi dado pelo Comitê quando a entidade o usou contra o Lobisomem. Não faz sentido algum, mas esqueçamos desse detalhe, pois tem mais retcon, com o segundo dele sendo ele já ter uma reputação na cidade como super-herói. Zero de sentido também. Além disso, Moench inventa que seu entrevero com o Lobisomem lhe deu super força, algo que varia dependendo da fase da lua. E, por último, descobrimos, como se fosse a coisa mais comum do mundo, que Marc Spector, o mercenário, é também Steven Grant, um playboy bilionário que vive em uma mansão e, como se isso não bastasse, também Jake Lockley, um taxista cheio de conexões no submundo.

E não, não há transtorno dissociativo de identidade algum nesse ponto, pelo menos não algo detectável com tal, pois ele é Marc Spector perfeitamente consciente de suas demais identidades que não só são apenas determinadas por uma troca de roupa, como são também conhecidas por Francês, seu fiel piloto de helicóptero, seu mordomo e sua namorada. Em um ponto da história, Spector menciona esquizofrenia como “sinônimo” do transtorno, mas nem para isso há algum contexto, com a narrativa sendo jogada e mantendo-se muito mais focada em derramar informações para dar estofo ao Cavaleiro da Lua, mas sem realmente estabelecer uma lógica razoável. De resto, é a velha caça ao vilão que, claro, tem um esconderijo secreto facilmente localizável, com direito a fosso com crocodilos e uma dama em perigo prestes a virar lanche dos répteis gulosos. Em outras palavras, é uma completa mixórdia o que Moench faz aqui, no que é acompanhado por Perlin no que diz respeito ao vilão e a seus capangas, com apenas duas leves alterações no uniforme do herói, retirando-lhe os espetos da caestus romana e transformando sua capa – ainda dividida em duas e presa aos punhos – em um conveniente planador.

Marvel Spotlight #28 e 29 (EUA, 1976)
Roteiro: Doug Moench
Arte: Don Perlin
Cores: Irene Vartanoff
Letras: Irving Watanabe (#28), Debra James (#29)
Editoria: Marv Wolfman
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: junho e agosto de 1976
Editora no Brasil: Panini Comics (Coleção Histórica: Paladinos Marvel #3)
Data de publicação no Brasil: julho de 2017
Páginas: 37 (total)

Os Defensores
(The Defenders #47 a 51)

Algo como um ano depois de estrelar sua primeira história solo em Marvel Spotlight, o Cavaleiro da Lua retorna aos quadrinhos da Marvel Comics na revista mensal dos Defensores em posição de coadjuvante de luxo, ou, para ficar mais bonito, “convidado especial”, em um arco de cinco edições que, na verdade, é a culminação de uma razoavelmente longa linha narrativa envolvendo Jacob “Jake” Fury, irmão de Nick Fury, mais conhecido como Scorpio, líder do grupo vilanesco Zodíaco. É uma história inegavelmente interessante em razão da caracterização do vilão e da arte de Keith Giffin, um dos melhores desenhistas da “escola Jack Kirby de quadrinhos”, mas que sofre pela necessidade de se preencher páginas demais com rinhas de galo.

Na história, que se passa logo após o Doutor Estranho sair do grupo que fundou, Scorpio sequestra Jack Norriss, marido de Barbara, o corpo em que agora reside Valquíria, de forma a fazer com que o milionário Kyle Richmond, mais conhecido como o Falcão Noturno, pague um resgate que lhe permitiria alcançar seu sonho de recriar o Zodíaco com versões robóticas dos signos. Considerando o estágio avançado das instalações de Scorpio, a história não faz lá muito sentido, mas funciona bem para unir o Cavaleiro da Lua temporariamente ao grupo, já que ele se deparara com o LMD de Nick Fury, controlado por seu irmão, sequestrando Norriss e acaba naturalmente ajudando na missão.

Mas a narrativa é fragmentária quando não está focada nos dilemas de Scorpio, um personagem trágico shakespeareano que ganha uma roupagem surpreendentemente adulta e complexa em termos psicológicos com um final de arco inesperado até. Quando a história não repousa nele, porém, o que temos são momentos dispersos envolvendo Valquíria e Felina, incluindo uma edição inteira em que as duas, juntamente com o Cavaleiro da Lua, tentam atrair o Hulk para o QG do vilão na base da pancadaria, destruindo um bom pedaço de Manhattan no processo em um uso ruim da boa e velha estratégia que determina que os heróis devem brigar antes de se unir.

Em termos de evolução do Cavaleiro da Lua, o arco não oferece absolutamente nada. Ele é eminentemente o mesmo personagem que vimos em Marvel Spotlight, com a diferença sendo que suas diversas identidades (não tão) secretas não são sequer mencionadas. O único momento em que o leitor “aprende” algo sobre o então ainda cambaleante personagem vestido de branco é quando ele diz, em apenas uma linha de diálogo, que sua super força depende das fases da lua, reiterando que seus poderes vêm de sua briga com o Lobisomem em Werewolf by Night #32 e 33, quando ele foi introduzido no Universo Marvel.

David Kraft, no roteiro, escreve uma história que camba para o padrão, mas que ganha destaque na forma como aborda os dilemas de vida de Scorpio que se considera velho (52 anos – fico até ofendido!) e sem ter conseguindo alcançar seus sonhos, com um bom retrabalho de sua inimizade com seu irmão, algo que ele desconta no LMD de Nick Fury que trabalha para ele, mas, interessantemente, não de maneira cega como imaginaríamos de um androide. Percebemos sentimentos ali e toda essa construção é fascinante. Por seu turno, Keith Giffin entrega uma arte magnífica, repleta de detalhes, por vezes com arte-final de ninguém menos do que Klaus Janson, e cores vivas cortesia do próprio roteirista em três das cinco edições, que brilha particularmente no quartel-general altamente tecnológico de Scorpio e na recriação bem setentista dos demais membros do Zodíaco. Esses elementos elevam o nível do arco, mesmo que a história em geral peque pela dispersão quase que completa do foco.

The Defenders #47 a 51 (EUA, 1977)
Roteiro: David Kraft (#47 a 51), Roger Slifer (#47)
Arte: Keith Giffen
Arte-final: Klaus Janson (#47 e 51), Dan Green (#48), Mike Royer (#49)
Cores: David Kraft (#47, 48, 49), Don Warfield (#50), Phil Rachelson (#51)
Letras: John Costanza (#47 e 50), Annette Kawecki (#48), Mike Royer (#49), Irving Watanabe (#49), Bruce Patterson (#51)
Editoria: Archie Goodwin
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: maio a setembro de 1977
Páginas: 88 (total)

Peter Parker, o Espetacular Homem-Aranha
(Peter Parker, the Spectacular Spider-Man #22 e 23)

Como era obrigatório na década de 70 na Marvel Comics, todo herói novo, especialmente sem casa própria, precisava aparecer como convidado especial de alguma HQ do Homem-Aranha e é isso que acontece com o Cavaleiro da Lua um ano depois de seu razoavelmente longo arco junto aos Defensores. A estrutura é a mesma de sempre, ou seja, os dois se encontram pela primeira vez, saem no braço em razão de mal-entendidos, fazem as pazes e partem para lidar com o vilão em comum da história, aqui contada em duas partes e escrita por Bill Mantlo.

O vilão ostensivo do arco é o francês Ciclone, mas o vilão secreto é seu chefe, o então ainda desconhecido Grande M, líder da organização criminosa conhecida como Maggia, a versão da Mafia americana da editora. O Cavaleiro da Lua deseja descobrir quem é o poderoso chefão e, no processo, esbarra no Homem-Aranha e no Ciclone, gerando as pancadarias de praxe que culminam com os dois descobrindo que haverá uma grande reunião secreta no túmulo do Presidente Ulysses S.Grant. Infelizmente, como a história é um “meio do caminho” sobre a Maggia, nada fica resolvido em definitivo e a parceria dos dois heróis só serve mesmo para o Cavaleiro da Lua “bater ponto” como convidado do Aranha e os leitores descobrirem que a mansão de sua identidade secreta Steven Grant conta com um quartel-general altamente tecnológico que se parece com a Mansão dos Vingadores.

Enquanto o primeiro capítulo da história conta com uma bela arte da dupla Mike Zeck e Bruce D. Patterson, que pende ao sombrio e detalhista, o que beneficia a pegada mais violenta desse começo, o segundo tem mudança completa na dupla artística, que passa a ser composta de Jim Mooney e Mike Sposito, com traços mais leves que, enquanto combinam com a presença do espalhafatoso Ciclone, não fazem muito bem ao lado investigativo. No entanto, é um bom conjunto visual, sem grande solução de continuidade, com um roteiro de Mantlo que não faz mais do que o básico para tornar a história minimamente interessante, construindo o respeito mútuo de um herói pelo outro.

Peter Parker, o Espetacular Homem-Aranha #22 e 23 (EUA, 1978)
Roteiro: Bill Mantlo
Arte: Mike Zeck (#22), Jim Mooney (#23)
Arte-final: Bruce D. Patterson (#22), Mike Esposito (#23)
Cores: George Roussos (#22), Phil Rachelson (#23)
Letras: Bruce D. Patterson (#22), Joe Rosen (#23)
Editoria: Bob Hall, Jim Shooter
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: setembro e outubro de 1978
Editora no Brasil: RGE (Almanaque Aranha #10)
Data de publicação no Brasil: julho de 1982
Páginas: 37 (total)

Marvel Two-In-One #52

As últimas duas edições de Marvel Feature (#11-12) contaram com o Coisa fazendo parceria com, respectivamente, o Hulk e o Homem de Ferro. O sucesso foi tanto que, em janeiro do ano seguinte, a Marvel Comics lançou Marvel Two-In-One (ou Marvel Dois-Em-Um) que tinha como objetivo contar histórias independentes, mas que sempre pareavam o Coisa com algum outro personagem da editora. O resultado foi sucesso absoluto novamente, com a publicação mensal durando de 1974 a 1983, com sete anuais, e sendo seguida por uma revista solo do Coisa.

Uma dessas parcerias de Benjamim Grimm foi com o Cavaleiro da Lua, na edição #52 da publicação, em que vemos o herói “lunar”, na sua identidade de Jake Lockley, investigando um rumor de que o Coisa seria sequestrado. Dito e feito, o pedregoso é atacado e o Cavaleiro da Lua sai a seu resgate, somente para os dois serem capturados pelos capangas do vilão Fogo Cruzado que usa seus conhecimentos adquiridos na CIA sobre lavagem cerebral para criar uma máquina para fazer heróis lutarem contra heróis. Não é, definitivamente uma das mais originais histórias, mas Steven Grant (ironicamente, o roteirista tem o mesmo nome de uma das personas do Cavaleiro da Lua) oferece algo que nunca havia sido oferecido antes: um vislumbre do passado de Marc Spector na CIA.

Como é informado pelo misterioso Comitê logo no começo de Werewolf by Night #32, que introduziu o Cavaleiro da Lua, o currículo de Spector incluía de tudo, inclusive uma passagem pela agência americana e o herói percebe que William Cross, seu antigo mentor por lá, é Fogo Cruzado e, como ele foi treinado justamente por Cross para resistir à lavagem cerebral, ele ganha uma imediata vantagem no entrevero. De resto, a história é extremamente simplista e básica como, aliás, eram quase todas da HQ Marvel Two-In-One.

Pelo menos a arte de Jim Craig e Pablo Marcos, que se arriscam com painéis detalhistas e dinâmicos de página inteira, ajuda a compensar um pouco a obviedade da ação, emprestando mais dinâmica à pancadaria. Além disso, Craig mantém a alteração estética inaugurada na história secundária do herói em The Hulk! #12: sua capa, antes desenhada em tamanho diminuto e cortada em dois pedaços de cada lado unidos ao seu punho, ganha uma versão de capa completa, longa e, melhor ainda, no formato de lua crescente, algo que seria, depois, usado por diversos outros artistas como uma das marcas registradas do super-herói.

Marvel Two-In-One #52 (EUA, 1979)
Roteiro: Steven Grant
Arte: Jim Craig
Arte-final: Pablo Marcos
Cores: Ben Sean
Letras: Rick Parker
Editoria: Roger Stern, Jim Shooter
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: junho de 1979
Páginas: 18

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