Home QuadrinhosOne-Shot Crítica | Dampyr – Vol. 24: A Milícia Sinistra

Crítica | Dampyr – Vol. 24: A Milícia Sinistra

Gangues colombianas.

por Luiz Santiago
130 views

Na representação feita por Maurizio Colombo nesta edição, “Medellín é uma cidade em guerra consigo mesma“. Não há nenhuma explicação do por que Harlan Draka está na Colômbia, e demora até um certo tempo para que o leitor o encontre, em um bar, vigiando o servo de um mestre da noite local, apelidado de Ixtlan (que até onde eu saiba, não é um deus real, nem mesmo em culturas originárias sul americanas). Seguindo um modelo já bem conhecido dos roteiros de Colombo para a série, há uma quantidade grande de cenas de ação, sempre flertando com sequências cinematográficas e desaguando em portas que são apenas parcialmente fechadas, por motivos de continuidade.

O texto comenta brevemente sobre a situação da periferia de algumas cidades colombianas, explorando questões sociais recorrentemente discutidas em nosso cotidiano, tais como a fome e a miséria; a falta de oportunidade de trabalho, de estudo e lazer para as pessoas; o terror causado pelas organizações criminosas em algumas cidades, e a maneira como os cidadãos se ajustam a esta realidade massacrante. Assim que o Dampyr entra em cena, ocorre o primeiro tiroteio, e é então que conhecemos Bobby Quintana, um policial que luta contra as gangues de traficantes de drogas locais já há algum tempo, tendo um caso bastante pessoal com esses criminosos.

A história aqui é bem construída, e tanto as motivações quanto o andamento cada vez mais violento do enredo (em certa medida, me lembrou até Cassidy, outro título da editora a trabalhar diretamente com conflitos urbanos envolvendo facções criminosas), são muito bons. O que não se encaixa bem no texto é o aparecimento muitíssimo conveniente de Tesla e Kurjak na Colômbia, em um momento que Harlan e Bobby precisavam imensamente deles. Se pelo menos o autor tivesse dado alguma indicação de que eles já estavam no país, ou que estavam a caminho, após serem convocados, a chegada pareceria menos estranha. Mas à parte este elemento, a trama dessa edição carrega ótimos embates entre os aliados de Harlan e os narcotraficantes ligados a Ramon Echeverria, transformado pelo já citado Mestre da Noite.

O final de A Milícia Sinistra indica que Ixtlan foi para os Estados Unidos, e está prestes a criar uma outra facção criminosa vampírica. Um ponto muito interessante dessa série, é que cada vampiro original meio que se especializa ou gosta de estar perto de um grupo de pessoas; procura exercer, mesmo nas sombras, um tipo muito particular de atividade, de área de influência. No caso desse Mestre da Noite, o ambiente procurado é sempre o mundo do crime, em lugares diferentes do continente Americano. Será muito bom vê-lo retornar em outros lugares da América, especialmente nas regiões centrais e do sul.

Local de ação: Colômbia (departamento de Antioquia, Valle de Aburrá, cidade de Medellín)
Personagens principais: Harlan Draka, Kurjak, Tesla, Ixtlàn, Bobby Quintana, Ramon Echeverria, Rubio, Otero

Dampyr – Vol. 24: La milizia oscura — Itália, Março de 2002
Roteiro: Maurizio Colombo
Arte: Nicola Genzianella
Capa: Enea Riboldi
No Brasil: Dampyr – Vol.6 (Editora 85, abril de 2021)
100 páginas

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais