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Crítica | Dark Souls 2

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

Apesar de ter sua fan-base garantida, a série Souls somente atingiu seu grau de popularidade através de Dark Souls, que conquistou até uma versão para PC através de petições online. Tendo em vista a grande e inesperada fama do game e sua própria história que deixa muito a cargo da interpretação, a FromSoftware optou por realizar uma continuação, ao invés da sequência espiritual como foi feita em relação a Demon’s Souls.

Não espere ver em Dark Souls 2 elementos explícitos que vinculam este com seu antecessor. Como sempre, toda e qualquer informação funciona como uma peça minúscula de um gigante quebra cabeça e cabe ao jogadores mais entusiastas (e criativos) montar. Dito isso, este não é um game que requer o término do primeiro, ou sequer qualquer conhecimento de sua trama. Por outro lado, a experiência será consideravelmente mais recompensadora para os veteranos da franquia.

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Anor Londo?

Em DS2 estamos no papel de um humano no processo de se tornar um hollow. Sabendo disso, ele parte para uma terra distante conhecida como Drangleic, na qual acredita-se ser possível curar tal maldição. Através de uma cutscene inicial, nos é explicado este princípio de trama. Desde já podemos ver uma grande diferença em relação ao primeiro game. Enquanto Dark Souls adotava um tom épico e colocava o destino de Lordran em nossas mãos, neste segundo vemos uma jornada mais inimista em um tom ainda mais melancólico e solitário. Essa não é a jornada para salvar ou destruir o mundo e sim para salvar a si mesmo.

Tal diferença dramática se reflete também no design não só dos inimigos quanto do próprio cenário. Vemos vilas em péssimo estado, construções outrora gloriosas e um encadeamento entre os locais que nós fazem sentir como um pequeno detalhe dentro daquele universo. A circularidade do mundo do antecessor foi abandonada e agora progredimos constantemente por terrenos que apenas parecem se distanciar mais do ponto no qual começamos. Infelizmente não podemos mais enxergar locais longínquos pelos quais passamos, o que pode acabar dando um tom de confusão ao jogador habituado a Dark Souls.

Para contornar o problema de não podermos ativar um atalho e voltarmos para o lugar desejado, o game insere um número ainda maior de bonfires e a habilidade de teleportar entre eles desde o princípio do game. É uma mecânica que funciona e torna fácil voltarmos para explorar locais que apenas passamos rapidamente. Isso se encaixa perfeitamente com a forma como progredimos no game.

Desde o início ganhamos uma considerável liberdade para irmos para onde quisermos. Sim, existem portas fechadas, mas conforme avançamos descobrimos passagens e mais passagens para lugares novos, o suficiente para deixar qualquer explorador louco. Aqui faço elogios para a equipe do jogo que nos entregou um mapa ainda maior que o do primeiro game, e o melhor: com localizações bastante distintas entre si e que nós dão aquela sensação de nostalgia devido à familiaridade a Demon’s Souls e Dark Souls. E não se preocupem: temos um equivalente às queridas fases Valley of Defilement e Blighttown.

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Esse NÃO é um chefe…

Agora chegamos no ponto que dá fama à franquia, sua dificuldade. Está continuação consegue ser ainda mais difícil que o primeiro game. Os inimigos possuem ótimos movimentos e mecânicas inteligentes. Além disso, somos constantemente colocados contra dois, três, até quatro criaturas. Em contraponto, os chefes se tornaram mais fáceis, fator que considero um regresso, já que tais lutas no primeiro game eram desafiadoras e incrivelmente divertidas. Ainda assim, alguns desses ainda representam aquele grande obstáculo e contam com aparências nada menos que temíveis.

O modo online, que agora conta com um servidor dedicado, ainda apresenta seus problemas de conectividade. Tais defeitos, contudo, estão sendo consertados. Desde já, contudo, adianto que, ao conseguirmos nos conectar com outro jogador – seja aliado ou oponente – a experiência se torna ainda mais recompensadora e divertida. Além disso, diversos chefes possuem mecânicas que podem ser utilizadas através do multijogador.

Através de Dark Souls 2, a FromSoftware transforma sua franquia em um marco da atual geração de videogames. É um game que se encontra no mesmo nível de seus antecessores e que conta com suas próprias particularidades, tornando-o um game único por si só. Introduz diversos elementos novos e uma dificuldade ainda mais desafiadora, mas nada menos recompensadora. É um digno sucessor de um dos melhores games já feitos e ocupa seu merecido lugar ao seu lado.

Dark Souls 2
Desenvolvedora:
 FromSoftware
Lançamento: 11 de março de 2014
Gênero: RPG
Disponível para: PS3 e XBox 360

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