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Crítica | Dexter: Ressurreição – 1X04: Me Chame de Red

Dexter disfarçado.

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as demais críticas do universo Dexter.

Como o museu de memorabilia de serial killers do doentio magnata Leon Prater, Me Chame de Red é uma espécie de coleção de atores conhecidos e queridos dando as caras para se tornarem vítimas futuras ou, em um caso, de interesse amoroso de Dexter Morgan. Além do esperado Peter Dinklage como Prater, temos Krysten Ritter (a própria Jessica Jones ainda sendo Jessica Jones), Neil Patrick Harris (o chatíssimo Barney Stinson de How I Met Your Mother sendo especialmente insuportável), Eric Stonestreet (o simpaticíssimo Cameron Tucker de Modern Family continuando simpático mesmo como assassino) e, finalmente, David Dastmalchian (o estranho Gurathin da recente Diários de um Robô-Assassino somente para citar uma obra, já que ele é um ator bem requisitado ultimamente, sendo… bem… estranho como ele sempre é em seus papeis). É, portanto, diversão garantida do tipo “aponte o dedo para a tela e diga o nome do ator e seu papel preferido dele”, mesmo que a duração avantajada de mais de uma hora pese sobre o quarto episódio da série.

Trata-se, obviamente, de um episódio preparatório, o quarto seguido, algo incomum e diria problemático em uma série de apenas 10, em que o que acontece é mais contemplativo – comas pitadas de nostalgia, claro, desta vez os objetos relacionados com Dexter e os assassinos que gravitaram ao seu redor, valendo especial destaque para a caixa de lâminas com o sangue de suas vítimas, residente permanente de seu aparelho de ar-condicionado – do que efetivamente algo que impulsione de verdade a narrativa. Sim, há um ensaio de relacionamento de Dexter com Mia Lapierre (Ritter), personagem convenientemente esculpida para ser a versão feminina do protagonista até, talvez, revelar-se como malvadona de verdade e sim, há o assassinato ritual extremamente fácil de Lowell (Harris), mas, muito sinceramente, não há nada de especial ou diferente nessas escolhas de roteiro, a não ser, no segundo caso, uma pressa que simplesmente não combina com o ritmo do episódio. Sem dúvida alguma, o jantar em si é conceitualmente interessante, mas morno, quase decepcionante, com Prater falando muito sem dizer nada e nada acontecendo apesar de parecer que acontece e um Dexter fazendo as vezes de Red que não cria nenhum tipo de tensão, apesar de ser cômico o assassino comilão ser “forçado” a ser vegano por um tempo.

E, muito diferente do que vimos em Copiloto Palpiteiro, a progressão narrativa é lenta, mas não no sentido positivo e sim quase estagnada mesmo, com as dúvidas de Dexter não passando de repetições do que já vimos antes ad nauseam, com um final em que ele finalmente se revela vivo ao eu filho que era o que eu queria, mas não como eu imaginava, já que o pai chegar segundos antes de o filho entrar na delegacia de polícia não só é mais outra conveniência, como uma situação que não combina bem com o Harrison que foi trabalhado até o momento na série. Sei bem que a chegada de um desconfiado Angel Batista combinado com a rejeição que sofreu de catalisou essa decisão de Harrison – decisão essa que não sabemos bem qual é, admito – foi uma boa construção para colocar o jovem contra a parede, mas, em um episódio desse tamanho, a maneira repentina como esse lado da história acontece é de levantar sobrancelhas.

Apesar de meus comentários negativos, não considero Me Chame de Red um episódio ruim ou mesmo apenas mediano. A qualidade que vimos nos dois primeiros episódios foi mantida principalmente pela cor trazida pelo elenco vilanesco, com os atores todos muito claramente se divertindo em seus papeis e prometendo mortes no mínimo inusitadas se a facilidade com que Lowell foi morto não se repetir. Além disso, ele finalmente marca a convergência total das linhas narrativas, algo que não será conciliável de forma trivial sem transformar Harrison ou Dexter em algo que eles não são. Falando nisso, mesmo que tenha sido alvissareira a revelação final ao jovem, tenho para mim que será mais saudável para a série se não houver uma interpenetração muito grande entre “Dexter no seio de sua comunidade” e “Harrison investigado por assassinato”. Veremos!

Dexter: Ressurreição – 1X04: Me Chame de Red (Dexter: Resurrection – 1X04: Call Me Red – EUA, 25 de julho de 2025)
Desenvolvimento: Clyde Phillips (baseado na série desenvolvida por James Manos Jr. e na obra de Jeff Lindsay)
Direção: Monica Raymund
Roteiro: Alexandra Franklin, Marc Muszynski
Elenco: Michael C. Hall, Uma Thurman, Jack Alcott, David Zayas, Ntare Guma Mbaho Mwine, Kadia Saraf, Dominic Fumusa, Emilia Suárez, James Remar, Peter Dinklage, Krysten Ritter, Neil Patrick Harris, Eric Stonestreet, David Dastmalchian
Duração: 66 min.

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