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Crítica | Doctor Who – 11X05: The Tsuranga Conundrum

por Luiz Santiago
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Um episódio de suspense e ação, com citação direta a Poirot e com um McGuffin de impacto bio-antropológico (o Gifftan grávido) era tudo o que eu não esperava que viesse como sequência de algo como Arachnids in the UK. Mas aqui estamos nós. Chris Chibnall realmente tem cumprido a sua promessa de diversificar o show em termos de drama, localização das aventuras e apresentação de novos conceitos. Independente do quanto isso funcione no todo, o fato é que chegamos à metade da temporada com um saldo alto de novidades, um bom saldo de qualidade e um modelo de narrativa que, por mais ganchos que alguém se esforce para fazer com a Era Davies ou Moffat, simplesmente não consegue uma honesta comparação. O quanto isso é bom ou ruim vai de cada um. Mas que é diferente, é.

Dirigido por Jennifer PerrottThe Tsuranga Conundrum começa com a Doutora e seus companheiros em um planeta-sucata procurando por algo que terminam não encontrando. Em vez disso, são surpreendidos por uma Mina Sônica que os levam para uma nave-hospital chamada Tsuranga. Como a ação se passa em um futuro distante (no século 67), o roteiro tem a oportunidade de brincar com a tecnologia a favor de uma aventura totalmente racional, cujo foco é primordialmente a sobrevivência, passando pela necessidade de se adaptar como indivíduo e aceitar as adversidades para poder sobreviver. Em significado, isso diz muito sobre o capítulo e sobre a ação da Doutora diante de um problema aparentemente impossível de se resolver. E claro, traz uma boa (e para nós, brasileiros, necessária) mensagem de adaptação e luta contra o intruso que sai destruindo tudo pela frente, só para matar uma peculiar fome pessoal…

A direção expõe os cenários de maneira muito semelhante à de Jamie Childs em The Woman Who Fell to Earth, mas aqui existem caraterísticas estéticas ainda mais escrupulosas, tornando o episódio visualmente mais interessante e, em termos de cadência do roteiro, numa verdadeira roda-gigante de moções. A fotografia passa por um único ponto de contraste, do escuro planeta-sucata para a nave Tsuranga (a Doutora disse que já tinha ouvido aquele nome antes… hummm…), fazendo com que todo o restante do claustrofóbico episódio tivesse aquela conhecida luz aberta e branca de ambientes hospitalares, com o entorno mais minimalista possível, algo que eu apreciei demais. Aliás, vale dizer que as duas representações de naves espaciais que tivemos nessa temporada, a primeira em The Ghost Monument e a segunda aqui, contaram com um desenho de produção absolutamente exemplar, cada uma servindo ao seu propósito principal, sem exageros e sem desconsiderar o óbvio.

Outro ponto a ser levantado em conta é a explicação factual da Doutora sobre a anti-matéria (mudam aí as aplicações diretas relacionadas ao episódio). Eu tenho gostado muito da maneira professoral como ela se porta em alguns momentos, sem ser chata, mas nunca deixando o seus companheiros (e o público) apenas com a indicação de “shhhh… aceitem o mistério” para como as coisas funcionam. Juntamente com essa luta pela sobrevivência, com a equipe separada da TARDIS mais uma vez, um alien macho grávido, uma piloto lendária com uma condição terminal de saúde, um androide fiel e uma criatura que é um misto de Gremlin com Stitch (amei o design da criatura, cujo nome é Pting!), temos um solene final, do qual muito provavelmente o próximo capítulo virá em continuação. Será que teremos uma mudança de abordagem agora, na segunda metade do serial?

Doctor Who – 11X05: The Tsuranga Conundrum (Reino Unido, 4 de novembro de 2018)
Direção: Jennifer Perrott
Roteiro: Chris Chibnall
Elenco: Jodie Whittaker, Bradley Walsh, Tosin Cole, Mandip Gill, Lois Chimimba, Brett Goldstein, Suzanne Packer, Jack Shalloo, David Shields
Duração: 48 min.

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