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Crítica | Doctor Who: Countdown/TV Action #47 a 93 (1972)

por Luiz Santiago
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Esta é a segunda parte das publicações em quadrinhos na era do 3º Doutor. Neste período, a revista Countdown mudou de nome diversas vezes para algumas varições de “TV Action”, sendo, ao final, mais conhecida por essa nomenclatura mesmo. As aventuras abordadas foram às bancas no período entre Janeiro e Dezembro de 1972.

Confira também: Countdown #1 a 46 (1971).

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*Sub Zero

Equipe: 3º Doutor
Espaço: Antártida / Sydney, Austrália
Tempo: Anos 1970

Antes de mais nada, é preciso dizer que a arte de Gerry Haylock é maravilhosa, com certeza o melhor atrativo de toda essa história, que tem um bom potencial, mas que traz inadvertidas escolhas de Dennis Hooper no roteiro, como fazer os Daleks explodirem uma bomba atômica em Sydney e só destruírem a Sydney Harbour Bridge, além de não haver nenhuma citação de radiação no local. Terrível, não?

Mas apesar disso, a história é interessante e me lembrou bastante o mesmo esquema armado pelo Mestre em The Time Thief, com toda a coisa de trazer armas e soldados de outros tempos para lutar no século XX da Terra e dominar o planeta. A diferença aqui é que o plano é liderado pelos Daleks, que usam controle mental e persuasão através de assassinatos para chegarem a seus objetivos.

A forma como o Doutor logra derrotar os vilões foge aos meios comuns, de enfrentamento direto, o que seria inútil, como ele mesmo conclui. Mesmo com falhas, a história funciona bem.

Countdown #47 a 54: *Sub Zero (Janeiro – Fevereiro de 1972)
Roteiro:
Dennis Hooper
Arte: Gerry Haylock

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The Planet of the Daleks

Equipe: 3º Doutor, Finney
Espaço: Reino Unido / Skaro
Tempo: Anos 1970 / Passado distante na timeline dos Daleks

Diferente de Charlie, o último companion do Doutor, Finney tentou roubar a TARDIS e meio que foi obrigado a entrar na nave, porque ele jogou uma bomba de gás no Doutor que acabou incendiando o porão onde ela estava e ambos precisavam fugir do incêndio. Mas o curioso de tudo isso é que depois de Jo, o Doutor teve dois companions improváveis, dois ladrões em diferentes idades!

A história aqui tinha tudo para ser bem melhor do que já é. Não pela arte de Gerry Haylock, que preciso elogiar novamente, pois é maravilhosa, especialmente nos 4 primeiros números — os coloridos, porque depois parte das histórias passaram a ser preto e branco e sem uma arte-final aprimorada –; mas pelo roteiro de Dennis Hooper, que parece não ter feito pesquisa alguma, ou não podido por conta dos direitos autorais, trabalhar detalhes da TV. A história de chama “Planeta dos Daleks” mas Skaro sequer é citado!

À parte o pequeno grande absurdo de os Daleks construírem um vetor temporal para capturar “tudo o que viajar pelo tempo e espaço” só para se vingar do Doutor, por ter impedido a invasão dessas criaturas à Terra em *Sub Zero, o que me parece forçado demais, a narrativa funciona bem. Finney é um bom companion, bastante corajoso, talvez por não ter nada a perder e principalmente por ser um bandido profissional, com ótimas ferramentes, que usa contra os Daleks. E a história não termina de forma ruim, como no caso da aventura com Charlie! Não há despedida, mas a deixa entre esta e a próxima história nos dá a oportunidade de pensar em vários outros momentos do Doutor com esse ladrão corajoso pelo Universo. Uma dupla impagável!

Countdown #55 a 62: The Planet of the Daleks (Março – Abril de 1972)
Roteiro:
Dennis Hooper
Arte: Gerry Haylock

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A Stitch in Time

A Stitch in Time doctor who

Equipe: 3º Doutor, Brod
Espaço: Londres / Nova York
Tempo: 5000 / 1872

E aqui temos mais uma explicação para o que aconteceu com o Marie Celeste. O 1º Doutor já tinha sido envolvido em uma situação parecida, como visto em The Chase, mas nesta timeline o 3º Doutor tem contato com o malfadado navio a partir de um acidente de percurso. E tudo começa quando ele passava com a TARDIS por uma Galáxia em destruição. Há uma bagunça no vórtex e ele vai parar na Terra do futuro, que após uma super guerra, foi parcialmente destruída e o mundo é dividido entre os mutantes, afetados pela radiação, e os “normais”, que vivem escondidos, alguns deles, no que sobrou da Biblioteca de Londres.

A história, não fossem os Deus ex machina, seria excelente. Ela não satisfaz, mas mesmo assim, não é uma história ruim. A maioria dos conflitos funcionam relativamente bem dentro da proposta do roteiro, a arte é adequada à história — a Terra é um deserto a essa época, então não tem muito o que desenhar, no começo — e a passagem do tempo, do futuro para o passado, é bem bacana. O Doutor mais uma vez é colocado na armadilha de ter ou não que mudar um evento na linha do tempo da Terra. E isso é perigoso, porque já havia lhe rendido uma regeneração forçada e também um exílio

Countdown #63 a 70: A Stitch in Time (Abril – Junho de 1972)
Roteiro:
Dennis Hooper
Arte: Gerry Haylock

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Arco Final

Enemy_from_nowhere_doctor who

A primeira dessas três histórias, The Enemy from Nowhere, é mais uma aventura do Doutor contra um cientista que não quer ver o seu projeto perdido por nenhum tipo de interferência, mesmo quando essa “interferência” é uma força alienígena pronta para atacar uma base espacial na nossa órbita e, posteriormente, a Terra. Os vilões aqui são os Zerons e existe um “companion de uma viagem”, Davie Jenkins, que vai com o Doutor até a base na nossa órbita para tentar entender o que está acontecendo e livrar o planeta da ameaça. Ao final, o Doutor dá carona para todo o pessoal que lá estava e todos voltam seguros para o planeta azul.

the ugrakks doctor who

Em The Ugrakks, o Doutor está novamente no espaço e é forçado a se materializar em um planeta cheio de plantas e fungos, o planeta dos Ugrakks. Essa história é cheia de ação, mais ou menos parecida com as Aventuras de Tintim, cheia de impossibilidades, perigos novos a cada novo quadro e demora para resolver um problema aparentemente simples. No meio da aventura aparece o Professor Lammers, que será companheiro do Doutor na luta contra as Moscas Zama e contra os próprios Ugrakks, que queriam fugir desses ataques de insetos para um planeta onde pudessem viver melhor. A arte da história é maravilha e dá uma boa visão do espaço selvagem e exótico do planeta, embora a história deixe um pouco a desejar em seu desenvolvimento.

doctor who steel

Em Steelfist vemos pela primeira vez o carro do Doutor ser chamado (corretamente) de Bessie e não “Betsy”, como víramos nas histórias anteriores. Aqui, o Doutor testemunha o sequestro do físico nuclear Simon Trent e seu filho. As coisas começam a ficar tensas quando o Doutor decide agir e tentar impedir o sequestro indo parar em uma ilha, onde conhece o General Steelfist, que é aparentemente alien.

O Doutor e Trent são transportados para uma base na órbita da Terra e forçados a construir um dispositivo nuclear para que Steelist pudesse chantagear os governos terrestres. Todavia, o Senhor do Tempo descobre que eles não estão, de fato, em uma base espacial e sim no alto de um farol, na ilha para a qual foram levados no início da história. O enredo assume os tons mais 007 possíveis em seu desfecho, com direito a perseguições, armas e lutas, tem um final feliz típico da era do 3º Doutor.

Countdown #79 a 93 (Agosto – Novembro de 1972)
Roteiro:
Dennis Hooper
Arte: Gerry Haylock

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