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Crítica | Doctor Who: Flux – 13X04: Village of the Angels

Não pisque: o retorno... do retorno, do retorno, do retorno.

por Luiz Santiago
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Village of the Angels consegue fazer tudo o que War of the Sontarans não conseguiu, em termos de funcionamento em dois caminhos narrativos. Aqui, o medo era ainda maior, pois na Nova Série, o peso dos Weeping Angels é maior que o dos Sontarans, de forma que todas as atenções estavam fortemente concentradas nessa aventura. E foi uma trama bastante curiosa, no bom sentido da classificação, fazendo jus àquilo que Flux nos entregou até o momento, ou seja, lançando migalhas de informações, dando algumas poucas indicações de respostas (não respostas de verdade, vale frisar) e instigando a nossa curiosidade para o que deve vir adiante.

Estando já na segunda metade da temporada e a 2 episódios do final, é fácil entender o método narrativo utilizada por Chris Chibnall em seus roteiros de Flux, e há uma lógica em seu pensamento. Não é uma lógica de todo boa, mas ainda assim, é uma visão lógica. Construir coisas muito grandes em cima de indicações pequenas ou aparentemente sem nenhuma importância é a cara dessa Era do autor, e temos aqui um outro degrau desse tipo de estilo. Na prática: o que esse episódio nos traz em termos de andamento da história geral da temporada? Resposta fácil: nada. Mas é mais uma semana onde o autor planta sementes do que pode vir a ser (sim, vamos revirar os olhos juntos) o final desse 13º ano do show. Para nossa sorte, ao menos esse capítulo foi uma aposta que funcionou.

A direção de Jamie Magnus Stone captura com muita competência o terror causado pelos anjos (a fotografia e a montagem desse episódio também estão tinindo!), e o roteiro, para o bem de todos e felicidade geral da nação, dá atenção para o fato de que eles são seres quânticos extremamente cruéis, perseguidores natos e que têm como função primordial viver de tempo roubado de outras pessoas. Eu sempre adorei tudo relacionado a esses indivíduos e Chibnall sairá da série com pelo menos o mérito de trazer algumas camadas mais sombrias para esses vilões, como no caso de a projeção mental de um deles poder fazer com que tomem conta da pessoa, vide o que acontece com Claire Brown; ou o fato de poderem fazer uma “Extração Quântica” de uma região inteira; ou ainda o fato de poderem se comunicar e terem trabalhado para a Divisão (eis a parte do episódio que, como sempre nessa temporada, me deixou totalmente atento).

A propósito, se a justificativa para a existência de Claire for apenas o fato dela ter tido umas premonições sobre a Doutora vai ser algo muito feio, não vai não? Uma personagem que é apresentada com todo aquele impacto como Claire foi, para, na aparição seguinte dela, termos apenas um “eu tive premonições com você“. Tenho a leve impressão de que ela e os Anjos devem voltar até o finale (estou suspeitando que TUDO vai voltar, no finale) e talvez nessa ocasião tenhamos uma indicação mais interessante. Será?

A separação da Doutora e de Dan e Yaz deu bons frutos para o episódio, dinamizando a utilização dos anjos. Claro que sem um escopo maior de utilização, acaba sendo um evento “para constar” na intensificação do texto, mas eu prefiro que seja assim do que o péssimo uso dos Sontarans anteriormente, mesmo com todo mundo no mesmo núcleo. E devo dizer também que não sei o que há comigo, mas ando gostando um pouquinho a mais de Dan a cada episódio, muito mais do que gostei dos outros dois homens que acompanharam essa Doutora — o que não quer dizer que eu desgostei deles. Mas gosto bem mais de Dan em bem menos tempo, o que quer dizer muita coisa.

Se mantiver a lógica e fazer um finale sólido e não atropelado, o showrunner tem a obrigação de começar a responder as perguntas levantadas a partir do próximo episódio, para encerrar a temporada com uma teia bem montada e um grande ponto de interrogação que servirá para nos empurrar até os Especiais e a regeneração da Doutora. Se tiver que apostar, apostaria que ele não criou Flux para ser encerrado no finale. Alguma consequência ou, possivelmente toda a questão da identidade da Doutora, será jogada para os Especiais, o que é um pensamento razoável de se ter. Meu medo é não termos pelo menos o básico das coisas bem montadas ao fim desse ano. Mas na montanha-russa de bagunça em que a série anda, alternando qualidade como se estivesse brincando com a gente, tudo pode acontecer. A esse ponto, o stress é tanto que eu quero logo que acabe. De incertezas semanais, já basta a vida…

Doctor Who: Flux – 13X04: Village of the Angels (Reino Unido, 21 de novembro de 2021)
Direção: Jamie Magnus Stone
Roteiro: Chris Chibnall, Maxine Alderton
Elenco: Jodie Whittaker, Mandip Gill, John Bishop, Jacob Anderson, Barbara Fadden, Thaddea Graham, Penelope McGhie, Kevin McNally, Rochenda Sandall, Annabel Scholey
Duração: 50 min.

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