Home LiteraturaConto Crítica | Methuselah, Twilight’s End e Outras Pequenas Viagens (Short Trips)

Crítica | Methuselah, Twilight’s End e Outras Pequenas Viagens (Short Trips)

por Luiz Santiago
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Methuselah, do livro Short Trips: Transmissions, é uma aventura longa demais para o pouco que tem para oferecer. Ela fala sobre a chegada do 5º Doutor e Peri na cidade de Constantinopla, o encontro com Matusalém, um homem meio louco que conseguia ver, de alguma forma, o futuro, e a posterior ajuda dada pelo Doutor, que envolve uma viagem para o fim do Universo e um final com uma interessante surpresa, talvez apontando para algo a acontecer no final dessa encarnação do Time Lord. Poderia ser um enredo menos megalomaníaco e muito mais interessante, embora a história não seja descartável [George Mann. 3/5]

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Tweaker, do livro Short Trips: Transmissions, fala sobre uma arma cruel, disfarçada em um vinil raro que, se tocado em uma vitrola, tornar-se-ia um vírus. O primeiro que ouvisse a gravação passaria para outro, que passaria para outro e assim o vírus seria disseminado rapidamente. No casso da Terra, seria uma arma contra a cultura do planeta. A ideia do conto é boa, mas o que funciona muito bem mesmo é a sequência do 5º Doutor, Nyssa e o colecionador de discos. É um dos diálogos mais interessantes e instigantes dessas pequenas viagens do Doutor. Principalmente por esta parte, vale muito a pena a leitura. [Dan Abnett. 3,5/5]
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A Room With No View é um conto curioso, baseado na vida de um homem que perdera a esposa e, por isso, começou a fazer uma pesquisa que desse a ele longevidade. O utópico sonho de viver para sempre. O que o homem não percebia, é que chegara a um resultado parecido com de uma máquina do tempo, cuja energia atraíra o 5º Doutor e Peri, ambos afetados pela ação do lugar, que se alimentava da energia vital de seus ocupantes, fazendo-os envelhecer de maneira acelerada. A história é uma exposição de um vilão maluco, com alguma atitude nobre, mas que acaba cego, ao final, e cruza a linha moral de não respeitar a escolha ou a vida do outro para conseguir seu objetivo. Aí não tem como defender, independente da motivação. [David Bartlett. 3/5]
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Intuition é uma das mais engenhosas formas de se trabalhar dimensões temporais, relação entre passado, presente e futuro, e, claro, um exercício onde a intuição é a grande e inteligente sacada. O 6º Doutor está sozinho, enquanto Mel segue dormindo no hotel. Eles estão na Suíça. O Doutor percebe que sem ele mesmo pedir o café da manhã, o garçom trouxe exatamente o que ele havia imaginado pedir, gerando uma grande desconfiança no Doutor e o início de uma investigação que o colocará diante da criatura que causou (ou causará?) todo o processo de intuição agora percebido. É preciso estar atento à explicação (que é boa e bem feita, mas requer atenção) e aproveitar esse inteligentíssimo conto triste e ao mesmo tempo cheio de vitalidade. [Rob Nisbet. 5/5]
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Crystal Ball traz o 7º Doutor e Ace em disfarce (ela é orientada para dizer que é filha do Doutor) , investigando um certo achado arqueológico que logo se revela um mecanismo de sugestão e domínio de ideias bastante poderoso. O impasse da história é que ela vai mudando de tom constantemente, começando com uma linha de drama, depois partindo para outra e, no fim, estabelecendo um ovo que precisa ser levado para um lugar distante do Universo, onde não possa fazer mal. É forçoso demais para se levar a sério. [Rob Nisbet. 2/5]
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Twilight’s End, do livro Short Trips: Defining Patterns, coloca o 7º Doutor, jà no final de sua linha do tempo, encontrando-se com Nimrod, em um arranha-céu de enorme tecnologia. A história se passa no século XXII e toda a base do roteiro é a de um conto de terror, algo que depois passa para um conto de dilema moral, onde Nimrod precisa escolher algo que ele não imaginava mais ser possível. Alguns encontros anteriores, com outras encarnações do Doutor, são lembrados e a tecnologia fria e solitária do prédio da The Forge oferece uma ótima atmosfera de ação, que vai crescendo e terminando em uma reticência perfeita, pronta para ser finalizada ou continuada, dependendo da intenção do próximo autor. Exceto pelos primeiros momentos aleatórios do conto, trata-se de uma aventura irretocável. Seria este o fim do vampirismo de Nimrod? [Cavan Scott e Mark Wright. 4,5/5]
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From Eternity é um conto de Jim Mortimore para o livro Short Trips: Monsters. Ele mostra o 1º Doutor interrogando um ser, provavelmente a pedido dos Time Lords. Um ser responsável por incontáveis mortes. O conto toma como padrão de narrativa o monólogo do interrogado, contando para o Doutor que achava que era a primeiríssima criatura nascida no Universo. Do nada para um Universo cheio de estrelas e corpos ou eventos celestes das mais diversas formas, o Ser viu vidas inteligentes, inicialmente muitíssimo desenvolvidas e depois, como se estivessem infectadas por um vírus, cada vez mais selvagem, algo também percebido pelas “outras mentes” dos “outros Universos” com quem este Ser teve contato. Depois de um certo tempo, o Ser percebe, através do processo de interrogatório, que ele não foi a PRIMEIRA criatura do Universo, mas sim a ÚLTIMA a nascer, de modo que ele estava presenciando o Universo de sua morte para o seu nascimento, à medida que o próprio ser envelhecia. Um conto de aprendizado, solidão e remissão. No início é um pouco chatinho, mas o final é simplesmente brilhante. [Jim Mortimore. 4/5]

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Osskah pertence ao livro Short Trips: Snapshots e é uma aventura do 8º Doutor já na reta final de sua linha do tempo, quando a Time War já estava acontecendo. É uma história emocionante, que se passa em um planeta de aves super desenvolvidas. O Doutor cai no lugar e é recebido como se fosse um Deus pelos nativos, sendo levado ao moribundo líder do bando, Osskah. A tentativa do Doutor em curar a velha ave e a conversa que os dois tem é uma coisa belíssima de se ler. Um conto em um ambiente de guerra, em um planeta condenado, que tem um nível de lirismo e… ciclo da vida, tremendos. [Gary Owen, 4/5]

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Late Night Shopping, escrito por Matt Fitton, é uma história um pouco bizarra. Um mulher está fazendo compras e um homem muito bonito e estranho pede para ela largar os tomates que está segurando. Pelo bem da humanidade. Ela obedece e vê acontecer diante dos seus olhos uma espécie de combate e a revelação de uma mega arma geneticamente modificada. Os tomates, na verdade, eram coisas mortais, capazes de extirpar a humanidade. Um conto estranho do 8º Doutor, mas ainda assim, com a audácia e o charme todo especiais dessa encarnação do Time Lord. [Matt Fitton. 3/5]

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Evergreen é um conto do livro Short Trips: A Christmas Treasury, onde o 8º Doutor está vivendo em uma cidade (coisa que e parece muito estranha, igual ao conto em que o 4º Doutor estava trabalhando como taxista, em Only Connect) e se depara com alguns assassinatos. Uma das mulheres locais, acusada de bruxaria e mal vista pelas pessoas, está sendo usada por um alien no corpo de uma criança como bode expiatório. Este alien é um tipo vampiro e mata as pessoas aos poucos, mas sempre em condições e oportunidades para colocar a culpa naquela que a vila já via como culpada. A ideia é inteligente, mas não é o melhor conto com o 8º Doutor. Um maior contexto sobre a estadia dele faria tudo funcionar muito melhor. [Stephen Cole. 3/5]

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The Young Lions, conto com o 8º Doutor e Lucie Miller, escrito por Alice Cavender, é uma aventura militar. Ou mais ou menos isso. Na verdade, temos os viajantes no tempo chegando a Little Morton, uma vila inglesa, no ano de 2005, e rapidamente interagindo com os soldados de um pub. Em pouco tempo, a tirar pela decoração local e pelas conversas, o Doutor e Lucie percebem que existe uma força alienígena agindo no local. Trata-se de um Quitoxin, espécie capaz de fazer crescer seus membros depois de amputados. Nesse momento, ele estava substituindo membros de soldados feridos na guerra por partes Quitoxin, tendo sobre eles um contato telepático. O conto termina com um acordo entre o Doutor e o invasor. Um conto confuso, mas ainda assim, interessante. [Alice Cavender. 2,5/5]

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For the Man Who Has Everything mostra o 8º Doutor rastreando um orbe de vidro capaz de dar à humanidade a capacidade de ter o que desejar. E a preocupação do Doutor para com o “problema” desse presente dado por uma espécie alienígena à humanidade, no Natal, é que a humanidade “deseja demais”. A trama acontece em dois lugares diferentes. Na primeira parte, o Doutor rastreando o orbe na véspera de Natal de 1966. A segunda, em uma praia na Ilha de Mull, dois meses antes. Um conto bonito, com uma mensagem de amizade e compreensão bem interessante. [Dan Abnett. 3,5/5]

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Bounty, do especial em áudio Earth And Beyond, é um conto com o 8º Doutor e Samantha Jones, que chegam na ilha Silhouette, em Seychelles. O Doutor ainda não estava certo de que iria continuar viajando com Sam, por isso resolve brincar com ela de “eu nunca…”, até que eles se materializam. Em uma praia, o Doutor e Sam encontram um Rhiptogan, um alien metamorfo de nome Lirpa que está procurando pela praia os pedaços de sua nave danificada. Ele consegue roubar a chave da TARDIS e o Doctor o persegue, mas é seguido por um Rhiptogan caçador de recompensas chamado Ruduse, que mata Lirpa. Enquanto isso, Sam acha a nave de Lirpa, onde é capturada por outra fugitiva, Ladeeth — e é envenenada pelas plantas que crescem na entrada da nave. Ruduse chega e fere Ladeeth. O Doutor chega com um balde de água do mar e ameaça matá-la caso não deixe Sam livre. A trama se encerra com Sam utilizando o balde para inutilizar os controles da nave. É meio bobo, mas funciona bem. Nota cronológica: no final dessa aventura, o Doutor deixa Sam em uma instalação do Greenpeace por uma hora (do ponto de vista dela) e por três anos (do ponto de vista dele). [Peter Anghelides. 4/5]

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