Home TVEpisódio Crítica | Doctor Who – Série Clássica: The Abominable Snowmen (Arco #38)

Crítica | Doctor Who – Série Clássica: The Abominable Snowmen (Arco #38)

por Luiz Santiago
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estrelas 4

Toda vez que eu visito Dat-sen, o monastério parece estar passando por algum tipo de complicação.

2º Doutor

Equipe: 2º Doutor, Jamie, Victoria
Espaço-tempo: Tibete, 1935

Assim como a força Animus encontrada pelo 1º Doutor em The Web Planet e Prisoners of  Time #1, a Grande Inteligência (também conhecida como Yog-Sothoth) teve origem no Pré-Universo e é uma das coisas vivas mais antigas de que se tem notícia. Quando teve seu Universo destruído e após conseguir se infiltrar por dois Universos diferentes, a Inteligência ficou sem corpo físico, sendo apenas uma ideia, literalmente, uma inteligência sem cérebro vagando pelo espaço em busca de algo para “encarnar”.

Ao escapar das mãos metálicas dos Cybermen em Telos, o 2º Doutor, Jamie e Victoria chegam ao Tibete na década de 1930 e embarcam em uma aventura que tem um genial McGuffin em sua concepção. Inicialmente temos como ameaça os Yetis e um conflito com o antropólogo (de novo um antropólogo no encalço do Doutor!) e explorador britânico Edward Travers. O Doutor sai sozinho em direção e um monastério e acaba preso pelos monges, acusado por Travers de querer boicotá-lo em sua caça ao Yetis.

Numa outra parte da aventura temos Victoria impaciente na TARDIS, lutando contra a obediência de Jamie ao Doutor e propondo uma exploração ao local. Uma sequência de eventos farão com que ambos cheguem ao monastério e vejam uma coisa muito mais ameaçadora que o Yetis, uma ressurreição compassada que o roteiro de Mervyn Haisman e Henry Lincoln explora muito bem.

Após a chegada do Doutor e dos companions ao monastério, percebemos um grande número de cenas com o Lama Padmasambhava e uma voz assustadora que logo nos é identificada como sendo da Grande Inteligência. Pelo que nos dá a entender o roteiro, a força veio se fortalecendo ao longo dos últimos 200 anos, tempo em que também esteve ocupada criando os robôs Yetis. Sinceramente não entendo por que os roteiristas inventaram esse negócio dos Yetis. É evidente que o apelo para o uso desse lendário “monstro” é ideal para uma história que se passa no Tibete, mas considerando o que a Grande Inteligência tinha como plano, os robôs não são assim tão úteis. Os “problemas” que eles foram criados para “resolver” poderiam muito bem ser resolvidos pela inteligência influenciando qualquer monge de Dat-sen.

A relação do Doutor e Jamie mais uma vez se destaca, em detrimento de Victoria, que apesar de ter bons momentos na história, parece estar sobrando. O bom entre os dois jovens é o contraste. Ao passo que Jamie segue à risca às ordens do Doutor e só o questiona quando necessário, Victoria é impaciente, mandona e proativa, sempre procurando algo para fazer e zombando dessa obediência de seu companheiro ao Doutor.

O modo como o Time Lord resolve o verdadeiro problema do arco é um bom trabalho de equipe e tem um apelo emotivo para o espectador. A partida dele com seus companions para a TARDIS não nos traz um cliffhanger propriamente dito, mas atiça a curiosidade para o que vem em seguida. Em sempre gostei dessas partidas da nave sem demonstração do que vem em seguida. Aumenta a surpresa e tem a cara da TARDIS clássica, que era incontrolável, vivia quebrando e levava o Doutor para os lugares mais estranhos do Universo.

The Abominable Snowmen (Arco #38) – 5ª Temporada

Direção: Gerald Blake
Roteiro: Mervyn Haisman, Henry Lincoln
Elenco principal: Patrick Troughton, Jack Watling, Frazer Hines, Deborah Watling

Audiência média: 6,85 milhões

6 Episódios (exibidos entre 30 de setembro e 04 de novembro de 1967).

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