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Crítica | Doom 64

por Matheus Biasini
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Doom 64 foi lançado em 1997 para o Nintendo 64. É o último game da franquia Doom a ser lançado nos anos 90 e não foi desenvolvido pela ID Software, mas sim pela Midway Games. Também há um nova história. Após os eventos de Doom, Doom 2 e Final Doom, aparentemente o Inferno foi derrotado e parou com suas invasões, isso após quase acabar com a Terra, nos jogos anteriores. Mas ainda havia muitos demônios nas bases das luas de Marte, Phobos e Deimos.

Para evitar mais mortes e solucionar o problema rapidamente, o que restou das forças militares da Terra pós-invasão tomou por iniciativa selar e bombardear as bases com doses apocalípticas de radiação, na esperança de matar tudo o que havia sobrevivido e acabar com essa ameaça de uma vez por todas. Algum tempo depois, um satélite militar manda uma mensagem aterradora: uma entidade extremamente poderosa sobreviveu à radiação e, usando seus poderes, reviveu todos os monstros e os deixou mais fortes do que antes, ameaçando a humanidade novamente.

Uma força militar de Space Marines, incluindo o jogador (o mesmo Marine sobrevivente dos jogos anteriores) é enviada para a base de Phobos, mas é rapidamente exterminada e somente o Marine (sim, o mesmo) sobrevive. Cabe a você agora acabar com essa ameaça. O resto da história é contada através de textos que aparecem depois de um certo número de níveis (como nos outros jogos da franquia).

O jogo usa uma versão extremamente modificada da ID Tech 1, substituindo tudo da sua versão original. Monstros, armas, itens, texturas tudo foi substituído por novas versões, deixando o game com um aspecto diferente e único em relação aos outros que usam a mesma engine, até mesmo na franquia. A gameplay não mudou nada em relação aos outros jogos: todas as armas voltaram e se comportam exatamente como as originais, somente mudaram de visual. Com o Unmaker (uma referência a Doom Bible) — uma arma aparentemente feita de ossos de demônios — podemos receber upgrades, algo que o jogador ganha ao coletar artefatos nos níveis secretos do jogo.

Os monstros também só mudaram de aparência. O comportamento é idêntico, mas houve a adição do Nightmare Imp (Um Imp mais forte e mais rápido que o original) e do chefe final do game. Todos os itens e Power-Ups voltaram, novamente com sprites novos, sem mexer no seu funcionamento. Mas dado o fato de o cartucho do Nintendo 64 não ter muito espaço, muitas coisas foram cortadas. Monstros como o Revenant, Arch Vile, Chaingunner e a Spider Mastermind não aparecem aqui. A Shotgun/Super Shotgun somente tem animações de tiro, além de não haver multiplayer. Sem contar o fato que jogar com o controle do 64 é um verdadeiro pesadelo.

O que difere este jogo dos outros, além dos gráficos, é sua ambientação. Ao invés de MIDI’s de músicas de heavy metal de Doom e Doom 2, Doom 64 optou por ter uma trilha sonora mais ambiente. Sons distorcidos, vozes distorcidas, sons mais experimentais, junto com os sons dos monstros à espreita, só esperando para lhe atacar. Tudo isso somando-se à escuridão da fases (embora às vezes tenhamos um poste de luz ou tochas para iluminar alguma parte da fase), cria uma atmosfera tensa, onde você nunca sabe o que ou quando atacar a cada vez que abre uma porta, aperta um botão ou passa por algum corredor. Uma atmosfera mais Survival Horror do que a ação sem parar dos jogos anteriores (ou à la Quake, se preferir).

Na época, esse game não foi bem recebido, justamente por fatos listados acima e também por competir com jogos bem mais avançados graficamente (o que acabou por cancelar sua sequência, Doom Absolution), como Quake 1/2 (por acaso, também títulos da ID Software), Duke Nukem 3D, Shadow Warrior, Blood e o ótimo GoldenEye 007, no próprio 64. E por muito tempo esse game ganhou o status de “ovelha negra” entre os fãs de Doom, como um jogo que seria ruim (mesmo sendo uma grande bobagem essa definição), e só depois que se passaram anos, seu valor foi reconhecido pela comunidade em geral.

Para jogar esse game, não há muitas opções. Existem conversões de Doom 2 pela internet para rodar como um “mod”; ter o próprio Nintendo 64 com a fita do jogo… ou a experiência mais próxima da original, com Doom 64 EX, um porte não oficial da fita do jogo. Mas é preciso ter o WAD oficial de Doom 2 para rodar no PC. Como se vê, hoje o game não é exatamente acessível.

Doom 64 (1997)
Desenvolvedor: Midway Games.
Lançamento: 31 de março de 1997.
Gênero: Tiro em primeira pessoa.
Disponível para: Nintendo 64, PC (Doom 64 EX).

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