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Crítica | Doomsday Clock #7: Ponto Cego

por Luiz Santiago
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Há SPOILERS! Leia a crítica de Watchmen aquiLeia as críticas de Antes de Watchmen aqui.E leia as críticas de todas as edições de Doomsday Clock aqui.

Geoff Johns tinha dito que a edição de número sete de sua série Relógio do Apocalipse “mudaria tudo” o que ele vinha escrevendo para a saga até então. E de uma forma simples de condução da narrativa, mudou mesmo. Mas foi uma mudança de rumos narrativos centrais, não de promessas estabelecidas já no início dessa nova Era da editora, colocada, em texto e arte, na Universo DC: Renascimento. Ou seja, sabíamos que coisas nesse caminho iriam acontecer, mas não como ou quando. E, a princípio, Doomsday Clock não parecia ser exatamente o local onde as coisas se dariam de fato, sendo apenas uma ponte situacional. Ainda estamos na sétima revista, de doze, mas a nossa visão sobre o que deve ou não constar aqui certamente deu uma guinada para outro caminho.

O que gostei bastante dessa revista foi da narração inicial do Dr. Manhattan, que enfim deu as caras nesse Ponto Cego. A excelente arte de Gary Frank e as excelentes cores de Brad Anderson fizeram o serviço de nos inserir imediatamente no jogo, que nesta edição ganha um maior caráter de explicação, livrando-se majoritariamente do didatismo, embora não conseguido se salvar do enigma pelo enigma, algo que devo comentar mais adiante. Aqui, descobrimos o por quê o Dr. Manhattan veio para o Universo DC e, convenhamos, é um motivo patético, especialmente vindo de alguém como ele, com o poder que ele tem, com as coisas que ele pode fazer. Mas passado o estranhamento de justificativa pessoal, chegamos a uma boa relação de eventos que explicam, de cara, por quê não tivemos Sociedade da Justiça na Terra principal dos Novos 52 e por que não a temos agora. Coitado do Alan Scott.

A Legião dos Super-Heróis também é citada aqui e uma curiosa relação é novamente aludida entre Saturn Girl, o velho Johnny Thunder, o Lanterna Verde da Era de Ouro e esse novo momento da DC Comics, o que nos faz perguntar em que momento o Superman deve entrar na jogada para fazer força para “o nosso lado”. Previamente, sabemos que o Azulão (o de capa, não o pelado) terá importância vital para esta saga, mas até aqui, só tivemos momentos mínimos dele em cena. Hipóteses começam a surgir. Manhattan chegou ao Universo DC momentos antes de Flashpoint e após uma alteração errada que fez, remendou uma série de coisas para “arrumar o primeiro erro” e acabou piorando tudo, tendo que remediar com a criação de um Universo, como o dos Novos 52? A hipótese dele mesmo ter destruído o Universo (ou ter sido destruído pelo Superman) é levantada aqui. Qual delas é a correta e como isso se relaciona com o que aconteceu na DC de 2011 em diante?

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Apareceu, a Margarida!

O restante da edição funciona como preparação e consequência da grande presença e das simbólicas revelações, o que torna aquela cena com Coringa e Batman claramente inútil para a trama, mas não é algo que torne a edição ruim ou o andamento da saga irritante. Em suma: a despeito da identificação de rusgas, não deixamos de nos divertir. No fim, ainda temos a revelação da verdade sobre Ozymandias (confesso que fui enganado por ele o tempo todo), sobre Rorschach II, sobre Bubastis II e até sobre o casal Mímico e Marionete. O drama político que tomou conta de praticamente todas as edições anteriores é colocado de lado, mas não ignorado. Nesta edição, ele é visto como um condição dada para este Universo em desordem e para o qual o Dr. Manhattan tem alguns planos de conserto (vai funcionar dessa vez?). Como disse no início, me incomodou o enigma pelo enigma, caraterizado pela quantidade de informações. Prefiro poucos mistérios apresentados com bons contextos do que muitos mistérios espalhados ao longo da edição, o que trava um pouco a leitura, muito embora o roteiro aqui saiba jogar de maneira interessante com as cartas que tem em mãos. Será que o Superman aparece a seguir, para começar a briga?

Doomsday Clock #7: Blind Spot  — EUA, 26 de setembro de 2018
Roteiro: Geoff Johns
Arte: Gary Frank
Arte-final: Gary Frank
Cores: Brad Anderson
Letras: Rob Leigh
Capa: Gary Frank, Brad Anderson
Editoria: Brian Cunningham, Amedeo Turturro
30 páginas

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